44. Megan
Depois de falar com Drake na delegacia, fomos direto para o hospital. Seth, Trace, Ben, Chris e Ezequiel estavam na sala de espera quando chegamos. De alguma forma, Ezequiel tinha conseguido sair ileso e ainda levar um dos caras que prendeu para interrogatório.
— Alguma notícia? — Amélia perguntou.
— Nada. Está em cirurgia desde que chegamos e perdeu muito sangue. — Seth respondeu.
Quase arfei, mas segurei o aperto dentro de mim. Mesmo assim Chris percebeu e me encarou. Ele estava com raiva.
— Se algo acontecer com ele... — Chris levantou e veio em minha direção.
Eu não pude respondê-lo. Mas continuei encarando, mesmo quando uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
— Se afaste. — Amélia entrou na minha frente.
Chris encarou Amélia e eu o senti fechar os olhos por um instante.
— É a porra do meu irmão. — Ele rosnou.
— É a porra do amor da vida dela. Ela já está destruída. — Amélia respondeu de volta para ele. Aquilo chegou tão forte em Chris que ele deu um passo para trás como se ela tivesse batido em seu rosto.
Chris saiu da sala alguns segundos depois e eu me sentei entre Seth e Trace quando Amélia saiu minutos depois.
— Luke está bem?
— Ele está na ortopedia. Quebrou a perna, mas vai ficar bem. — Trace disse. — Jones tirou ele de lá. Ele ficou preso sob a pilastra quando Hevania fugiu. Achou que fosse morrer. Ainda está assombrado porque Jones voltou para ele. — Trace sorriu.
— Jones nunca o deixaria. — Seth finalmente disse. — Ele nunca deixaria nenhum de nós.
— Vocês acham que eu... Se eu não tivesse entrado, poderia ter sido diferente, não é?
— A merda iria acontecer de um jeito ou de outro Megan. Aquelas meninas também precisavam de ajuda. Poderia ser diferente? Talvez sim, talvez não... Não temos como saber. Mas a culpa não é sua. Todos concordamos em agir. Gabe vai sair dessa. — Trace segurou minha mão.
— Obrigada.
Passamos várias horas na sala de espera. Em algum momento Luke se juntou a nós. Alicia vinha caminhando ao lado dele no corredor, enquanto ele tinha uma perna em gesso.
— Megan! — Alicia disse e me abraçou. — Você já teve notícias do seu cara? — Sorriu. — Eu sabia que ele tinha olhado para você! — Ela apertou minha mão.
— Ninguém veio nos atualizar ainda. Ele está em cirurgia. — Sorri fracamente.
Luke passou as mãos pelos cabelos e sentou em uma cadeira de frente para mim.
— Ele voltou por mim... — Disse me encarando.
— Ele fez. — Concordei, mas sem culpa-lo. Eu conhecia Luke e sabia que ele estava se culpando também por sempre ter sido um merda com Gabe. — É quem ele é. — Eu sorri fraco para Luke.
— Ele é um bom cara. — Ele murmurou.
— É sim.
— John teria gostado de vocês dois. — Luke disse e eu vi Alicia arfar, ele não percebeu e continuou. — Claro que ele não teria sido fácil, mas no final, teria aprovado. — Luke sorriu brincando.
— Expectativas de irmão mais velho? — Eu sorri.
— Expectativas de irmão mais velho. — Ele concordou.
— Obrigada, Luke.
Luke inclinou a cabeça para trás na cadeira e descansou os olhos.
Mais tarde, um médico finalmente veio até nós.
— Família de Gabriel Jones? — Ele perguntou e Chris que tinha voltado algum tempo atrás ficou em pé.
— Sim.
— Estamos encaminhando o senhor Jones para o quarto C071. Precisamos que alguém fique para passar o restante da noite. Ele não irá acordar até amanhã, mas esperamos que tudo fique bem. Se passar a noite.
— Ok. — Chris disse e o médico se retirou.
Eu também tinha ficado em pé quando o médico chegou, então Chris olhou para mim.
— Você quer ficar? — Perguntou oferecendo. Eu sabia que ele iria ficar e que ele me culpava, então significava o mundo ele oferecer.
— Eu...
— Ele provavelmente iria querer você lá. Fique. — Chris suspirou.
— Ok. Obrigada. — Falei de volta e me encaminhei para o corredor que levava a ele.
Gabe estava deitado tão pacificamente que eu quase não acreditei. Ele sempre era tão cheio de sorrisos. Aqueles malditos sorrisos.
Lembrei da nossa primeira noite juntos e da forma como ele sorriu para mim, aquecendo todo o meu corpo.
Toquei seus lábios com os meus e me afastei, sentando na cadeira reclinável.
A noite passou sem muitas surpresas. Acordei em alguns momentos, mas Gabe estava sempre da mesma forma.
Pela manhã, Chris apareceu e ficou um tempo com ele enquanto eu ia para casa. Quando voltei, perto do meio-dia, ouvi Chris no telefone com alguém.
— ... mas porra, se ela não tivesse entrado daquele jeito, isso tudo... — Peguei o final do que ele estava dizendo enquanto abria a porta.
Eu não iria lidar com Chris me culpando, sabia que ele estava assim porque era seu irmão naquela cama. Eu sabia que ele tinha gostado da ideia de eu entrar na primeira vez que a propus. O que ele não gostou foi eu ter feito isso mesmo sem autorização. Eu tinha refletido o suficiente. Poderia ter feito as coisas de outro jeito, mas, ainda assim, pelo menos as garotas estavam todas salvas e livres. Simplesmente ignorei quando ele saiu para pegar café.
Conversei um pouco com Gabe e com o médico que veio vê-lo. Gabe não podia me ouvir, mas ainda assim eu precisava pedir que ele lutasse.
— Por favor, preciso de você. — Murmurei uma última vez antes de Chris voltar.
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A SEAL
RomanceUma noite casual era tudo o que Megan precisava para voltar a dormir bem. Não que ela tivesse pensado nisso quando saiu de casa e foi até o bar. Gabe só queria assistir o jogo do seu time e se preparar para o dia seguinte em sua nova missão. Ele pre...