O diário do Ômega

Ligação de almas: terapêutica

Por uma hora, ficamos concentrados em Arthur, o quarto já estava totalmente cheio do odor de um feromônio único, que era a união dos nossos feromônios. Já era visível o processo de cura ocorrendo no corpo de Arthur.

A mãe de Arthur, veio avaliá-lo e se surpreende ao ver os sinais vitais estáveis, diminuição do sangramento e os pequenos cortes no rosto de Arthur cicatrizando. O odor dentro do quarto era tão harmônico e único. Ela observou que os meninos estavam ainda abraçados ao seu filho, ela nunca havia presenciado tanto amor.

Ela vai chamar o médico, que não acredita no que vê, faz algumas avaliações mesmo com os dois ainda agarrados a Arthur, faz algumas modificações na parte da respiração pela máquina, diminui algumas medicações e só tem a concordar que ligação de almas é algo surpreendente e permite que os meninos fiquem o quanto conseguirem.

Eles estavam tão concentrados em Arthur que não viram nada ao seu redor, era como se estivessem em um transe e assim permaneceram até pela manhã.

Já era o final do plantão da mãe de Arthur e ela e o médico vieram reavalia-lo e o processo de cura continuava, então o médico decidiu que pela manhã iriam tentar retira-lo do coma induzido e assim poder retirar a cânula para que ele pudesse respirar sem ajuda da máquina. A evolução estava sendo muito boa!!!!!

Os meninos nem haviam se movido, mas não estavam dormindo, pareciam em um transe mesmo, foi difícil desperta-los.

_ Thomaz, Nathanael, vocês precisam comer alguma coisa. – diz a mãe de Arthur, quando os vê se moverem lentamente.

Eles abrem os olhos e ela vê que a coloração de suas pupilas estão douradas completamente e ao ir despertando do transe volta a cor natural.

_ Já passou 1 hora? - pergunta Nathanael.

_ Na verdade já é pela manhã, viemos avaliar Arthur e como estava sendo efetivo a terapêutica, o médico permitiu que vocês permanecessem, mas agora acho melhor vocês irem comer alguma coisa e beber bastante líquidos, pois iremos dar alguns cuidados ao Arthur.

Creio que vão querer ficar próximo ao Arthur, correto? Vocês vão para casa? Ou querem ficar por aqui?

_ Se for possível ficarmos por aqui, preferimos. – diz Nathanael, olhando para Thomaz, que concorda.
Ambos levantam, beijam com cuidado Arthur e saem, trocam as roupas e chegam ao saguão de entrada do hospital e lá encontram Émile, Lucas e Nicolle.

_ Pelo jeito ninguém vai pra aula hoje? – pergunta Thomaz.

_ Nós estávamos ansiosos para saber notícias do Arthur e de vocês, vamos daqui para o colégio, depois passaremos as tarefas para vocês. E passei em casa e trouxe roupas para vocês se trocarem, pois creio que não vão querer ficar longe de Arthur. – diz Lucas.

_ A mãe do Arthur está vendo uma forma para podermos ficar. – Diz Thomaz e continua.

_ Quando estávamos com Arthur nem vimos a hora passar, foi como se tivéssemos acabado de deitar com ele e está acontecendo da mesma forma que aconteceu comigo, ele está se curando, saímos agora para poder comer alguma coisa e também  a equipe precisava fazer os cuidados com ele.

Thomaz olha para Nicolle, que tinha trocado de roupa, provavelmente deveria ser de Émile.

_ Nicolle, você poderia ficar na casa de Lucas? Ao menos até resolvermos o que faremos, tudo bem para vocês? – pergunta Thomaz.

_ Já havia falado com meu pai, mas como não vai ter ninguém em casa agora pela manhã e pro meu tio não ter acesso a ela, vamos levá-la pro colégio e depois vamos para casa, até lá espero que tenhamos uma posição do pai de Arthur e do meu pai. – diz Lucas.

Nicolle somente sorri, suas feições mudaram, ao menos agora parece feliz e mais confiante e é quando noto que ela está de mãos dadas com Lucas.

_ E vão devagar vocês dois, hein, porque ela é minha noiva. – Thomaz fala olhando pra Lucas e cai na risada.

Lucas faz cara feia e Nicolle cora e abaixa a cabeça, meio que se escondendo atrás de Lucas.

Nos despedimos e pego na mão de Nathanael e vamos comer alguma coisa na copa de acompanhantes do hospital.