Roman narrando
Confesso que me surpreendi com a Isabella, desde que ela me "chutou", ela age como se nada tivesse acontecido. Digo, ela é convincente, fala comigo como sempre fez, age perfeitamente como se nunca tivéssemos acontecido. Até quando sozinhos, ela não deixa o clima estranho começar, logo ela diz alguma coisa ou então fica de fones, ela está se esforçando para agir naturalmente, e até prefiro isso. Imaginei que ela me ignoraria por completo, mas ainda aceita minhas caronas diárias para o colégio.
– Te busco as 13h – avisei, a vendo concordar.
Estava com um fone de ouvido, e com um chiclete até que irritante na boca. Nunca imaginei que eu quisesse falar sobre nossa relação, enquanto ela agia como se nunca tivéssemos tido uma. Essa garota sempre me surpreende, sempre parece estar um passo a frente, me deixando completamente sem reação.
– Ok! Estarei esperando, beijinhos – disse, deixando um beijo estalado no ar e descendo do automóvel.
Sorri sozinho de dentro do carro, a assistindo atravessar a rua. Mas logo retornei a dirigir, mais um dia na presidência da empresa me esperava e com ele, muito tédio e reuniões burocráticas. Quando desejava esse cargo não fazia ideia do quão maçante ele é, mas agora já não poderia voltar atrás, e nem queria. A Impire estava literalmente em minhas mãos, e sempre tive um fascínio pelo poder.
Na parte da manhã, enquanto Isabella estava na escola, Karine era quem "cuidava" de mim. Da minha agenda, sempre estava na minha sala, me passando as ligações, os horários de reuniões. Sentia até falta dela se atirando para mim, desde que a garanti que estava em um relacionamento, ela me tratava de forma muito formal e distante. Não entendo as mulheres, nem ferrando.
– Estive pensando, pra comemorar a minha presidência. Pensei em uma festa, o que acha? – perguntei, a vendo me olhar.
– Sabe que festas pra você, e para todas as outras pessoa a que trabalham aqui são coisas muito distintas, né?
– É, eu sei – sorri – por isso faria primeiro um jantar de confraternização, algo beneficente, para gerar lucros para doações a instituições ou sei lá.
– Algo nobre vindo de você? – abriu a boca, demonstrando surpresa – estou bege!
– Karine – a repreendi, a vendo rir – E depois a nossa festa, digo da nossa geração né?! Strippers, muita bebida, música... Sexo.
– Drogas? – questionou.
– Aí já é demais – rebati, coçando a garganta – Aí tenho certeza que algumas taças a mais, e você vai estar de volta de quatro por mim.
– Será Roman? – indagou, mexendo no seu vestido justo – Não vai trazer a sua namorada?
– Terminamos – fui breve, incomodado com o assunto.
– Já? – riu, negando com a cabeça enquanto fazia um som de desaprovação – Se bem que até durou, se tratando de você.
– Tem uma má ideia sobre mim...
– Porque será?
Isabella narrando.
Não estava sendo fácil, agir com tamanha "naturalidade" com o Roman. Quando tudo que eu sentia quando estava com ele era vontade de o bater até seu rosto deixar de ser tão perfeito! Mas eu tinha que agir assim, não podia o afastar ainda mais. Mantendo ele por perto, talvez eu consiga ainda monitorar como ele está de verdade. Então por mais que isso esteja me quebrando, devo isso a ele, preciso "cuidar" desse imbecil ou ele pode desmoronar sua vida, logo agora, que conseguiu a tão sonhada presidência! Garoto idiota.
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Quase Um Pecado - CONCLUÍDA
RomanceA paixão não escolhe por etnia ou religião, cor ou sexualidade, quando ela vem, em grande peso, ela sempre vence as barreiras criadas pelo ser humano através dos anos.