Isabella narrando
As semanas praticamente correram entre meus dedos no meu primeiro mês em NY, principalmente depois de começar a frequentar as aulas. No começo não foi fácil, ser a aluna nova no meio do ano chama muito a atenção, e pelo simples fato de Ramírez ser meu sobrenome, também não deixou barato.
Mas, na medida do possível, estava me adaptando bem, Monalise e eu ficamos bem próximas e ela me apresentou seu pessoal. James, loiro e alto, levemente afeminado e apaixonado pelo meu cabelo, visto que nas aulas de educação física ele fazia tranças em mim. E Beatrice, morena e alta, bem parecida com uma modelo devo admitir.
– Hoje a noite, na casa do Matthew, você tem que ir – Mona dizia, sorrindo pra mim.
– Não garanto, estou na casa da minha tia e é chato sair a noite assim... – suspirei, torcendo pra ela insistir.
– Se quiser eu ligo pra ela, a casa tem uma piscina incrível, vai tá escola toda lá.
Concordei, mordendo o canto interno da boca enquanto aguardava minha carona.
– Ainda não acredito que Roman Ramírez é o teu motorista particular – brincou, mexendo no cabelo – a gente se pegou numa festa.
A olhei, me recordando do que ele disse ao seu respeito. Então, o motivo era esse. Ela tinha minha idade, então, ser menor não era um problema pro degenerado do meu primo.
– Transaram?
Ela até assustou com a pergunta, me olhando de cima embaixo, negou com a cabeça. Logo a buzina do outro lado da rua me tirou daquela conversa, mandei beijo no ar pra ela, e atravessei a rua, entrando no carro com os vidros fume todos fechados. Ele estava de óculos escuro, e mal me olhou, apenas acelerou o carro enquanto eu ainda colocava os cintos.
Roman narrando.
Aquele não estava sendo um bom dia, depois da pequena discussão com Drake no meio da reunião na empresa posso dizer que meu humor caiu bastante, como todos os dias, no horário do almoço, buscava Isabella na escola pra irmos pra casa.
– Onde vamos? – perguntou, me vendo pegar uma rua diferente.
– Tom, meu amigo chegou de Madri a vinte minutos – falei, sério – ele vai almoçar com a gente.
Ela concordou, pegando o celular de dentro da bolsa e mexendo nele. Não havia mais investido nela, nem dito nada do tipo, era algo errado e pesado, que podia foder com minha vida e planos para a empresa, então, por mais que a desejasse, havia deixado isso em último caso.
– Acha que Denise deixa eu ir numa festa hoje?
A olhei, esperando o semáforo abrir.
– Que festa? – questionei.
– É do Matthew Perry do último ano, ele alugou um rancho com piscina e a turma toda vai.
– Por mim, não vai.
Ela arregalou os olhos e me olhou quase rindo, tirei os óculos e a encarei antes de arrancar com o carro dali.
– Porque?
– Bebidas, drogas, moleques loucos pra uma transa – listei, focado na pista.
– Sei me cuidar.
– Uma taça de vinho e vimos do que é capaz – não evitei sorrir.
– Não Roman, não faz ideia do que sou capaz – me olhou fixamente, piscando os olhos e depois rindo de nervoso – sei me cuidar, vou pedir pra tia e volto as 23h.
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Quase Um Pecado - CONCLUÍDA
RomanceA paixão não escolhe por etnia ou religião, cor ou sexualidade, quando ela vem, em grande peso, ela sempre vence as barreiras criadas pelo ser humano através dos anos.