Capítulo 11 - emails nada profissionais

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 Era segunda e mais uma semana de trabalho se iniciava. Acabei chegando no trabalho mais cedo que o normal, pois minha mãe precisava do apartamento livre para quando o pessoal da imobiliária chegasse. Nós íamos vender o apartamento e comprar uma casa, como sempre foi o sonho da Dona Helena. O meu primeiro salário seria destinado a isso, assim como todo dinheiro que ela veio guardando desde que chegamos em Porto Alegre.

Passei pelas catracas e fui no primeiro elevador que se encontrava no térreo. Entrei no mesmo e deixei as portas se fecharem no automático, mas uma mãos as impediu. Romeo Russo, com seu terno perfeito e cabelo impecavelmente arrumado, entrou no elevador e parou ao meu lado.

Desviei o olhar para o chão na hora, não querendo o encarar. Percebi o mesmo estender a mão em minha direção, tranquei a respiração na hora, mas ele na verdade estava olhando para o painel dos botões do elevador, que estavam na parede ao meu lado. Ele clicou no terceiro andar, foi então que percebi que eu tinha esquecido de fazer isso. Ops.

— Chegou cedo — ele falou chamando minha atenção.

Concordei com a cabeça ainda olhando para o chão.

Não sei porque eu tinha medo dele, mas era esse o sentimento que estava me dominando no momento. Eu sentia como se Romeo fosse gritar comigo ou me demitir caso eu abrisse a boca, era culpa do poder que ele exalava até sem perceber.

Por sorte, não demorou muito para as portas do elevador voltarem a se abrir. Saí antes mesmo de o Senhor Russo começar a se mexer. Fui quase correndo em direção a minha mesa, e depois o vi passar e entrar em sua sala. Suspirei aliviada.

Qual era o meu problema?

Liguei o computador e comecei a ver o que eu teria que fazer naquele dia. Ninguém havia chego ainda, então teria que esperar mais um pouco até que Daniela chegasse para me passar os relatórios que eu teria que revisar no dia.

Alguns minutos se passaram e então o telefone que ficava na minha mesa tocou, era o número um que estava brilhando. O tirei do gancho e atendi.

— Sim, Senhor Russo? — falei no meu melhor tom profissional, ou como eu achei que soava.

Me traga um café, Senhorita Alves.

— Sim, senhor — concordei quase no mesmo segundo.

Preto e sem açúcar — disse antes de desligar.

Um pouco grosso, mas nada que eu não pudesse lidar.

Levantei de minha mesa e fui até a máquina de café. Cliquei no botão do café que meu chefe pediu e coloquei uma xícara em baixo. Com tudo pronto, fui em direção a sala dele e bati na porta.

— Pode entrar — ele disse com a voz abafada pela porta.

Girei a maçaneta e entrei no cômodo já conhecido por mim.

Romeo estava sentado em sua mesa como da última vez. Ele parecia concentrado analisando alguma coisa na tela de seu computador.

Me aproximei da mesa com cuidado para não derrubar o café e coloquei a xícara na sua frente, longe dos papéis e pastas que pudessem ser prejudicados se por algum acaso a xícara fosse virada acidentalmente.

— Mais alguma coisa, Senhor Russo? — perguntei voltando a me afastar da mesa.

Ele não olhou para mim quando respondeu.

— Não. Obrigado, Senhorita Alves.

Assenti com a cabeça e me virei, indo em direção à saída da sala. Quando passei pela porta, a fechei atrás de mim e voltei para a minha mesa.

Maldito CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora