O grande pedido e alguns acertos...

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Logo o sol toca minha pele e sinto seu calor, tento me espreguiçar, mas como sempre sinto Nathanael com a cabeça sobre meu peito e Thomaz grudado em minha cintura com a cabeça em meu pescoço, onde sinto sua respiração tranquila.

Fico olhando um pouco os dois e pensando em tudo que havia acontecido até aqui e isso me fez sorrir, como um amor tão lindo assim podia existir, mas começou a me dar um pouco de medo, medo de perde-los por algum acidente, medo de me deixarem, como muitos alfas faziam com ômegas marcados, já que muitos eram marcados no calor do cio e depois abandonados a própria sorte, onde muitos morriam, sem o alfa que lhe marcou, já que eram rejeitados por suas famílias e longe do alfa e sua ligação morriam de depressão... muito triste... mas também tive medo, porque somos tão jovens e se eles se arrependessem... sei que meu pai marcou minha mãe quase na mesma idade, mas eles já estavam na faculdade...

Pensando sobre isso no próximo ano eu e Thomaz iriamos cursar a faculdade e Nathanael irá fazer alguns cursos para poder abrir seu restaurante/buffet natural, mas ainda tentava convencê-lo a cursar a faculdade de nutrição funcional, já que ele gostava tanto desse assunto, será que conseguiria convencê-lo, porque acho que tem mais coisas que ele não contou, para simplesmente não querer fazer faculdade...

Sinto Thomaz apertar minha cintura e me questionar. _ Amor porque esta tão preocupado? Estou sentindo a sua angustia. – bendita marca pensei, com um sorriso pequeno.

_ Só estava pensando...

_ O que tanto pensava que te deixou assim? – agora era Nathanael que estava me perguntando, me olhando profundamente em meus olhos.

_ Primeiro estava muito feliz, pelo amor que sinto, mas comecei a pensar... – dei um suspiro, antes de continuar. _ Bem tantos ômegas são abandonados, mesmo marcados e somos tão jovens e ainda vamos fazer faculdade e você Nathanael também estará  tão ocupado... não sei, só tive medo de perde-los... medo que me abandonem...

Eles me abraçam forte e começo a chorar, senti eles me cheirarem e esfregarem nossas glândulas, liberando um pouco de feromônios para me acalmar.

_ Amor nunca te abandonaremos, você é nossa vida, nosso mundo, nossa família, queremos viver com você não só por hoje, mas para além dessa vida, somos predestinados e almas gêmeas, nada e nem ninguém ira nos separar. – a fala é feita em conjunto pelos dois alfas, outro benefício da marca.

Começo a me acalmar e sinto o amor que Thomaz e Nathanael me transmitiam.

_ E está noite iremos comemorar esse amor no jantar que programamos. – Diz Thomaz.

Ficamos mais um pouco nesse abraço e depois fomos tomar banho, cheio de beijos, carinhos e muito amor.

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A noite chega muito rápido, estávamos saindo de casa para o restaurante e começava a esfriar,  sentia um vento mais frio que começava a soprar, escolhemos um traje não muito formal, todos estávamos de calça jeans, eu calcava um sapatênis caramelo, Nathanael usava um mocassim escuro e Thomaz suas botas preta e eu usava uma camisa verde água, Nathanael usava uma azul turquesa e Thomaz uma preta, colocamos um cachecol e nossos blazers eram combinando.

_Vamos amor, senão vamos nos atrasar, temos reserva para as 19 h. – grita Nathanael da porta, Thomaz já estava no carro. Desço a escada rapidamente e dou um selinho nele ao passar pela porta e sorrio, o deixando corado.

Chegamos ao restaurante super aconchegante e nos levam para a nossa mesa reservada, me surpreendo muito, pois ela estava em um local estratégico afastada das outras mesas e próximo ao jardim de inverno e do outro lado ficava a varanda com vista para as luzes da nossa província, além de estar toda decorada e as toalhas e pratos também eram diferentes das outras que observei ao passar.

Thomaz e Nathanael  puxaram a cadeira para que eu sentasse, amava esse jeito cavalheiro dos dois.

O jantar foi desenrolando tranquilo, a comida era deliciosa e Nathanael ficava comentando sobre os pontos positivos, ele tinha muitas boas ideias, o que me aguçava mais para convencê-lo a fazer a faculdade.

O garçom chega com um champanhe, fico olhando sem entender, os dois se levantam me deixando intrigado, até que eles se ajoelham e meu coração quase sai pela boca, de tanto que estava acelerado, lágrimas começaram a descer pelo meu rosto e de repente vejo meus pais e o pai de Nathanael chegando, com um celular nas mãos, que observo estar em uma vídeo chamada com a mãe de Thomaz.

De repente, eles repetem o que fizeram pela manhã e falam os dois juntos.

_ Arthur o nosso amor ultrapassa todas as fronteiras e limites impostos, somos companheiros totalmente diferentes do esperado, mas isso que nos completa, somos predestinados e almas gêmeas, cada um é um pedacinho de um todo, hoje pela manhã você teve dúvidas, mas nós não temos dúvidas nenhuma e por isso que queremos que seja para sempre, para além dessa vida e para concretizar isso... Arthur, você aceita se casar conosco? – foi a declaração mais linda que já ouvi e ficaram me olhando ansiosos pela minha resposta.

_ Eu realmente tive dúvidas e medos hoje pela manhã, mas vocês me acolheram de tal forma com esse amor, que elas não existem mais e agora com essa declaração, o que posso dizer além de... SIM... SIM... SIM...

Eles se levantam e ambos colocam uma aliança em meu dedo ao som de palmas e assovios, observei a aliança e tinha uma pedra grande verde ao centro e em cada lado uma pedra menor diferente, uma era azul e a outra preta.

Thomaz me explicou que a verde era uma esmeralda, a azul era uma safira e a preta era um diamante negro, que era muito raro de encontrar, esta aliança ficou junto a nossa outra aliança de compromisso em meu dedo.

Nos juntamos em um abraço e nos beijamos, pude ouvir mais assovios, me deixando corado. Nos separamos e agradeci aos presentes e meus pais vieram me abraçar, assim como o pai de Nathanael.

_ Vocês me enganaram direitinho, se juntaram ao meus alfas e os ajudaram a fazer essa surpresa para mim. – dou um largo sorriso, olhando para nossos pais.

Peguei o celular das mãos do pai de Nathanael e conversei com a mãe de Thomaz, ela estava tão linda e feliz, dentro de mais alguns meses ela voltaria para nossa província e ela recomendou que não ousássemos a casar sem ela, tive que sorrir.

Estávamos todos acomodados na mesa, conversando tranquilamente e felizes, quando de repente vejo o pai de Thomaz caminhando ao nosso encontro, ele não tinha mais aquele andar e olhar prepotente. Thomaz se levante e o indaga.

_ O que esta fazendo aqui?

_ Fiquei sabendo que hoje seria o jantar de seu noivado e mesmo que você não me queira na sua vida, eu ainda sou seu pai Thomaz. – sua fala sai meio entrecortada, parecendo até amargurada.

_ Só agora que se lembra que é meu pai? Porque nunca se interessou por mim e no que eu queria. - Thomaz fala irritado e seus olhos enchem de água. _ Agora se veio tentar estragar esse momento especial ou tentar me persuadir a desistir do meu amor, acho melhor ir embora. – puxo um pouco Thomaz forçando-o a me olhar.

_ Calma amor, por favor, ele é seu pai... o escute... pode não concordar e ele o tenha feito sofrer muito, mas ele ainda é seu pai. – observo que o pai de Thomaz da um suspiro, ele parecia cansado, estava mais emagrecido e tinha manchas de olheiras em seus olhos, ele abaixa a cabeça e volta a falar.

_ Me perdoe, mas tudo o que fiz.  Tente entender que pensava estar fazendo o melhor para você, achei que compensaria a minha ausência comprando coisas, tentei minar a sua vontade para imperar a minha, na tentativa de fazer que você fosse melhor... - ele dá um novo suspiro e volta a falar baixo... _ do que eu... me desculpe por errar tanto... - ele para um pouco e volta a olhar Thomaz que ainda estava irritado. _ Melhor eu ir embora, eu só queria mesmo desejar felicidades para vocês e entregar um presente. – ele se volta para mim e me entrega um envelope, que pego com certo receio e o vejo se virar para ir embora, dou um toque em Thomaz, que dá um suspiro e me entende.

_ P-pai... - Thomaz suspira. _ ... ao menos tome uma taça de champanhe para comemorar a nossa felicidade.

Ele se vira e com um pequeno sorriso fala. _ Agradeço, mas estou dirigindo. – vira para mim e fala olhando bem dentro dos meus olhos. _ Cuide do meu filho Arthur!!!!

E o vemos ir embora, aquilo foi muito estranho, nem parecia o homem arrogante que conheci.

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