A recuperação de Arthur

448 47 2
                                    


Depois de nós alimentarmos, ficamos sentados na recepção, grudados um no outro, parece que a nossa necessidade de estar juntos havia crescido e após algumas horas, já estávamos ansiosos, foi quando o médico veio a nosso encontro.

_ A mãe de Arthur foi descansar um pouco, ela me deixou responsável por conversar com vocês. Primeiro gostaria de agradecer pelo que fizeram pelo Arthur, já havia lido artigos relatando casos de ligação de almas e curas, mas essa a primeira vez que tenho o privilégio de observar presencialmente. – faz uma reverência aos meninos e continuou a dar as informações.

_ Conseguimos retirar o Arthur do coma induzido e ele já respira sem ajuda da máquina, no momento está dormindo, mas assim que acordar permitirei que entrem novamente. Já reservamos um quarto na enfermaria para ele e recomendo que tomem um banho e descansem um pouco.

_ Será bom tomar um banho. – diz Nathanael.

São encaminhados as enfermarias e ao entrarem no quarto, observam admirados o luxo. Era enorme, com um leito ao centro, algumas coisas na parede, que pareciam oxigênio e outro frasco, tinha um sofá próximo a janela e do outro lado uma mesa com duas cadeiras, era bem arejado. Abriram uma porta e se depararam com um banheiro também enorme, havia uma banheira com barras e uma ducha. Nathanael pergunta sorrindo.

_  Tem certeza que isso não é um hotel. - Thomaz apenas sorri.

_ Vamos tomar um banho para relaxar e estarmos prontos para o nosso amor. - Thomaz já entra e liga a banheira, que de tão grande caberia os dois.

Thomaz entra na banheira e Nathanael senta a sua frente de costas pra ele, que o abraça e Nathanael descansa a cabeça no ombro de Thomaz expondo sua glândula no pescoço e ficam assim por um tempo, sentindo os feromônios um do outro.

Thomaz da leves beijos em seu pescoço, arrepiando Nathanael.

_ Desculpa meu amor, mas estou me sentindo estranho, pra não dizer carente. – diz Thomaz.

_ Eu entendo você, também estou, acho que estamos sentindo a falta de nosso ômega. – Nathanael vira o rosto para Thomaz, com os olhos cheios de lágrimas.

Thomaz o abraça mais forte, também com lágrimas nos olhos e beija seus lábios suavemente, como não havia feito antes, já que sempre com Nathanael, sentia uma necessidade grande e um desejo ardente. Agora o beijo era um carinho e uma vontade de estar juntos. Separam seus lábios, mas continuam abraçados.

_ Espero que o pai de Arthur, pegue o culpado por esse acidente, onde quase perdemos nosso ômega. E se for mesmo culpa de Vick, eu vou acabar com ele. – diz Thomaz nervoso.

_ Amor, por favor se acalme, nesse momento é ruim ficar assim, devemos estar em harmonia, para podermos estar com Arthur e não lhe causar mal ou dor. – diz calmamente Nathanael, tentando acalmar Thomaz.

_ Você está certo, não vou pensar nisso agora. – e dá um beijo em Nathanael, mas desta vez passa a língua em seus lábios e pedi passagem, concedida por ele, explorando sua boca com desejo, fazendo Nathanael gemer baixinho, pois as mãos de Thomaz passam por seu tórax.

Thomaz se separa um pouco de Nathanael e o observa.

_ Você é tão lindo, quero tanto estar nós três novamente, desejo tanto vocês, que chega a doer. Quero o nosso ômega conosco e bem!!!! Eu já não estou me aguentando, mas preciso de ter calma. – diz Thomaz com sofreguidão.

Eles ficam ainda um tempo abraçados, se fazendo carinho dentro da banheira, quando terminam de tomar banho, deitam-se abraçados no sofá–cama do quarto, para descansar e esperar liberarem para estar novamente com Arthur. 

Eles escutam alguém abrir a porta, era uma beta baixinha, que se apresenta como a enfermeira do plantão, que os encaminham ao CTI, novamente caminham por corredores, elevador e entram na mesma salinha e fazem tudo novamente... trocam de roupa, sapato, lavam as mãos, nova máscara e descontaminação.

Ao entrarem no quarto de Arthur, o veem de olhos fechados no leito, já estava respirando sozinho sem dificuldade, ainda tinha alguma medicação infundindo pela punção de antes, mas era visível a melhora, sua cicatrização estava sendo rápida e seu odor invade suas narinas, os fazendo liberarem também seus feromônios, fazendo Arthur sorrir.

_ Eu já tinha sentido vocês antes de entrarem aqui. - fala Arthur em um sussurro, abrindo os olhos.

Os alfas correm e o abraçam com cuidado chorando e agradecendo por ele estar vivo!!!!!

_ Me desculpe Arthur, tudo isso é culpa minha. – diz Thomaz chorando muito.

_ Eu fiquei muito triste ao vê-lo com aquela ômega, mas deveria ter tido calma, como Nathanael me disse, com certeza haveria uma explicação, porque sei que vocês me amam, da mesma forma que eu os amo. – diz Arthur, meio que aguardando uma explicação.

_ Eu acho que Vick, pode ter provocado o acidente, seu pai ainda está investigando, mas eu tenho quase certeza que o vi na noite do acidente. – diz Thomaz.

Arthur o olha pensativo. _ Se ele estiver envolvido, meu pai e Yan são as melhores pessoas para descobrir. Ele nem imagina com quem mexeu. – Arthur fala olhando para o teto, deixando Thomaz intrigado.

_ Agora sobre aquela ômega, o nome dela é Nicolle. – começa a dizer Thomaz.

Arthur faz um cara feia ao ouvir o nome da ômega e  se ajeita na cama, fazendo uma careta de dor, Nathanael o segura e diz. _ Vá com calma amor. - E Thomaz continua, para esclarecer de uma vez.

_ Foi uma armação de Victor, parece que os pais de Nicolle a venderam, para que ao se tornar minha noiva, ocorresse a fusão das empresas deles, mas quando senti seu feromônio e te vi, queria te explicar, mas vocês não me deram tempo. Falei muitas coisas ao meu pai e creio que ele deve ter me deserdado, porque simplesmente não vou fazer o que ele quer e acabei contando sobre nós, deixei claro que não vou me separar de vocês. – fala de uma vez Thomaz.

_ Nossa Thomaz, mas se ele te deserdar como você vai fazer? – perguntou Arthur.

_ A minha avó quando faleceu me deixou uma herança que meu pai não pode mexer de forma alguma e posso me sustentar se for o caso dele me deserdar, mas nunca sai de casa, porque sempre pensei na minha mãe, que é uma escrava dele, só faz o que ele manda e nunca fala nada, peguei ela várias vezes chorando quando ele não estava, mas não entendo porque ela não se separa dele.

_ Thomaz ela age assim por causa da marca? – pergunta Arthur triste e pensativo.

_ Ela nunca foi marcada por Víctor, outro coisa que nunca entendi. Acho que com o tempo o psicológico dela foi totalmente abalado. – fala Thomaz, tentando deixar Arthur um pouco mais tranquilo, pois percebeu sua mudança de humor.

_ Agora compreendi tudo, me desculpe por tirar conclusões precipitadas, meu pai sempre fala que o melhor é sempre o diálogo. Prometo que sempre irei manter o diálogo aberto. – fala Arthur já com um sorriso.

_ Só tem mais uma coisa sobre Nicolle. – fala Thomaz. _ Eu a trouxe comigo. _ Não tinha coragem de deixá-la com Victor e tinha uma intuição, que se revelou correta. – respira Thomaz.

Arthur fecha a cara e seu sorriso murcha.

_ Lembra que Lucas, falou que estava sonhando com sua predestinada? Pois bem, Nicolle é a predestinada dele e agora eles estão juntos. – Thomaz abre um sorriso, que faz Arthur sorrir.

_ Obrigada amor, por deixar tudo claro, juro que terei mais paciência. - fala Arthur, apertando a mão de Thomaz e o puxando para um beijo singelo.

Arthur virá para Nathanael e dá um selinho nele, causando uma surpresa.

_ Obrigada amor, por cuidar de mim, se não tivesse colocado o cinto em mim, não estaria aqui hoje. – Arthur fala olhando bem nos olhos de Nathanael, que cora e o beija suavemente.

_ O que eu estou vendo aqui, hein? Já está tão bem assim, que acha que pode ficar beijando seus alfas Arthur... – fala a mãe de Arthur ao entrar no quarto, sorrindo e fazendo–o corar, ao vê-la.

Logo atrás chega o médico para avaliá-lo.

Após algumas avaliações, o médico sorri e logo fala. _ Vocês me permitiriam escrever um artigo sobre a ligação de almas de vocês? É algo tão raro e está sendo incrível a recuperação de Arthur.

Olhamos para Arthur, que concorda. _ Nosso amor estará escrito para todos lerem. – comenta Arthur, com um sorriso.

_ Agora posso abraçar meu filho? – pergunta  mãe de Arthur rindo, já que os dois alfas estavam um de cada lado do leito. – Eles se afastam um pouco para ela chegar próxima.

_ Eu te amo muito meu filho, você tem os melhores alfas. Eles ficaram com você todo esse tempo, nem foram para casa. – ela fala baixinho no ouvido dele, que deixa cair algumas lágrimas.

_ Eu também te amo mãe!!!!!

_ Pronto podem voltar. - chama os alfas. _ E só para vocês saberem a união de seus feromônios é magnífica!!!!! - fala a mãe de Arthur, saindo do quarto.

Eles sobem na cama e abraçam Arthur, que fecha os olhos também e parece que entram em transe novamente, inundando o quarto com o feromônio único.

O diário do ÔmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora