Capítulo 36 - o que mais eu sou?

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— O que acha de Nicholas? — Romeo perguntou acariciando minha barriga proeminente.

Dois meses se passaram, e meu corpo já começava a dar indícios da gravidez. Agora sim era impossível de esconder.

— Amor! A gente nem sabe o sexo do bebê — respondi rindo.

Estávamos deitados no sofá fingindo assistir um programa aleatório que passava na televisão. Minha cabeça repousava confortavelmente sobre o ombro de Romeo, como se aquele fosse o meu lugar, e realmente era.

— Por isso mesmo temos que pensar em várias possibilidades, dos dois sexos.

Eu achava fofo a forma como Romeo estava ansioso. Se fosse por ele, o quarto do bebê já estaria pronto, e o nome já teria sido escolhido.

— Gosto de Nicholas, — acabei me entregando à conversa — mas se for garota, quero que se chame Aurora.

— Aurora? — ele questionou — É bonito, mas um pouco antigo, não?

Concordei com a cabeça.

— Era o nome da minha avó. Sempre o achei lindo.

Quando eu era pequena, cheguei até a batizar uma boneca com esse nome. Ele realmente me encantava.

— Certo, então se for uma guria, se chamará Aurora.

Me estiquei sobre Romeo e depositei um beijo em sua bochecha.

— E se for garoto, Nicholas — falei voltando a me aninhar em seu ombro.

Romeo começou a acariciar minha cintura de forma lenta, talvez até mesmo involuntária. Era um carinho reconfortante.

— Acha que Diana ficara feliz em ter um meio irmão? — O meu maior medo era que a garotinha rejeitasse a mim e meu filho.

Ele riu de minha preocupação.

— Ela vai adorar, tenho certeza — garantiu — Diana é uma criança muito amorosa, e parece gostar de ter uma família grande. Natasha disse que ela conta para todo mundo que tem dois pais.

Imaginar a pequena Diana falando, para qualquer um que aparecesse na sua frente, que tinha dois pais era hilário. Ela devia mesmo gostar de Romeo e Tomás.

— Eu tenho pena é do Otto, o coitado já sofre nas mãos de Diana. Pensa quando nosso filho nascer.

O bulldog, que estava deitado em sua caminha próximo do sofá, levantou a cabeça ao escutar seu nome, mas logo voltou a deitar. Era um tremendo preguiçoso.

— Talvez ele vá precisar de umas férias. Deve existir algum hotel para cachorros por aí — Romeo brincou, me arrancando uma risada.

— Nós também vamos precisar — o lembrei — Se essa criança puxar à mim, vai ser um furacão.

— E eu não sei disso?

Dei um fraco tapa no braço dele.

— Seu petulante — o repreendi, mas ele sorriu achando graça.

— O que mais eu sou?

— Irritante — comecei, e ele me incentivou a continuar — um pouco mimado, rico...

— E desde quando ser rico é algo ruim? — ele questionou, mas o repreendi novamente.

— Eu não terminei — Desviei o olhar para cima, pensando em outras características — afobado, mesquinho...

— É quase a mesma coisa que mimado — voltou a protestar.

— Se me cortar mais uma vez, vou ter que te dar uma lição — o avisei. Romeo levantou o braço livre, como que se rendendo, então continuei.

Maldito CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora