Isabella narrando
Não tive muito tempo com Roman nos três dias que se seguiram, tudo foi bastante corrido pra ele na empresa e pra mim no colégio. Deveres intermináveis pro final de semana, e bem, ele saiu todas noites pra Deus sabe onde. Mas os olhares continuaram, não entendia muito o que passava na mente dele, mas, apesar de tudo, estava gostando desse joguinho nosso.
– Seu pai ligou – tia Denise disse, me fazendo sorrir logo pela manhã – bom dia princesa.
– Bom dia tia – sorri, colocando a franja atrás da orelha – como ele tá?
– Ótimo! E morrendo de saudades de você.
– Eu também estou! Já vai fazer um mês... Falei com ele por mensagens a uns dias.
– Logo ele vem passar uns dias conosco – disse, animada – Vou preparar cappuccino, quer?
Apenas concordei com a cabeça, me sentando na mesa já decorada do café da manhã. Mexia em umas publicações do Instagram, quando vi Roman chegar, ele sentou na minha frente e me encarou. Já que éramos só nós tres na casa nos próximos dias, Drake havia saído numa viagem a negócios.
– Bom dia pra você também – brinquei, dando um sorrisinho.
– Bom dia – respondeu, forçando um sorriso – Vamos sair um pouco mais cedo hoje, tá? Tenho um compromisso antes de ir pra reunião.
– Tá.
O olhei disfarçadamente enquanto mexia no celular, e incrível como ele conseguia estar bonito e sexy uma hora daquelas da manhã. Ele usava um smoking preto, e notou meu olhar me congelando com o dele fixo em mim.
– Planos pra essa noite?
Ele me perguntou, o olhei como se fosse a pergunta mais estúpida do mundo. E era. Hoje é segunda feira! Como eu teria algum plano?
– Não, e você?
– O mesmo que você, seja o que for fazer – piscou.
Rolei os olhos com a fala dele.
– Lembrou de mim? – fui irônica e minha voz demonstrou isso.
– Deu saudades dessa sua boca – disse, enquanto me olhava.
Corei, tentando segurar o sorriso e o olhando fixamente. Sorte que a cozinha e a copa ficavam a um cômodo de distância.
– Prontinho querida – minha tia voltou, me entregando a caneca.
Sorri sem graça, tomando um gole do divino cappuccino que ela preparava. Ela sentou do meu lado e falávamos pelo resto do tempo livre, porque eu teria aula hoje. Estar dentro do carro sozinha com meu primo depois de sentir a língua dele na minha boca era desconfortável, mas ainda assim, tinha um efeito eletrizante maravilhoso. Adrenalina, talvez.
– O Tom disse que vão assistir uma série hoje, né?
– É! The Witcher – sorri, vendo o sinal se fechar – fica com a gente, se quiser.
– Tem uma TV grande no meu quarto... – falou, me olhando – se quiserem, a gente vê lá.
Apenas concordei com a cabeça, o sinal abriu e ele acelerou o carro, cruzando a avenida central. Virou em uma rua antes da minha escola, e tirou os cintos, o olhei confusa. Ele se aproximou, encarando minha boca.
– Roman... – reclamei, olhando seus lábios próximos – A gente tá em público, essa cidade conhece o seu carro e a sua cara.
– Mas você quase ninguém conhece – sorriu, tocando meu queixo – Não vou conseguir esperar a noite...
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Quase Um Pecado - CONCLUÍDA
RomanceA paixão não escolhe por etnia ou religião, cor ou sexualidade, quando ela vem, em grande peso, ela sempre vence as barreiras criadas pelo ser humano através dos anos.