Capítulo 50 - Epílogo

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Epílogo

Eu estava parada na porta de trás da minha casa vendo Gabe aparar a grama, meses depois da sua saída do hospital. Em algum momento ele tirou a camiseta pendurando em torno do pescoço. O suor escorria pelas suas costas, as gotas brilhando enquanto desciam até o cós da calça jeans.

Engoli em seco.

— Essa água é para mim? — Ele perguntou desligando o cortador e vindo em minha direção, eu estava com uma garrafa na mão.

— Uhum. — Assenti com a cabeça quando ele chegou mais perto.

— Tem certeza? Você parece estar precisando mais do que eu. — Sorriu e secou o suor do rosto com a camiseta.

Arqueei uma sobrancelha.

— Você tomou o suficiente ontem à noite, se bem me lembro.

Gabe sorriu ainda mais e me puxou para ele, eu estava um degrau acima, então ele me segurou com seus braços me deixando um pouco mais alta. Envolvi meus braços em seu pescoço.

— Você está engraçadinha essa manhã. — Beijou meu nariz e eu sorri de volta dando selinhos.

Nesse momento escutamos a porta da frente abrir e fechar com força, cinco segundos depois Chris estava atrás de nós, na porta da cozinha.

— Cadê? — Ele perguntou irritado.

— Bom dia para você também, Sunshine. — Falei brincando.

— Só se for pra vocês. — Resmungou.

— Quem ou o que você está procurando a essa hora da manhã na minha casa? — Perguntei fingindo curiosidade, eu já sabia a resposta.

— Pierce. Ela pegou minha moto e sumiu.

— Você emprestou sua moto? — Gabe perguntou confuso ainda abraçado em mim.

— Eu estava bêbado!

— Você estava bêbado? Você não fica bêbado em bares. — Gabe ergueu uma sobrancelha especulando.

— Não era um bar, era em casa. Droga, eu odeio Jack Daniels, essa merda dá dor de cabeça. — Chris resmungou mais para si mesmo.

— Como e por que você emprestou sua moto para ela se você estava em casa? — Perguntei.

— Porque ela disse que tinha um encontro e eu obviamente estava bêbado para responder que ela podia ir.

— E ela não podia ir?

— Não! — Ele respondeu grosso, então ergueu a cabeça e fechou os olhos. — Sim! — Ele resmungou. — Vocês estão piorando minha dor de cabeça. — Ela podia ir na merda de encontro, mas não com a porra da minha moto.

— Ele aumenta muito o número de palavrões quando bebe, você devia lavar a boca do seu irmão com sabão. — Fingi que não me importava com a preocupação de Chris.

— Onde ela está? — Chris me encarou sério.

— Você já tentou a casa dela? — Sorri irônica.

— Não, a primeira coisa que eu fiz quando percebi que minha moto não estava no lugar depois de Amélia ter saído com ela foi vir correndo aqui. — Ele disse irônico. — É óbvio que eu já estive na casa dela!

Eu dei de ombros.

— Vai ver ela passou a noite com o encontro dela. — Sorri inocente.

Chris me encarou com raiva e deu as costas para nós voltando pela porta da cozinha.

— Eu vou levar essa merda! — Ele gritou agarrando minha garrafa de Jack Daniels e indo em direção a entrada da casa.

— Ei! Ainda são nove horas da manhã!

— Foda-se, em algum lugar já é meia-noite.

Gabe olhou para mim curioso.

— Você não está preocupada? A Amélia sumiu...

— Ela está em casa, me mandou uma mensagem ontem quando chegou.

— Ela teve um encontro?

— Sim, com a banheira e sais de banho na casa nova. — Eu sorri e beijei ele. — Ela se mudou durante a semana, por isso o sumiço na noite do futebol.

— Você não presta. — Ele riu. — Eu acho que fazia tempo que eu não via meu irmão tão puto... Aquela moto é o bebê dele.

— Ele que emprestou para ela. — Dei de ombros.

— Isso me lembra uma coisa... Meu irmão disse que estava em casa, isso significa que a Amélia estava lá com ele? — Gabe me encarou confuso.

Nós dois olhamos para dentro da casa, então voltamos a nos encarar. Gabe estava segurando o riso e eu encarando ele chocada.

— Se isso ficar sério, Deus que tenha piedade de nós! — Falei sem saber se ria ou se chorava.

Gabe acabou dando risada e eu segui junto com ele.

Não tinha chance... Gabe e eu batemos de frente no início, mas Chris e Amélia estavam em um nível de ódio totalmente diferente...

Continua em...

A SEAL 2

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