Capítulo 93

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Fernando*

Maiara é complicada demais cara, tudo fica brava, tudo ela se irrita e desconta em quem não tem nada a ver. Após ela sair de casa eu quis ir atrás e trazer ela de volta, conversar com ela e fazer ela se acalmar mas deixei que ela ficasse um tempo sozinha, fomos pro trabalho mas no caminho eu não a vi, mas ela não deve ter ido muito longe. Chegamos na faculdade e eu fui pra minha sala enquanto Matheus e Clara foram pra sala dos professores, algum tempo depois ouço meu celular tocar e era ela, resolvi não atender, vou dar um gelo nela, ela não pode simplesmente tratar as pessoas da maneira que quer e depois voltar arrependida.
Na hora do intervalo eu fui até a sala dos professores e me juntei aos professores, Clara se sentou ao meu lado e disse que a Maiara havia te ligado.

Eu: Ela me ligou também mas eu não atendi. - Vejo ela ligando novamente. - Não atende.

Clara: Tem certeza? E se aconteceu alguma coisa.

Eu: Não aconteceu nada, ela só se tocou que está errada.

O intervalo logo se encerra e eu volto pra minha sala, como eu havia deixado meu celular na minha mesa vejo que tem mais três ligações dela, decido retornar mas ela não atende, tô falando que ela é pirracenta.
Continuo o meu trabalho normalmente até o horário do almoço e decido não ir almoçar em casa, peço uma comida e fico ali na faculdade mesmo, quando menos espero vejo a Maraisa ligando e imagino que seja a Maiara tentando falar comigo, rejeito a ligação umas duas vezes até que a Maraisa me manda três áudios no Whatsapp que faz meu mundo cair.

Mara: " Fernando atende essa merda de telefone, a Maiara está passando mal ".

Mara: " Ela caiu na escada e bateu a barriga no chão e agora está sangrando".

Mara: " Eu estou levando ela no hospital, atende esse telefone ".

Lágrimas já caiam dos meus olhos, retorno a ligação e a Maraisa atende na segunda chamada, ela está tentando me ligar desde cedo, e se acontecer alguma coisa, eu nunca vou me perdoar.

Ligacao*

Eu: Em que hospital vocês estão indo? Como ela tá?

Mara: Ela tá assustada, disse que tá tentando ligar pra gente a manhã toda, estamos indo pro hospital do centro.

Eu: Eu estou saindo daqui da faculdade, por favor fica com ela até eu chegar por favor.

Mas que merda, eu sou uma pessoa horrível, sou um péssimo marido e um péssimo pai, como eu deixei isso acontecer, por que não atendi essa droga de telefone? Tudo por orgulho besta.
Saio correndo da faculdade, entro no meu carro e vou o mais rápido que posso até o hospital, por favor meu Deus não deixa acontecer nada com os bebês, ela não vai suportar perder mais um filho.
Chego no hospital e Maraisa está na recepção desesperada, vou até ela e a abraço, deixo o choro vir com força, eu estou assustado, me sentindo culpado e com raiva de mim mesmo por não ter ficado ao lado dela.

Eu: É tudo culpa minha, ela me ligou o dia todo e eu não atendi, eu sou um idiota.

Mara: A culpa não é só sua, eu também não atendi pois estava com raiva dela, mas agora não podemos fazer mais nada a não ser ficar aqui e torcer para que os três fiquem bem.

Eu: Ela não vai suportar se perder mais um bebê, e se ela perder os dois. - Eu chorava desesperado.

Mara: Ela não vai perder nenhum deles, ela é forte, vai conseguir trazer os bebês se Deus quiser.

Eu: Eu nunca vou me perdoar se alguma coisa acontecer, vou entrar lá.

Mara: Não pode, o médico disse que o parto é complicado ainda mais na situação dela, eu ou você lá só vamos atrapalhar.

Eu: Ela deve estar assustada, eu preciso entrar lá, estar com ela, segurar a mão dela e dizer que vai ficar tudo bem.

Sem pensar muito bem eu passo pela porta da recepção e vou andando sem rumo até encontrar um médico, faço ele parar e me ouvir.

Eu: Olá, o senhor pode me dizer onde minha mulher está?

Doutor: Qual a situação dela?

Eu: Ela está grávida, chegou aqui não faz muito tempo, eu preciso estar lá com ela.

Doutor: Ah sim, a senhorita que está grávida de três bebês porém um está morto.

Eu: Isso mesmo, me leve até ela por favor, ela precisa que eu esteja lá.

Doutor: Infelizmente não vai ser possível.

Eu: Por favor.

Doutor: Não posso, não está liberada a entrada de ninguém no parto dela.

Eu: Mas como ela está? E os bebês?

Doutor: A situação não é das melhores mas faremos todo o possível.

Eu: Por favor, não deixa nada acontecer com os três.

Doutor: Farei o possível, agora se me der licença.

Ele sai e me deixa ali parado no corredor sem saber o que fazer, volto pra sala de espera do hospital e me sento ao lado da Maraisa, Clara e Matheus já estavam aqui e tentavam nos manter calmos mas isso era uma coisa impossível de acontecer, eu só vou me acalmar quando ver que ela e meus filhos estão bem.

Ela Me Enlouquece ( Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora