Capítulo 22

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22. Megan


Depois de uma hora de luta no tatame, passamos para tiro ao alvo e em seguida tivemos uma reunião com Rogers e Finn. A inteligência tinha informações novas para nos passar. Gabe e Chris já estavam a par de tudo, ainda assim, não pude deixar de notar como os dois estavam tensos ouvindo novamente sobre o que o cartel estava fazendo agora.

Nós todos estávamos tensos. Amélia olhou por cima da mesa para mim, parecia que ela iria abrir a boca a qualquer momento sobre o que eu faria aquela noite. Eu lhe dei um olhar duro. Por mais que ela estivesse indecisa, ela tinha que saber que aquela era a melhor opção. Eu não estava sendo movida só pelo desejo de justiça pelo meu irmão, caramba.

Eu e ela éramos as melhores daquele grupo na área de estratégia, ela sabia que o meu plano era melhor do que o de Gabe em muitas formas. Era perigoso? Óbvio que era! Assim como o dele! Mas não era porque ele era homem que o plano dele era melhor.

Eu não tinha simplesmente acordado em uma bela manhã e decidido entrar na porcaria do cartel. Eu estudei as informações que Drake me deu ao longo daqueles meses. Eu o ensinei a chegar até Amélia para passar informações sem ser notado. Eu desenhei diversas vezes a estrutura do cartel memorizando as partes daquele lugar. Pelo menos o que Drake conseguiu me mostrar. Eu estudei cada atitude, cada movimento, cada mínimo detalhe dos relatórios que meu irmão passou para o DP durante o tempo que ficou lá. Eu sabia que até o último relatório ele não tinha conhecido o cabeça da operação, que eu acreditava firmemente ser o tal Kosher. Eu iria continuar de onde ele parou e pelo visto conseguiria a confirmação e as provas necessárias rapidamente. Meu irmão já tinha feito a parte difícil do trabalho. Eu só precisava terminá-lo.

Eu não estava simplesmente indo até lá de mãos abanando. Eu sabia o que estava fazendo. Talvez eu não tivesse o conhecimento da dimensão e do que seria estar infiltrada dentro do cartel, mas eu definitivamente sabia o que estava fazendo.

Depois da reunião, saímos para o almoço. Fui até um restaurante com Amélia, pedimos nosso comida e enquanto aguardávamos eu já não aguentava mais o silencioso da minha melhor amiga.

— Amélia. — Chamei, ela voltou a atenção para mim. — Relaxa. Vai dar tudo certo.

— Sério? Você realmente me mandou relaxar? Depois de tudo que nos falaram naquela sala de reuniões, você me manda relaxar?

— O que exatamente você quer que eu faça? Espere mais um mês, deixe esse maldito filho da puta estuprando dezenas de garotas e expondo na internet para um bando de sádicos decidirem se preferem que elas sejam comidas por um ou vinte caras seguidamente? Você quer que eu conte mais um mês como em vão na morte do meu irmão até que eu tenha a maldita justiça feita? Eu quero esse pedaço de merda atrás das grades, Amélia. Eu quero ele apodrecendo na cadeia o mais rápido possível. Eu quero aquelas meninas de volta nas casas delas, com suas famílias hoje, agora. Eu não quero esperar mais um mês para decidir como tirar elas desse lugar, como acabar com todo esse esquema!

— Eu sei, Megan! Eu também quero isso, mas eu não tenho certeza se o nosso plano é o melhor nesse momento. Nós não temos noção da dimensão real e da proporção que esse cartel tomou! Você mesma ouviu o Gabriel e o Chris discutindo sobre alguma coisa que estava acontecendo do outro lado do país! E se isso for muito maior do que imaginamos? Nós sabemos que eles têm os contatos pra onde enviam as garotas, mas e se não for só aqui que elas ficam presas? O que vai acontecer com os outros lugares?

— Eu só posso trabalhar com as informações que eu tenho e no momento o que a nossa agência nos passou é que aqui está acontecendo essa merda. Se eles realmente querem trabalhar isso, não podem deixar os agentes envolvidos no escuro! Além disso, Drake também precisa de mim. Você não viu o estado dele quando nos encontramos no domingo!

— Droga, Megan. — Amélia uniu as mãos e passou pelos cabelos. — Eu te entendo, eu te apoio, mas não concordo em fazermos isso sem ao menos falar com Finn e Rogers!

— Eles falariam com o Gabriel e isso nunca daria certo. — Respirei fundo e continuei. — Eu preciso saber que vou poder contar com você, Méli. — Pedi.

Ela ficou em silêncio por um tempo, depois me encarou.

— Você sempre pode contar comigo, eu devo a minha vida a vocês. — Ela me olhou como se eu tivesse batido com a cabeça. — Só que a questão é: Como eu vou me perdoar se acontecer algo com você? Você é a única coisa próxima de uma família que me resta. — Os olhos dela sempre tão sorridentes, de repente estavam cheios de lágrimas. Apertei sua mão por cima da mesa.

— Eu amo você, Amélia. Você sempre vai ser uma irmã pra mim, não importa o que aconteça.

— Eu também te amo, sua idiota. — Ela resmungou e apertou minha mão em resposta.

Logo fomos interrompidas pela chegada dos nossos hambúrgueres e de alguma forma, conseguimos afastar aquela tensão da nossa mesa.

Voltamos ao DP depois do almoço e em nossas mesas ficamos estudando mais sobre a operação. Eu estava apenas revisando algumas fotos e nomes de alguns dos envolvidos no cartel que já eram conhecidos. A mulher que estava com Kosher na última foto era extremamente bonita, parecia tirada de capa de revista, seu nome era Hevania, pelo que a inteligência tinha conseguido descobrir.

Quando percebi, já eram seis horas da tarde. Juntei minhas coisas e saí do DP, indo para o estacionamento. Parei perto do meu carro quando vi que Gabe estava escorado em sua moto, me esperando.

Merda.

— Ei. — Ele chamou se erguendo e caminhando até mim.

— Ei. — Mordi o lábio tentando não demonstrar que estava nervosa.

— Você vai fazer algo hoje à noite? Quer, hum, jantar comigo?

Ele estava me chamando para sair? Como em um encontro?

— Eu... estou realmente ocupada hoje.

— Hum. Ok. Entendi. — Ele segurou a nuca com uma mão. — Te vejo amanhã?

Prendi a respiração alguns segundos. Merda. Merda.

— Sim, claro. — Ele deu as costas para voltar para a moto, então parou no meio do caminho e voltou a me encarar.

— Eu não te assustei ontem, não é? — Olhei confusa para ele. — Você sabe, quando falei que gostava de você.

Eu arregalei um pouco os olhos, sem saber o que dizer.

— Yeap. Assustei. — Ele balançou a cabeça e riu fraco quando eu não respondi. Então virou as costas e voltou a andar para a moto.

— Gabe! — Chamei por ele. Ele virou para mim e eu engoli em seco. — Você não me assustou. Ontem. Quando disse que gostava de mim. — Mordi o lábio.

Gabe caminhou de volta para mim, os poucos passos que nos separam e juntou sua boca na minha, ali no meio do estacionamento.

Suas mãos seguravam os lados do meu rosto enquanto com os lábios e a língua ele invadiu minha boca tirando meu fôlego todo de uma vez. Quando finalmente parou de me beijar, me deu um selinho com um sorriso nos lábios.

— Até amanhã, pequena. — Ele me beijou na bochecha e correu para a moto. Quando colocou o capacete eu podia ver que ainda sorria.


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Olá galeraaa, olha quem cheguei super cedo? haha

E aí, preparados para o próximo capítulo? Então bora votar e comentar pra me motivar a postar ele u.u 

See you ;* 


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