A SEAL

Capítulo 45

Capítulo 45

Em algum momento da madrugada seguinte senti a mão de Megan na minha e aos poucos fui recobrando a consciência. Abri os olhos devagar sentindo a boca seca e a morte dentro dela. Resmunguei alguma coisa tentando aliviar a garganta. Virei um pouco a cabeça tentando encontrar Megan. Ela estava sentada em uma cadeira ao lado da cama, sua cabeça deitada perto do meu braço e a mão segurando a minha.

— Baby. — Murmurei.

Ela nem se mexeu. Porra, nos filmes o amor da sua vida está sempre acordado com os olhos brilhando em lágrimas e a merda toda nessa hora.

— Megan, querida. — Murmurei. — Eu realmente queria... um gole de água. — Minha voz saiu estranha, enrolada.

Megan finalmente piscou os olhos e me encarou. Ela estava sonolenta. Aos poucos foi tomando consciência de que estava acordada, seu olhar confuso.

— Gabe? — Ela perguntou ainda confusa.

— Será que a Bela adormecida precisa de um beijo para acordar de verdade? — Sorri um pouco enquanto minha voz soava estranha.

— Gabe! — Ela suspirou com alívio então se ergueu da cadeira e segurou meu rosto. — Você... Eu te amo.

Ela me deu um selinho e ficou com a testa encostada na minha.

Tossi um pouco por causa da garganta seca e ela se afastou.

— Você quer um pouco de água?

— Por favor. — Sorri.

Ela me ajudou com o copo, levantei um pouco mais na cama para conseguir beber.

— Eu vou chamar a enfermeira. Já volto.

Ela foi e em seguida voltou com outra mulher que checou os papeis do meu prontuário, fez algumas anotações e então disse que eu estava estabilizado, que estaria bem depois de mais um pouco de sono e poderia ser liberado mais tarde. Ficamos sozinhos novamente.

Megan se esticou fazendo o pescoço estralar um pouco. A cadeira devia estar uma droga e ela dormiu toda desajeitada.

— Tem lugar pra você aqui comigo.

Ela ergueu uma sobrancelha.

— Sim, com seu tamanho nós dois vamos acabar no chão se eu deitar aí. — Ela sorriu.

— Vem logo, eu sou o doente aqui, você tem que satisfazer meus desejos.

Ela sorriu e sem discutir deitou ao meu lado na cama deixando os sapatos caírem no chão do quarto.

Pela manhã acordei com Megan ainda apagada ao meu lado. Eu sabia que ela não vinha dormindo direito desde que estivemos infiltrados, então deixei que ela aproveitasse.

Chris entrou no quarto quando eu já estava acordado. Ele viu Megan comigo e cumprimentou de longe, com a cabeça.

— E aí, irmãozinho.

— Precisa que eu chame alguém?

— Não, uma enfermeira me checou de madrugada e mais cedo. Está tudo bem.

— Bom. Avisei Kayla. Ela estava fora, na Rússia em missão. Só conseguiu pegar o avião hoje cedo.

— Diga que estou bem. Ela não precisa vir até aqui e mexer nessa merda.

— Como se você pudesse impedi-la. — Ele deu de ombros.

Megan se mexeu ao meu lado e abriu os olhos sorrindo para mim. Ela não percebeu que Chris estava ali, então me deu um beijo no queixo.

— Bom dia, baby. — Sorri para ela.

— Bom dia, amor. — Meus olhos brilharam quando ela me chamou assim. A merda toda das borboletas no estômago acontecendo comigo. Eu tinha que estar amolecendo mesmo.

Megan pareceu notar que não estávamos sozinhos, então olhou para Chris. Ele nos encarava parecendo perdido.

— Como estão as coisas no DP? Rogers e Finn?

Meu irmão desviou os olhos de Megan e me encarou voltando ao normal.

— Putos. Mas estão resolvendo outras questões antes de fazermos uma reunião. Acho que eles querem Megan lá. E como ela se negou a sair do hospital, o que, diga-se de passagem, só os deixou mais putos, eles estão esperando.

Megan levantou da cama sem se importar.

— Pelo menos as garotas foram salvas.

—Eu concordo. — Chris disse e eles se encararam em um entendimento. — Você quer ir para casa tomar um banho? Posso levar esse idiota quando receber alta. — Meu irmão ofereceu.

— Não, tudo bem. Acho que ele vai ser liberado logo.

— É bom mesmo, eu não estou passando mais um dia nessa cama. — Reclamei, minhas costas estavam doloridas do colchão macio.