TRINTA E SETE

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Com as luzes apagadas, é menos perigoso
Estamos aqui agora, nos divirta

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Encontrando outro lugar para se esconder, Arya puxou a bússola da mochila, seus olhos eram frios enquanto fazia isso, e quando colocou objeto em seu pescoço, ela fechou os olhos e engoliu seco, tocando seus dedos no metal frio e respirando o mais profundo que podia. Enquanto segurava a bússola nas mãos, ela sentiu a dor começando a pulsar sobre seu corpo e sua mente. Lágrimas então, rolaram de seus olhos e era difícil saber distinguir se elas eram por causa da dor, ou pelo que estava destinada a fazer.

17 de Maio de 2023

Quando abriu os olhos, ela se deu conta de que estava sentada em uma poça fria, e próximo dali, se localizava o hospital de sua mãe, ele parecia ser o único ponto de iluminação da rua. Ela precisou se levantar, e secou seu traseiro molhado, enquanto correu para se esconder em qualquer lugar que julgasse seguro, para poder esperar por sua mãe sair de seu expediente, parecendo sentir a mais pura inocência de que aquela noite era apenas uma noite igual a todas as outras. Apesar da tranquilidade pautada na expressão corporal da mãe, que Arya observava a poucos metros de distâncias, a filha não imaginava que internamente as duas compartilhavam o mesmo desespero por causa de Phill.

A menina apenas mantinha seus olhos presos na figura esguia da mãe, que estava de costas para ela. As mãos no bolso do moletom branco da garota, apenas indicavam uma tentativa de se camufluar naquela avenida, que no momento era deserta. O seu capuz cobria completamente seu rosto, enquanto uma bandana também ajudava. A sua mãe mãe caminhava em passos largos, como se houvesse uma espécie de imã querendo impedí-la, de prosseguir naquela linha, parecia algo espiritualista, ou talvez fosse somente o destino tentando reescrever a história que já estava fadada. Ela continuava seguindo-a, e no caminho, escutou um som. Eram soluços desesperados.

Cláire estava chorando.

Seu instinto começou a gritar, e os nós de seus dedos começaram a apertar dentro do bolso de seu moletom. O som de seu choro não cessava, e ela não podia ignorar mais. Cláire por outro lado estava se sentindo seguida, e não apenas pelos dois caras que seriam seus algozes, mas pela sua própria filha. Ela mal sabia que era Arya, e não quis olhar para trás.

Arya sabia que as coisas começariam a piorar naquele momento, e seu instinto mandou ela gritar.

—  Por favor, moça!! Por favor, corra para o lado! Para o lado! — Arya berrou, desesperada e bruscamente puxou a pistola do bolso, segurando firmemente ela enquanto apontava para os homens que apareceram em questões de segundos. Eles surgiram ao redor da mulher, cada de um lado. Olhando para a médica como hienas famintas.

A mulher impactada com a voz familiar gritando por ela, acabou tropeçando bruscamente entre seu caminho.

— Filha... — a mulher disse debilmente, sabendo que ela não deveria estar ali.

Não podemos se dar o luxo de encontrarmos com pessoas do passado. Permitido, é! Mas não é recomendado, porquê, como eles entenderiam que haveriam duas versões nossas?

Eles eram os assassinos, ela pensou, sentindo-se praticamente aliviada, pois havia jurado que era outra pessoa, e sem pensar duas vezes ela apontou a pistola, disparando duas vezes. Tiros certeiros, tudo isso graças a educação de um pai louco, que se interessou por ensinar a manejar uma arma matando passáros inocentes, Arya somente aceitou participar daquele momento porque desejava atenção de seu pai, e se esforçou para ser boa durante todo os dias de sua infância em que treinou com ele, quando chegou a adolescência ela desistiu, e ele nem ao menos se importou. Pelo menos agora, ela se aliviava por que suas balas não atravessariam corpos inocentes.
Sua mãe, entretanto, continuava caída na calçada, quase estirada sobre o concreto.

Cláire estava incrédula, seu plano não era nunca ver sua filhinha se tornar uma assassina, e sim para que ela tivesse uma testemunha.

A garota correu o mais rápido que pôde para alcançá-la, havia uma distância considerável entre elas. Mas quando ela estava prestes a se aproximar, quebrando a muralha invisível entre mãe e filha, um homem encapuzado surgiu, obrigando que a garota apontasse a arma de volta, e não obstante, uma brisa forte surgiu e separou aquele lenço preto que cobria a face do homem alto, revelando um rosto que ela sempre conheceu.

Suas mãos imediatamente começaram a soar ao redor do cano da arma, ela podia sentir elas trêmulas. A garota se agachou para não ser vista, o breu da noite era o que a protegia. Ela apontou sua pistola, olhando firmemente para o homem que devia chamar de pai, enquanto sentia uma enorme dificuldade de respirar. Ela não vacilaria, disse a si mesma. Seus dedos começaram lentamente puxar o gatilho, enquanto se esforçava para focalizar seu alvo; um homem que vestia preto dos pés a cabeça. Porém, por um milésimo de segundos, seu olhar pairou sobre o rosto familiar de Phill, recordando-a de que ele ainda era o seu pai. Ela engoliu uma bolha de saliva, quase vomitando.

Ele é meu pai!

O homem expressava apenas monstruosidade, e mesmo assim, seu coração bateu mais forte, e suas mãos se enfraqueceram.

Ela lutou para puxar o gatilho, e fechou os olhos escutando o som alto e seco do disparo.

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música citada: smells like teen spirit

além de loki, eu também trouxe tortura psicológica hj! bom dia.

sim, arabella alterou uma LINHA do tempo. e coincidentemente na mesma época de Loki, mas eu juro que penso nisso desde agosto do ano passado! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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