Capítulo 27

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27. Gabe

            Às oito horas da noite eu fechei minha mochila com algumas das roupas que iriam compor meu disfarce, coloquei minhas tags de identificação na gaveta da cômoda ao lado da cama e deixei meu quarto indo para a sala. Chris estava sentado no sofá, ele levantou os olhos para mim sem demonstrar qualquer tipo de emoção.

— Entrarei em contato assim que avaliar a situação melhor. Mas talvez só consiga fazer isso de madrugada, quando não estiverem me observando. — Fiz uma pausa. — Vou ligar para você antes de entrar e deixar a linha aberta, caso eles saibam que estou indo, vocês poderão invadir em seguida.

Chris me encarrou irritado.

— Eu posso dar a ordem de invasão assim que eles demonstrarem que já sabem quem você é ou espero atirarem na sua cabeça? — Ele perguntou irônico. Chris sabia que era arriscado, eu não conhecia Drake, não tinha como saber se realmente era confiável ou não.

— Encontro você no depósito. — Falei e saí de casa.

Finn montou o quartel da operação em um local isolado, a equipe iria se reunir lá e tudo seria comandado dali. Peguei minha moto e segui para o local combinado, Chris logo estaria atrás de mim. Todos já estavam nos esperando quando chegamos, praticamente juntos. Finn repassou algumas questões comigo, ele pareceu gostar do fato de Luke e eu estarmos nos entendendo melhor desde a tarde. Analisei algumas coisas antes de finalmente avisar que estava saindo. A equipe de Chris também estava reunida no depósito, eles analisavam as plantas do local e checavam todas as simulações que fizemos caso eles precisassem invadir mais tarde.

— Está na hora. Estejam preparados. Vou ficar com a linha aberta enquanto for possível. — Me dirigi para a saída. Murdock estava apoiado na parede ao lado da porta.

— Fique alerta. — Ele me encarou. — Se eles sabem quem você é, vão querer brincar antes de acabar com a sua vida. Isso vai nos dar tempo suficiente para acabar com eles e te tirar de lá.

Acenei com a cabeça e saí para a noite escura. Subi na moto e fui em direção ao cartel. Eu nunca ficava nervoso, em nenhuma situação. Meu treinamento como SEAL garantia isso, mas porra se eu não estava louco com a adrenalina de encontrar Reese. Eu esperava, pelo bem daqueles filhos da puta, que Megan estivesse viva ou eles iriam ver o que eu tinha sido treinado para fazer.

Estacionei em frente à construção que servia de esconderijo do cartel. Dois caras estavam fumando na porta de entrada, eles me observaram quando desci da moto e fui em sua direção, cada um mantinha uma das mãos escondida dentro do casaco, segurando uma arma provavelmente.

— Perdeu alguma coisa por aqui, chapa? — O de cabelo arrepiado perguntou inclinando a cabeça.

Eu parei dois metros a frente deles.

— Vim para substituir Ramon, já que nenhum de vocês aqui parece ser bom o bastante para o cargo. — Falei tranquilo, eu estava interpretando meu novo personagem. Tirei um cigarro do casaco enquanto jogava a informação neles. Ramon era um dos chefes de segurança do cartel e tínhamos armado uma emboscada para prendê-lo e fazer a vaga surgir para meu personagem.

— Você é Vitor?

— Devo realmente me preocupar com o fato de vocês dois, guardiões de entrada, não saberem quem eu sou? Não me surpreende Ramon ter sido pego. — Dei uma risada irônica. — Vamos ficar batendo papo na porta a noite inteira ou vão fazer o trabalho de vocês?

O mais quieto dos dois finalmente pegou o interfone e solicitou a abertura da porta. Até onde pude perceber eles não faziam ideia nem de que eu era "Vitor", imagina conhecer minha verdadeira identidade...

Finalmente dentro, caminhei tranquilamente até chegar ao salão onde alguns outros homens estavam bebendo e jogando cartas. Era mais como um saguão de uns vinte metros quadrados, com alguns corredores associados que levavam a outras salas. Havia também uma escada que levava a um segundo piso e provavelmente em algum lugar existia a porta que dava conexão ao cassino que funcionava como fachada daquele local.

Alguns dos homens me encararam quando entrei. Um deles veio ao meu encontro e se apresentou como BK. Ele me introduziu como Vitor e disse simplesmente que eu substituiria Ramon. Depois me levou até um local que serviria como meu alojamento. Meu disfarce era de um substituto temporário. Eu estava ansioso para ver Megan. Precisava vê-la. Mas não podia apressar as coisas e sair pedindo informações sem mais nem menos.

— Você joga? — BK perguntou enquanto eu deixava minhas coisas na cama.

— Poker? Claro. — Assenti e finalmente desliguei a linha aberta do celular sem que ele percebesse. Se eles soubessem quem eu realmente era não teriam deixado que eu me alojasse.

— Ótimo, estou cansado de tirar dinheiro dos paspalhos de sempre. — Ele sorriu para mim se achando.

Dei de ombros e o segui de volta ao saguão. Sentei para jogar cartas com eles e comecei a fazer aquilo que havia sido treinado. Ganhar a confiança e descobrir tudo o que eu precisava sem levantar qualquer suspeita.

Perto da meia-noite, estalei o pescoço e bati mais uma rodada.

— Pensei que jogassem melhor por aqui, afinal estamos embaixo de um cassino. — Ri e bebi um gole da cerveja que tinham me dado.

— Droga, de novo! — Um dos caras reclamou.

— Porra, que merda. Cansei. — Esse era Marcos. — Hevania ainda está por aqui? Queria mesmo era comer uma daquelas garotas novas.

Fingi bocejar e não dar atenção ao que ele disse enquanto recolhia as cartas.

— Aquela puta vai ficar até Kosher voltar. Mas estou certo de que ela ainda vai jogar a ruiva para nós. — BK disse e riu bebendo. Eu não me movi.

— Porra, parece que ela ficou mal depois do encontro de ontem. — Marcos falou e os caras riram.

— Não sei, o garoto deve ter ficado pior, aquele babaquinha não aprende nunca. — Eles continuaram rindo.

Eu esperei que falassem mais, mas logo eles mudaram de assunto e começaram outro jogo. Meu plano era ganhar algumas partidas e perder outras, aquela ali nem percebi quando acabou.



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Galera, os capítulos são sem revisão porque mal tenho tempo de escrever, então sorry os erros. Relevem :)

Bora chegar aos 1K de votos? Quero ver, hein ;)


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