Capítulo 37 - Lucas

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Romeo viajou no dia seguinte, e nem consegui me despedir dele. Quando acordei, ele já havia partido, mas deixara um bilhete sobre a mesa de cabeceira:

"Precisei ir para São Paulo, volto na sexta-feira

Te amo

                                                                                       - R"

Achei engraçado ele assinar com a letra que usava como nome quando fingia ser outra pessoa. Uma piadinha meio pesada, mas era uma piadinha. Mas mesmo assim, aquele bilhete significava que eu ficaria a semana inteira sem ver Romeo, e eu não estava preparada para isso.

Acabei levantando, pois sabia que não poderia passar o dia inteiro na cama. Por isso, tomei um longo banho e vesti uma roupa confortável para passar o dia.

Na cozinha, um café da manhã completo me esperava na bancada. Tinha omeletr, panqueca, pãezinhos e muito mais coisas. Outro bilhetr jazia ao lado.

"Não sabia do que você gostava, então cozinhei de tudo um pouco"

Realmente, tinha de tudo lá.

Sentei em um dos bancos altos e me servi de panquecas com mel. Fazia tempo que eu não comia isso, e estava delicioso. Se Romeo não fosse diretor de empresa, poderia muito bem ser um chefe de cozinha.

Depois de me banquetear com tamanho desjejum, guardei na geladeira a comida que sobrou e lavei toda a louça. Era o mínimo que eu poderia fazer depois de ver todo o esforço de Romeo em me agradar.

Passei o resto da manhã lendo um livro de administração que eu comprara quando estava na faculdade, que aliás eu precisava me rematricular. Era um assunto um pouco chato, mas bom para me fazer voltar a entender do assunto, já que fazia um tempinho que não estudava mais.

Nem percebi o tempo passar, e quando vi já era hora do almoço. Pensei em convidar Magui para comer comigo, mas era plena segunda-feira, talvez ela não tivesse tempo de vir até aqui. No fim das contas, acabei almoçando sozinha, um pouco de arroz integral e alguns legumes cozidos que eu mesma preparei.

Na verdade, tinha Otto de companhia. O cachorro ficou abanando o rabinho do meu lado o tempo inteiro em que comi, acabei lançando alguns legumes para ele, que os pegou no ar.

Criamos uma espécie de brincadeira. Sempre que Otto pegava a comida sem deixar sair no chão, eu batia palmas e fazia carinho na cabeça dele. Quando errava, eu lhe lançava um olhar triste e garantia que na próxima ele conseguiria. Acabou sendo bem divertido, o bulldog até acoava feliz quando eu o parabenizava.

Depois de comer e lavar toda a louça mais uma vez, eu e Otto nos acomodamos de frente para a televisão. Coloquei um filme qualquer para assistir na plataforma que Romeo tinha assinado depois que fui morar lá, já que eu era uma tremenda cinéfila.

Já estava na metade do filme quando escutei meu celular tocar. Otto acuou na direção dele, um pouco assustado, mas parou quando fiz carinho em sua cabeça.

Era um número desconhecido, mas atendi mesmo assim.

— Alô?

— Jennifer Alves? — Eu não conhecia aquela voz, era de uma mulher.

— Sou eu.

— Estou ligando da Magestic. Você fez uma entrevista com nós procurando pela vaga de consultora, estou certa?

— Ah — Entendi do que se tratava — Sim, isso mesmo.

Com consultora, ela nada mais quiz dizer do que vendedora, mas aquela loja se achava chique demais para chamar suas funcionárias dessa forma. Então, eram consideradas consultoras de moda.

Maldito CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora