Maldito CEO

Capítulo 31 - sinto muito

 Tentei não sentir nada quando encarei Romeo, mas sabia que isso era impossível. Eu não tinha o esquecido, nem de longe. Foi por isso que mantive meu olhar focado no chão enquanto ele e o irmão se encaravam, um com mais ódio que o outro.

— Meninos! — uma mulher mais velha, que imaginei ser a mãe deles, se pronunciou — Comportem-se. Isso é um jantar, não um ringue de luta.

Romeo e Arthur se encararam por mais alguns segundos, e então o mais velho quebrou a conexão, mas não sem antes xingar o irmão:

— Você é um idiota — ele falou se levantando e saiu da sala de jantar. Sabe-se lá para onde foi.

Finalmente me permitir erguer o olhar. Todas estavam olhando na minha direção, inclusive Tulipa, mas com uma expressão totalmente estranha.

— O que foi isso? — uma mulher com sotaque carregado perguntou a Douglas, mas ele apenas negou com a cabeça e segurou a mão dela.

Tulipa se levantou de onde estava e veio até mim. Ela segurou meu braço com delicadeza e sussurrou em meu ouvido:

— Precisamos conversar.

A encarei por alguns segundos, seu olhar estava sério. Provavelmente me questionaria porque estava lá com Arthur, mas decidi concordar com a cabeça e a segui para fora. Fomos para o lado de fora, sentando nos degraus da entrada da casa.

— Eu sei de tudo — Tulipa disse por fim.

Meu sangue gelou por alguns segundos. Será que ela percebera...

— Tudo o que? — tentei bancar a desentendida, mas o olhar dela me mostrou que isso não iria adiantar.

— Jennifer, eu te conheço — Ela segurou minha mão — Pensa que não percebi como seu corpo mudou? Por Deus, nós usávamos o mesmo número de sutiã, e agora os seus estão muito maiores.

— Não sei do que você está falando.

Tulipa revirou os olhos, mas continuou.

— Eu costumava invejar sua cintura, e agora ela quase nem aparece — Ela apertou mais minha mão — Jenn, você está grávida, não está?

As lágrimas vieram aos meus olhos antes que eu pudesse controlá-las. Tulipa me puxou para um abraço, e deslizou as mãos por meus cabelos, os acariciando.

— Ah querida... — ela murmurou enquanto eu deixava cair todas as lágrimas que vim segurando nos últimos dias — De quanto tempo você está?

Precisei engolir as lágrimas para conseguir respondê-la.

— Algumas semanas, mas só descobri esses dias.

Eu me sentira muito enjoada nessa semana e comprei um teste de gravidez na farmácia só para provar a mim mesma que não era nada disso. Minha surpresa foi tamanha quando o teste se mostrou positivo.

— Você foi ao médico? Fez exame de sangue? — o tom de voz da minha amiga era de preocupação, eu entendia porque. Ser mãe solteira não era um trabalho fácil.

Concordei com um movimento de cabeça. Eu tinha ido logo após ver os dois risquinhos do teste.

Tulipa me soltou e voltou a segurar minha mão.

— Ele é o pai?

Eu sabia sobre quem ela estava falando.

— Eu... não sei. Fiz os cálculos, naquela semana transei com ele sim, mas também com o... com o... — Foi Tulipa quem completou a frase.