Isabella narrando
Não sei quanto tempo já faz que estamos dentro do carro, Peter parou próximo a um parque, e estacionou por ali, me deixando chorar sem perguntar mais nada. O que eu agradecia mentalmente por ele fazer, não suportava nem pensar a respeito. Quem diria mentir, ou inventar algo.
- Quer que eu compre algo pra comer ou beber? - questionou, me olhando.
- Não precisa, obrigada - sorri de canto, secando os olhos - Já está fazendo muito por mim.
- Não mesmo - sorriu, deixando o seu celular de lado - Isabella, é o seu primo, não é?
- O que? - o olhei assustada, secando as lágrimas que molhavam minha bochecha.
- Eu já desconfiava, mas na noite em que ele arrebentou minha cara com um soco eu tive certeza.
- Espera, do que tá falando?
- Você dois tem algo, é estranho mas já vi coisa pior.
- Não Peter, você entendeu errado! - tentei sorrir, fungando para enfim deixar de chorar.
- Eu fiz de propósito na festa, Isa - assumiu, respirando fundo, e me olhando fixamente - Eu jamais falaria daquela forma sobre você, eu só vi o jeito que ele te olhava e então eu o provoquei. E pela reação dele, eu soube.
Engoli em seco, e abaixei a cabeça. Ele tocou meu cabelo, colocando atrás da minha orelha, me afastei incomodada com isso.
- Não vou te julgar por isso, fica tranquila.
- Pode me levar no Tom? - pedi, o olhando - Não quero passar a noite em casa, não quero nem olhar na cara dele.
- Claro que eu te levo.
E ele fez, me levou até o novo apartamento do Tom, sem fazer muitas perguntas de novo. Isso no Peter era ótimo, ele não é do tipo que questiona, ele parece mais observador, e ter notado sobre Roman e eu até me assusta, mas assim que chegamos eu me despedi dele, indo até a portaria e esperando eles ligarem pra ele e me liberarem a entrada. Levou uns vinte minutos, que fiquei inquieta, até finalmente me liberarem. Apertei a campainha uma única vez, e o Tommy já abriu a porta, estava com o cabelo molhado e a camisa recém vestida úmida também, obviamente havia saído do banho para atender o interfone.
- Oi Bella, tá tudo bem? - perguntou.Mas eu nem respondi, apenas entrei pra dentro da casa. Deixando minha bolsa no sofá.
- O que tá acontecendo?- Tinha razão, você sempre teve - disse, já sentindo meu olho arder novamente.
- Porra é sério isso? O que ele fez? - perguntou.
Então eu contei com riqueza em detalhes, já que com ele eu podia ser sincera, e ele se sentou no sofá do meu lado, me deixando dizer enquanto ficava deitada no seu peito e Tom acariciou levemente meu cabelo, me sentia acolhida enfim, por uma pessoa que só queria o meu bem, e não que fingia ser alguém que não é.- Vou arrumar minha cama pra você, tá? - sugeriu, se levantando e colocando a almofada no meu colo - Eu durmo aqui, amanhã te levo pra casa cedo.
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Quase Um Pecado - CONCLUÍDA
RomanceA paixão não escolhe por etnia ou religião, cor ou sexualidade, quando ela vem, em grande peso, ela sempre vence as barreiras criadas pelo ser humano através dos anos.