O que quer de mim?

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Roman narrando.

Eu não ficaria em casa, não sabendo que Isabella podia correr qualquer tipo de perigo, não sabendo que ela ia com um desconhecido para qualquer lugar onde podia facilmente ser pega ou pior. E mesmo sabendo que pareceria um maníaco, eu os segui de carro, me surpreendendo com o bairro que entramos, literalmente do outro lado da cidade. Estacionei a uma distância segura, observando enquanto eles desciam do carro, até o simples fato dele tocar as costas dela para a guiar ao atravessar a rua me irritava, tudo naquela maldita noite parecia me deixar nervoso.

Fiquei ali durante um tempo, me questionando se deveria ou não entrar naquele lugar, observava os carros passarem enquanto minha mente pesava numa balança imaginaria se devia ou não ficar ali, odiava o fato de parecer desesperado atrás dela, mas, era exatamente assim que estava e uma hora ou outra teria que aceitar isso. Deixei o carro, o trancando, e trazendo comigo apenas meu celular e a minha carteira, atravessei a rua e me aproximei da entrada, sendo recebido por dois segurança.

– Boa noite – um deles me disse, o mais alto.

Apenas sorri como resposta, entrando no Pub e percebendo agora o outro dizendo algo a meu respeito, já que agora, ambos olhavam pra mim. Observei o local com toda uma decoração retrô, as mesas tinham acentos em forma de sofá de couro, o piso do chão era xadrez, tudo bem organizado pelo que notei, porque deixei de prestar atenção em qualquer detalhe quando vi a Isabella beijando aquele cara em um dos últimos bancos. Apenas desviei o olhar, como uma tentativa desesperada de fazer parar de doer, era como levar um soco no estômago só que pior, mil vezea pior

Me sentei de frente ao balcão, o mais longe daquilo possível, me virei observando todas aquelas garrafas de bebidas, eram todas as marcas imagináveis e não só nacionais, muitas exportadas de longe. Pedi uma dose tripla de whisky escocês, e o tomei em um gole apenas, tirando meu celular do bolso e o deixando sobre o balcão. Repeti o pedido, vendo o olhar desconfiado do homem que me atendia.

– Algum problema?! – questionei.

– Nenhum eu espero – disse, me servindo e empurrando o copo na minha direção – Dois Ramírez aqui em uma noite? Sabe Roman, eu espero que não nos traga problemas.

– Não trarei – garanti, dando um gole no whisky – Só estou cuidando da minha prima.

– Ela parece estar muito bem – completou, me fazendo olhar naquela direção.

Isabella ria tanto de algo que chega estava toda vermelha, o maldito incômodo voltou, junto de uma vontade enorme de a tirar daqui pelos cabelos. Mas não faria isso, não ia foder ainda mais com tudo e porra, ela realmente parecia bem, feliz, e foi assim que terminei aquela dose. Perdi a noção do tempo, e também do número de doses que virei estando sentado ali, eu mesclava entre olhar pra ela e sentir meu peito queimar de um jeito não legal, e também não graças ao álcool, e olhar pro meu celular e desejar ligar para alguma das minhas meninas virem me buscar aqui, só que eu não ligava, só pensava a respeito, sempre desistindo e focando em "melhor ficar aqui e garantir que nada vai acontecer", só que não vai, e mesmo sabendo, eu preferia passar a noite ali, sentindo um ciúmes absurdo cada vez que olhava naquela direção e os via tão próximos.

Estava distraído conversando com o Tom no celular, ele já havia dito pra eu ir embora a algum tempo, mas ainda respondia todos meus textos de bêbado, por mais que eu só escrevesse coisas que amanhã eu duvido que lembre. Era do tipo de coisa sentimental, como "Ela acabou de beijar ele e eu sinto a porra do meu peito queimar. Mas não era pra queimar, porque o coração só serve para bombear o sangue, mas ainda assim, essa porra parece levar uma facada toda vez que olho pros dois", tá, era disso pra pior. Nunca achei que eu fosse passar por algo assim. Fundo do poço que dizem, eu estava, mergulhado nele.

Quase Um Pecado - CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora