Roman narrando.Os primeiros raios de sol daquela manhã atravessaram a cortina sem piedade, levei a mão no rosto tentando fugir da claridade, em vão, suspirei fundo, olhando pro lado e tendo a vista mais linda possível para uma manhã de sábado.
Isabella dormia com uma das mãos embaixo do travesseiro, estava virada na minha direção, e graças a claridade que me acordou, via cada traço delicado do seu rosto. Todas suas sardas bem visíveis graças a falta total de maquiagem ali. Ela parecia literalmente um anjo. Serena e de feição tão serena, como se estivesse num sonho maravilhoso. Toquei seu rosto lentamente, cuidando pra não acordar ela.
Não sei quanto tempo fiquei ali, deitado, apenas a observando dormir, meu dedo indicador corria pela sua bochecha e subia até próximo de suas sobrancelhas. Logo a claridade também chegou nela, que forçou um pouquinho os olhos pelo incômodo. Abriu os mesmos lentamente, levando um pequeno susto ao me ver encarar ela.
– Caraca Roman, que susto – brincou, me tirando um sorriso.
Sua voz ainda era embargada pelo sono, ela passou a mão pelo rosto. Se sentando na cama, coloquei meu braço embaixo da cabeça e a olhei encarar suas roupas espalhadas pelo meu quarto.– Céus, eu preciso sair daqui antes da tia Denise acordar! – disse, parecendo preocupada.
– Eu invento uma desculpa – garanti, a olhando se levantar – já vai?
Ela me olhou com as sobrancelhas juntas.– Sim...?! – sorriu, pegando peça por peça do chão – te vejo na varanda pro café da manhã?
– Claro – sorri de canto a vendo sair quase correndo do quarto.Isabella narrando.
Tomei um longo banho e até lavei os cabelos, me sentia tão inteiramente disposta aquela manhã. Vesti um vestido bem levinho, e penetrava o cabelo na frente do espelho quando ouvi duas batidas na porta.
– Entra – meu sorriso já surgiu, imaginando quem seria – Não consegue mais ficar longe de mim?
Mas fiquei muito sem graça ao ver o Tom ali e não o Roman, levei a mão na boca, ficando vermelha de um segundo pro outro. Voltei a atenção ao meu cabelo pra disfarçar.– Posso te falar uma coisa? Como amigo...
– Diz – sorri de canto, deixando a escova sobre a penteadeira – se eu vou levar em consideração é outra coisa.
– É sério Bella – disse, tirando de vez o sorriso do meu rosto – cuidado com isso que tá fazendo.
Cruzei os braços, inteiramente na defensiva. O que ele tinha haver com minhas escolhas?
– Isso o que?!
– O Roman não é o cara certo pra você – disse, me olhando fixamente – ele não gosta de você.
– Eu não quero me casar com ele Tom! A gente só tá ficando – garanti, olhando a hora no meu celular – já acabou a palestrinha?
– Vai se machucar com ele – disse, com tanta intensidade que eu tive medo – ele é instável, agora está um amor, mas em um segundo ele te troca por outra.
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Quase Um Pecado - CONCLUÍDA
RomanceA paixão não escolhe por etnia ou religião, cor ou sexualidade, quando ela vem, em grande peso, ela sempre vence as barreiras criadas pelo ser humano através dos anos.