23. Gabe
— O QUÊ?! — Eu gritei encarando Amélia. A sala subitamente sufocante.
Porra.
Merda.
Eu ia matar alguém.
Meu coração estava batendo tão forte nos meus ouvidos que achei que a minha cabeça ia explodir.
Aquela merda não podia ser verdade.
Ela não tinha feito isso.
Porra.
Eu tinha que estar sonhando. Ou melhor, eu tinha que estar em uma porra de pesadelo.
— Ela entrou no cartel. Ontem à noite. Eu só ouvi a mensagem no meu celular hoje. — Amélia repetiu.
— Caralho. — Chris murmurou ao meu lado esfregando o rosto com uma mão.
Eu acho que eu estava branco agora. Meu coração não estava mais batendo nos ouvidos, na verdade parecia que tudo tinha adormecido e por um momento eu pensei que ia precisar sentar. Eu acho que eu sentei. Quando percebi isso peguei o copo de vidro com água em minha frente e joguei contra a parede. Gritei tão alto um "não, porra" que as demais pessoas que estavam fora da sala de reuniões olharam assustadas para dentro.
Segurei meus cabelos com as duas mãos e puxei.
Caminhei para lá e para cá na sala antes de me apoiar em um balcão e tentar controlar a respiração.
Em algum lugar ouvi Chris chamando meu nome, mas realmente só ergui a cabeça para ele depois de perceber que eu tinha quebrado o material compensado do balcão de tanto apertar.
— Concentre-se, Jones! — Finn disse de algum lugar da sala. — Nós precisamos lidar com a irresponsabilidade dessa agente agora. Ela pode ter colocado toda a operação a perder.
— Foda-se a merda da operação! — Eu gritei para meu comandante. Eu nunca, em todos os anos de serviço, desrespeitei um superior.
— Eu achei que você tivesse dito que ela não seria um problema. — Finn falou duro, me encarando. Eu acho que aquele velho queria morrer.
Caminhei até ele ficando cara a cara, eu estava bufando.
— Controle-se, Gabriel. — Finn falou me encarando fundo. Ele, assim como eu, dificilmente se sentia intimidado por alguém.
Ainda respirei fundo algumas vezes na frente do meu comandante, até ter o controle de volta em mim. Quando me senti finalmente firme o suficiente para voltar a falar, me virei para Amélia.
— Por que ela faria essa merda?
— Ela tem um contato lá dentro, um garoto chamado Drake. — Amélia disse baixinho, ela parecia com receio agora.
— Como você sabe disso? Ela não disse apenas na mensagem que estava entrando e que manteria contato? — Estreitei os olhos para ela, indo em sua direção.
— Gabriel. — Meu irmão se colocou entre Amélia e eu.
— Se você ajudou nessa merda, Amélia... — Eu ameacei.
— O plano dela é bom, Jones! Megan estudou essa merda mais do que qualquer um! Ela vai ficar bem.
No momento em que Amélia admitiu que de alguma forma sabia o que Megan estava fazendo eu vi vermelho. Chris me segurou impedindo que eu chegasse mais perto dela.

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A SEAL
RomanceUma noite casual era tudo o que Megan precisava para voltar a dormir bem. Não que ela tivesse pensado nisso quando saiu de casa e foi até o bar. Gabe só queria assistir o jogo do seu time e se preparar para o dia seguinte em sua nova missão. Ele pre...