24. Megan
Estava quase na hora de eu sair de casa. Peguei uma bolsa escura e coloquei dentro dela os documentos falsos, neles eu me chamava Alexandra Troerth, ao que tudo indicava pela falsa rede social que eu criei eu morava sozinha e não tinha contato com minha família. Eu também estava "a procura de um emprego", então quando o cartel investigasse meus dados não se preocuparia em justificar meu sumiço do serviço, eu era quase perfeita demais para um cartel que tem como um dos negócios rentáveis o tráfico silencioso de mulheres.
Mantive poucas fotos no perfil falso, que não indicavam amizades significativas nem nada assim e meu último emprego havia sido de garçonete em outra cidade. Meu perfil ainda dizia que eu estava à procura de novos ares, algum tempo atrás a atualização "se sentindo empolgada com a mudança" tinha sido postada por Alexandra. Ah, as maravilhas falsas da internet e as malditas redes sociais que fazem com que saibam tudo sobre a vida de uma pessoa sem que ela sequer perceba...
Respirei fundo e tranquei a porta da minha casa saindo para a noite escura. Olhei para o bar do Andrew enquanto esperava o táxi estacionar. Quando ele parou entrei no carro e dei a rua 23 como endereço, onde eu havia marcado com Drake. Tinha uma espécie de boate lá, onde Drake já havia me dito que o cartel pegara algumas garotas antes, seria perfeito para ele. Eu entrei na boate e esperei durante mais de meia hora, então a porta se abriu e Drake entrou com mais dois caras. Fui para a pista de dança fingindo estar bem animada e um pouco alta. Precisava chamar a atenção dos caras, fazer com que pensassem que eu estava bêbada e que seria fácil me levar.
Depois de algum tempo, os caras me notaram. Drake tinha me visto desde o início, mas fez bem disfarçando. Os caras comentaram algo com ele e ele fez um movimento de cabeça para mim, como se dissesse que achava que eu seria uma boa opção. Eles sorriram para ele e concordaram. Pedi uma tequila no bar e virei o copo tomando coragem, joguei os braços para o alto e dancei mais um pouco, então fingi que me senti um pouco tonta. Fui em direção à saída e percebi quando os três vieram atrás de mim. A rua estava deserta e eu ajudei indo em direção ao lado mal iluminado, fingi cambalear e me apoiei na parede.
— Ei, gata, você precisa de ajuda? — Um dos caras que acompanhava Drake disse nas minhas costas.
— Estou bem, só um pouco cansada. — Fingi enrolar a língua, completamente como alguém bêbado faria.
— Nós temos um lugar para você descansar, docinho. — O outro cara disse. Drake parecia apreensivo.
— Vocês parecem legais! — Eu falei fingindo empolgação.
— Nós somos, gata, não é, carinha? — O número um perguntou para Drake.
— Somos. Vamos cuidar de você. — Drake disse se aproximando de mim. Quando os caras ficaram nas costas dele ele fechou os olhos por um instante como se estivesse arrependido. — Você vem com a gente, gata? — Perguntou para mim com uma careta.
— Eu não sei... — Fingi ser uma bêbada ponderadora.
— Essa não é a resposta que queremos, docinho. — o número um abriu um sorriso irônico para mim.
— Mas vocês poderiam não ser bonzinhos como estão dizendo... — Eu falei fingindo brincar com eles.
— Acabe logo com essa merda e vamos, garoto, já ficamos tempo demais expostos aqui. — o número dois falou pressionando Drake.
Drake se aproximou de mim e enfiou um pano molhado com algum líquido no meu nariz enquanto me segurava contra a parede.
— Desculpe. — Ele resmungou o mais baixo possível no meu ouvido enquanto me segurava.
Arregalei os olhos para ele em terror. Eu sabia que ele teria que dar um jeito de me levar, mas realmente não esperei ser tirada do ar. No momento tentei lutar contra Drake e não foi sequer fingimento, o desespero bateu em mim e eu lutei para fugir, mas era tarde demais.
Acordei algum tempo depois, me sentia tonta e completamente desorientada. A primeira coisa que notei foram minhas mãos amarradas às minhas costas. Eu estava sentada em uma cadeira. Ergui a cabeça olhando ao redor.
Senti Drake próximo a mim, acho que estava um pouco atrás, a minha direita. Mais alguns homens ao redor e à minha frente uma escrivaninha de mogno, lustrosa. Atrás dela um homem com o rosto praticamente todo oculto pelo escuro, só o vermelho do cigarro aceso em sua boca podia ser visto do pescoço para cima, o resto estava nebuloso. Quando olhei diretamente para ele, ele soltou a fumaça do cigarro pela boca.
— Olá, coisinha bonita. — O cara sorriu e eu senti os pelos dos meus braços se arrepiarem. Se sua voz já não fosse assustadora o suficiente, aquele sorriso encoberto pelo escuro realmente era.
— Onde eu estou? — Perguntei mantendo minha personagem.
— Essa é minha casa, Alexandra. — Ele manteve o sorriso.
— Eu quero sair.
Ele riu. Uma risada sádica.
— Todos queremos algo.
Ele levantou, deixou o cigarro em um cinzeiro e veio em minha direção. Pegou uma faca no canto da mesa e parou na minha frente.
Então, ele ergueu meu queixo apoiando a faca embaixo dele, eu encarei seus olhos.
Reconheci seu rosto das fotos no DP.
Era Kosher.
Ele correu a faca pela minha bochecha esquerda, sem colocar a parte afiada na pele. Então sorriu sádico novamente. A faca desceu pelo meu pescoço e parou na gola da minha blusa. Ele virou o lado afiado da lâmina para baixo e cortou o tecido até o final. Os lados da blusa se abriram parcialmente e ele usou a lâmina para afastá-los mais, deixando meu sutiã exposto.
— Você me trouxe algo de qualidade, Drake. — Kosher sorriu. — Acho que eu não tinha motivos para suspeitar de você, não é garoto? Você não é estúpido como seu pai. — Kosher sorriu ainda mexendo no tecido da minha blusa. Agora a faca passeava pelo bojo do meu sutiã.
Drake não disse nada. Talvez fosse melhor assim.
— Você pode ir. — Kosher disse para Drake, então voltou a olhar para mim enquanto ele se retirava em silêncio da sala. — Agora, minha querida, eu vou precisar fazer um teste de qualidade. — Seu sorriso sardônico se expandiu pelo rosto enquanto eu sentia meu sangue gelar.
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Olá, tudo de boas galera?
Agora a porra ficou séria, vocês querem mais?
Sim?
Hmmm, vou pensar, me convençam a postar mais u.u
Beijos ;*
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A SEAL
RomanceUma noite casual era tudo o que Megan precisava para voltar a dormir bem. Não que ela tivesse pensado nisso quando saiu de casa e foi até o bar. Gabe só queria assistir o jogo do seu time e se preparar para o dia seguinte em sua nova missão. Ele pre...