Capítulo 28

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28. Megan

Não sei quanto tempo exatamente passei no escuro. O quarto ainda continuava na penumbra. Minha cabeça estava doendo e senti o sangue seco quando passei a mão perto da testa. Merda. Aos poucos a noite de quinta-feira foi voltando a minha mente. Eu havia encontrado Hevania outra vez.

Aquele lugar era simplesmente horrível. E aquela mulher... Ela era completamente louca. Senti um arrepio percorrer meu corpo ao relembrar o momento em que ela entrou em meu novo quarto.

— Olá novata. — Ela sorriu com escárnio. — Vou ensinar como as coisas funcionam por aqui. — Ela se aproximou e segurou meus cabelos puxando forte. — Você nunca mais vai olhar para o meu homem novamente, entendeu?

— Eu não...

— Calada! — Ela me deu um tapa no rosto e sem motivo algum começou a bater minha cabeça contra a parede.

— Kosher não fica de gracinha com vocês, vadias. Ele tem coisa melhor em casa. Por isso, escute bem: Não chegue perto dele novamente ou vou arrancar a sua pele. — Ela fez uma pausa e se aproximou do meu ouvido. — Com água escaldante.

Eu decidi que seria melhor não respondê-la, mesmo que eu não fizesse ideia do por que dela achar que eu tivesse gostado em qualquer momento do quase estupro daquele outro louco.

— Responda, sua estúpida! — Ela gritou e jogou minha cabeça contra a parede novamente. Fiquei zonza pela força do impacto.

— Eu não olhei para ele. — Falei atordoada.

— Eu tenho certeza que você pensou que poderia escapar se abrisse as pernas uma vez, mas eu tenho más notícias para você, cadela. — Ela voltou a falar no meu ouvido. — Você só sai daqui morta.

Outra vez ela bateu minha cabeça contra a parede, senti a escuridão tomar conta naquele momento, mas não desmaiei completamente. Estava deitada no chão, com os olhos quase fechando quando ouvi Havenia outra vez e a voz de Drake na porta.

— Saia daqui, seu idiota! A última surra não foi o suficiente?

— Ela precisa de água e algo para comer, está desde ontem... — Ele não terminou de falar, ouvi o tapa estalar no rosto de Drake e gemi sem forças. Eu não podia nem ajudar a mim mesma naquele momento.

— Saia daqui, antes que eu exploda a sua cabeça, idiota.

— Mas...

— Seu merdinha insolente! — Hevania gritou e ouvi algo estalar como um chicote.

Depois daquilo eu deixei que a dor, a fome e o cansaço tomassem conta de mim e apaguei.

Olhei ao redor do quarto agora, no pouco que podia ver devido a um fio de luz que entrava por baixo da porta. Tateei a parede até as proximidades da porta, tentando encontrar algum interruptor, mas não havia nada. Pelo jeito eu iria continuar no escuro.

Sentei na cama e encolhi meus joelhos ficando com as costas na parede. Havia um travesseiro e uma coberta fina, eu não podia distinguir qualquer outro tipo de móvel ou objeto no quarto além da cama. Não havia janela. Não havia água ou banheiro. Percebi que estava em uma espécie de cela e sentir falta dessas coisas me fez perceber o quão sedenta eu estava. Se ainda fosse quinta-feira, eu estava a cerca de 24 horas sem beber ou comer nada. Se já fosse sexta-feira, mais tempo ainda.

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