Madrugada tensa

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Quem era aquele alfa? Nem deu tempo para perguntar, ele já nos agarrou com uma arma virada para nossas cabeças, foi nos empurrando para fora.

Fora do banheiro, ele atira na caixa de som, parando a música, alguém liga a luz e todos olham assustados para ele que começava a gritar o nome de Thomaz.

Thomaz logo aparece na frente das outras pessoas e encara o loiro alto, que nos usava de escudo e apontava a arma para nossas cabeças.

_ Vick, estou aqui, deixe eles irem, eles não tem nada a ver com a gente.

Nisso percebo que as pessoas atrás, mesmo apavoradas, estavam sendo retiradas do local pela equipe do meu pai. _ Da onde eles saíram. - pensei. Nathanael me dá um sinal e vejo discretamente, logo acima um outro tentando uma posição com uma arma na mão de longo alcance.

_ Então esses dois não são seus predestinados??? Então porque eles estão impregnados com seu odor??? E você sabia que eles estavam se agarrando no banheiro? Isso é errado, não se deve dividir o seu ômega com outro alfa - grita Vick, fazendo cara de nojo.

_ Você não entenderia Vick. - diz Thomaz tentando manter a calma.

_ Realmente não entendo, como pode compartilhar seu ômega? Isso me dá nojo. - E continua a falar e mantendo a arma em nossas cabeças.

_ Quando você veio até mim naquele dia, você estava fedendo a um ômega, mas você não ficou e isso me deixou muito irritado e intrigado. - fala Vick pensativo e com os olhos vermelhos transbordando raiva.

_ Fui atrás de informações e descobri que você havia encontrado um ômega como predestinado, mas estava rejeitando o outro alfa predestinado, deixei um dos meus homens os vigiando e parece que você começou a se envolver também com esse aqui. - apertando a arma na cabeça de Nathanael, fazendo seu pai tremer de raiva, mais atrás.

_ Eu queria me vingar... queria que você voltasse a lutar na cúpula... mesmo que seu pai tivesse me pago para te deixar em paz, não podia admitir perder o meu melhor lutador... você nunca quis receber nada das porcentagens das lutas, pra você o que importava era lutar e era muito bom nisso, me fez ganhar muito dinheiro.

Então meu pai pagou para ele me deixar ir, foi esse o acordo que fizeram. - pensou Thomaz, mantendo o contato visual em Vick e seus predestinados. Vick continuou.

_ Eu paguei alguém, para provocar aquele acidente... Eu queria que eles morressem, aí você voltaria pra mim!!! - Vick estava descontrolado, falou está última parte gritando e cuspindo. - Ele foi preso infelizmente, mas se manteve quieto... ele precisava... - Vick fez uma pequena pausa. _ Ele não poderei falar nada, porque mantive a família dele como minha refém. - e da uma risada histérica.

_ Creio que você já saiba quem é o pai do meu ômega. - fala Thomaz, percebendo que já tinham tirado todos do local, ficando somente eles e a equipe do pai de Arthur.

_ Aquele desgraçado colocou um homem na minha cola... demorou, tive muito trabalho, mas consegui fazer com que saísse do meu pé... E aqui estou. E não tenho mais nada a perder. - ele fala em tom debochado abrindo os braços, mas logo agarra novamente os seus reféns.

_ Thomaz você é meu!!!! - ele grita novamente, apertando a arma na cabeça de Arthur, que estava grudado em Nathanael.

_ Eu te considerava muito Vick, você me acolheu no meu pior momento, te considerava minha família, mas a um custo muito alto para mim, uma pessoa quase morreu por causa disso, não me perdoaria se isso tivesse acontecido. - Thomaz fala com amargura, desviando o olhar e ao continuar a falar, olha bem dentro dos olhos de Vick.

_ E eu nunca fui e nunca serei seu Vick! - falava Thomaz calmamente tentando distrair Vick e dando tempo para a equipe se posicionar melhor.

_ Há... Você será sim, quando eu acabar com seus predestinados, isso te destruirá e você não terá nada além de mim. - grita mais alto Vick, dando uma risada estridente.

Arthur vê seu pai um pouco distante com olhar aflito, mas mesmo assim coordenava seus homens, que só esperavam seu comando. Volta a olhar Thomaz, bem no fundo de seus olhos negros e percebe o tom dourado de sua ligação ficar mais forte, ele conseguia senti-lo, conseguia sentir Nathanael e eles o sentiam.

_ Vick, então me leve no lugar deles, eu ficarei com você... Eu serei seu!!!! - Essa fala faz Arthur reagir.

_ Não Thomaz, por favor, não faça isso!!!!!!!!- grita Arthur, se movendo nos braços de Vick.

Isso faz com que Vick perca um pouco seu foco ao tentar segurar Arthur, que inesperadamente se abaixa e Nathanael usa toda sua força no soco que dá no rosto de Vick, o fazendo cambalear para trás e ao tentar levantar sua arma para atirar em Arthur, ele cai para trás com um tiro na cabeça.

Thomaz corre de encontro a Arthur e Nathanael, ficando abraçados de joelhos.

Logo chega o pai de Arthur nervoso e abraça eles. _ Você arriscou muito Thomaz, poderia não ter dado certo. - fala em um tom um pouco mais alto. _ mas obrigada por tê-lo distraido, nós dando tempo para tirar todos em segurança.

_ Eu tive que manter a calma, não poderia viver se perdesse meus amores. - fala Thomaz e continua. _ Vick estava correto, pois isso me quebraria por dentro. - Thomaz beija Nathanael e Arthur na testa, liberando um pouco do seu feromônio para acalma-los, que ainda estavam grudados nele.

_ Agora no final, algo aconteceu, mas não sei explicar, nos três sabíamos o que deveria ser feito. - diz Thomaz tentando entender.

_ E como seus homens chegaram tão rápido? - pergunta Thomaz.

_ O homem que o seguia, era de confiança e quando não se reportou, achamos que havia algo errado e já deixei eles de prontidão e quando encontramos o guarda costas desacordado no fundo da boate, achei que era o momento para chama-los, mas não deu nem tempo de avisar vocês, Vick já estava aqui.

Thomaz olha para onde estava o homem que atirou em Vick, ele já havia sumido, assim como os outros homens e eles viram a polícia entrar e ir conversar com o pai de Arthur e a sua mãe corre para abraça-lo, puxando Nathanael e Thomaz nesse abraço.

_ Vocês estão bem? - pergunta preocupada a mãe de Arthur, olhando para eles.

_ Estamos mãe!!!! Só estamos cansados, podemos ir para casa?

Ao sairmos da boate nossos amigos vieram todos nós abraçar e choravam desesperados e tentávamos acalma-los e falamos em ir para casa para descansar, já estava quase amanhecendo.

Chegamos em casa, nos despedimos de meus pais e fomos cada um para seu quarto, já que no último mês, como Thomaz estava ficando aqui, também quis que Nathanael ficasse e meus pais concordaram, desde que cada um dormisse em seu próprio quarto, o que não acontecia algumas vezes, porque sentíamos necessidade de estar juntos e hoje era um dia desses dias.

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