Capítulo 9 - Seu pedido é uma ordem

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Acordei no outro dia com uma leve dor de cabeça, provavelmente por causa do frio que peguei ontem, pois bebi muito pouco. O nariz trancado constatou o que eu suspeitava, um resfriado.

Passei a manhã toda deitada na cama apenas descansando, não tinha a mínima vontade de sair de lá. Só levantei perto do meio-dia, quando minha mãe gritou que o almoço estava pronto.

— Bom dia, dorminhoca — a mais velha disse quando me viu sair do quarto.

— Oi, mãe — respondi ainda sonolenta.

Sentei no balcão onde almoçávamos, já que não havia espaço para uma mesa. Minha mãe sentou ao meu lado.

Olhei dentro da panela saindo fumaça na minha frente, dentro tinha risoto de quatro queijos, meu preferido.

— Parece delicioso — falei me servindo de algumas colheradas.

Almocei com minha mãe e, enquanto isso, conversamos sobre coisas aleatórias, como o trabalho e a faculdade. Minha mãe se preocupava com meus estudos, então estava sempre me perguntando sobre isso.

— Eu gabaritei a última prova de gestão e gerenciamento — admiti sorrindo.

— Parabéns, meu bem — ela disse balançando meu ombro de leve — Eu sabia que você ia se sair bem na faculdade, é uma garota estudiosa e dedicada.

E eu era mesmo.

Na escola, mesmo sendo bonita eu era taxada de nerd. Meus colegas viviam me enchendo o saco e me zoavam por ser a queridinha dos professores. Eu nunca dei muita bola pra isso, ficava na minha com as poucas amigas que eu tinha na época. Hoje em dia me orgulho de onde eu cheguei.

— Vai fazer o que hoje? — perguntei me levantando e peguei os pratos para levar na pia.

— Gertrudes me convidou para jogar canastra. Acho que vou dar uma passada lá.

Concordei com a cabeça enquanto lavava a louça.

— É bom você sair mesmo. Faz tempo que não se encontra com suas amigas.

Sendo só eu e ela, minha mãe acabou demorando para fazer amizades quando nos mudamos para Porto Alegre. Eu me preocupava com ela, pois sabia que a mesma sentia falta da família e antigas amigas, mas não tinha o que fazer, aquela era nossa vida agora.

— E você? Vai ficar em casa?

— Eu pensei em chamar a Magui pra assistirmos alguma coisa na televisão — falei distraída com a louça.

Minha mãe bufou me chamando a atenção.

— Eu sei que você não gosta dela, mas juro que Magali é uma boa pessoa e ótima amiga — tentei convencer a mais velha.

Dona Helena nunca foi com a cara de Magali. Ela dizia que minha amiga era muito atirada e se vestia que nem prostituta. Já briguei várias vezes com minha mãe por causa disso, mas não adianta, ela não muda de opinião.

— Certo, certo. É melhor eu ir antes que comecemos a discutir.

— Ainda bem que sabe — brinquei, mas recebi um olhar de advertência que fez meu sorriso se desmanchar na hora.

A mais velha pegou a bolsa e se retirou do apartamento, me deixando lá sozinha. Peguei meu telefone e mandei uma mensagem para Magui, a convidando para vir aqui em casa. A resposta que recebi não era o que eu esperava.

"Amiga não vai dar, marquei de sair com o Carlos".

Aquilo até me deixou feliz, pois queria muito que desse certo dessa vez.

Maldito CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora