Flores

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Isabella narrando.

A segunda chegou depressa e com isso as aulas matinais, Roman estava um doce nos últimos dias, a gente sempre dava uns beijos escondidos pela casa mas não passou disso. Graças a falta de álcool em mim, e de chances para ele. Ele era muito diferente de comigo para com todo o resto da família, comigo ele parecia um garoto, e com os demais, ele era formal e distante, como uma armadura.

Me deixou cinco minutos atrasada na direção graças a ideia de parar pra me comprar chocolate só porque mencionei ter cólica pra minha tia e ele ouviu, sério, estava começando a me assustar com esse lado “preocupado" dele. O diretor do colégio nos olhou com aquela cara de quem diz “sei, chocolates", e acabou cedendo, Roman era muito convincente e todo mundo ficava meio desconfortável perto dele.

– Eu jurei que ia me abandonar nesse hospício hoje – Mona disse, assim que me viu chegar.

– Não faria isso sem avisar primeiro! – sorri, me sentando no meu lugar.

Tem quem diga que só os nerds da sala se sentam na primeira carteira, mas eu sempre preferi. Sentava bem a frente do professor, e não era do tipo cdf mas me esforçava bastante pra aprender a matéria, com o sonho de medicina ainda vivo na minha mente, eu levava a escola bem a sério.

– Como foi a noite com Bryan? – questionei, a olhando por cima do ombro.

– Incrível! Fomos a casa dele sabe, ele foi... – sorriu, me olhando a observar – muito bom.

– Eu perguntei uma vez se transou com meu primo e você disse que não – falei, não evitando o assunto – Mas ele disse que sim.

– Fofoqueiro – A garota rolou os olhos – Tá, foi uma vez, numa festa que só entrei com documento falso.

– Você tinha bebido?

– Se eu tinha? – ela riu, negando com a cabeça – estava drogada Isabella, sabe o que um lsd faz com uma garota de 16 anos?

– Eu não faço ideia – afirmei, a olhando – foi onde?

– Num quarto do rancho em que foi a festa. Acordei completamente marcada, sério, roxos, chupões, até mordidas. E o pior é que eu não me lembro.

Ela ria contando isso, e eu só imaginava, só pensava em como seria, como ele daquele jeito dele tão único e imprevisível seria na cama. Minha boca secou, ao mesmo tempo que me sentia mal por ela era teoricamente um estupro se ela estava drogada, mas eu... Não evitei de sorrir.

– Ele é meio dark – disfarcei.

– Sádico é pouco pra descrever – falou – Mas avisa ele, que se quiser bis, estou disponível.


Rolei os olhos, rindo.


– Não está com o Bryan?

Ela ergueu a mão, mostrando a ausência de um anel de compromisso. Novamente, virei os olhos, era difícil uma conversa séria com ela.

– Sem compromisso! – piscou – aprende Isa, é assim que fazemos, a gente pega, fode, e prova o próximo.

Eu definitivamente não me encaixava nesse tipo de garota, mas concordei ainda assim. A professora de geografia entrou, e o assunto precisou ser cortado.

Quase Um Pecado - CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora