Capítulo 32

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- Kerttu?! Kerttu?!

A voz calma que chegava aos meus ouvidos anunciava que o novo dia já havia começado. Mas eu ainda me sentia cansada demais para sair da cama. Então apenas me virei para o outro lado, num pedido silencioso para que Luna desistisse de me acordar.

- Kerttu?!

Mas que persistência! Luna não costuma agir assim.

- Já passa da hora de levantar, querida.

Oh não.

Aquela voz... não pertencia a Luna...

Abri os olhos e me sentei na cama. Seria possível que uma nova foto escandalosa estivesse estampando a primeira página do jornal dessa manhã?

- Mãe?! - chamei.

Entretanto, o primeiro rosto que surgiu à minha frente foi o de meu pai.

- O que estão fazendo aqui?

- Dessa vez não vamos abir nenhuma brecha para que você fuja do que temos a dizer. - bradou a rainha.

- Okay... - concordei em tom de rendição, enquanto esfregava os olhos, na intenção de espantar os resquícios do sono e mostrar-me atenta.

- Foi preciso que permitíssemos os absurdos da reunião de ontem, pois, além de ser um péssimo momento para entrar em conflito com os ministros, de certa forma eles estavam certos.

Ouvir que minha estava de acordo com aquilo... que bela forma de começar o dia!  Simplesmente assenti para que eles continuassem.

- Eles não gostaram da ideia do concurso culinário... queriam que você marcasse os encontros, mesmo que supostamente, com base nos anseios do coração.  - foi a vez de meu pai falar.

- No entanto, eu considerei que foi uma ideia bastante criativa, sobretudo para que você os avalie no trabalho em equipe. Além disso, queremos dizer que estaremos do seu lado em qualquer decisão que tomar, porém você não pode, de forma nenhuma, apressar suas escolhas devido às pressões que têm sido colocadas sobre você. Jamais iria me perdoar se a Seleção acarretasse uma decisão que lhe trouxesse infelicidade. Gostaria de pedir que não resolvesse nada, até ter plena certeza. Mas, como a vida nos prega infinitas peças e raramente temos certezas, preciso que nos prometa uma coisa.

- O quê?

- Só vai escolher algum desses rapazes se realmente estiver apaixonada. - expôs papai.

Senti o rubor colorir minhas faces, aquela conversa estava se tornando um tanto constrangedora.

- Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, digo a vocês que está prometido! - afirmei, fazendo menção ao discurso proferido, e eternizado, há muitos anos pelo primeiro imperador do Brasil.

Ambos sorriram e se levantaram da cama, onde haviam arrumado espaço entre a infinidade de papéis espalhados, porém não perguntaram absolutamente nada sobre o que significava aquilo.

- Só queremos que seja feliz! - mamãe, sussurrou e, logo em seguida, deu uma piscadela.

***

Após o café da manhã, sigo para a sala de cinema,  arrastando Zac e Luna comigo, seria demasiadamente desconfortável permanecer sozinha por muito tempo naquele espaço imenso.

Assim que foi dado o "play" na gravação do processo de confecção dos pratos para o torneio de culinária, Zac me entregou um imenso balde de pipoca.

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