Sobre o inicio do meu "relacionamento" com Bruce

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Querido Steve,

Chegamos a um momento crítico da nossa história, um momento que eu tenho certeza que você não gosta de falar sobre e eu também não fico muito satisfeita, um momento que nunca conversamos diretamente mesmo após tanto tempo juntos. Sim, chegou a hora de conversarmos, ou melhor, de você ler, sobre como eu me sentia em relação a Bruce e o porquê de eu ter investido nele naquela época.

Como eu sei que esse não é o seu assunto preferido do mundo inteiro, apesar de continuarmos todos amigos e etc, eu achei que seria melhor lhe dar algo para o caso de você ficar triste ou melancólico com essa carta e por isso coloquei duas fotos da April bebê no envelope. Lembra o tanto que ela amava essa toalha de coelhinho? Eu ainda acho que é um cachorro, mas vocês dois juram que é um coelho. Na verdade ela sempre amou coelhos, ainda ama e eu nunca vou entender essa obsessão dela, mas quem se importa. 

Quando pensar em ficar sentido com essa carta e as coisas que irei escrever nela, veja as fotos da NOSSA filha

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Quando pensar em ficar sentido com essa carta e as coisas que irei escrever nela, veja as fotos da NOSSA filha. Lembre-se de que toda essa trajetória também me machucou, principalmente quando eu soube como você realmente se sentiu a respeito disso naquela época, mas lembre-se que tudo isso foi essencial para que chegássemos onde estamos hoje: casados, cada dia mais apaixonados e sendo pais da menina de nove anos mais linda desse mundo.

2015 não foi um ano fácil, nem para nós vingadores – mas vamos combinar que nunca temos um ano fácil – e muito menos para nós dois. Eu estava me apaixonando por você e doía muito porque eu sabia que você merecia coisa melhor. Você merecia alguém a sua altura, não uma pessoa que agora tinha todo o seu passado exposto, e se em algum momento eu pensei antes de simplesmente revelar para o mundo toda a merda que estava acontecendo na S.H.I.E.L.D. no ano de 2014, foi pensando em como você reagiria se soubesse quem eu era de verdade.

Eu estava me apaixonando por você, mas você não estava ao meu alcance, pelo menos eu achava que não. Lembra quando na primeira carta eu disse que para mim a conta não batia? Então, eu ainda nem ao menos acreditava que realmente havíamos nos tornados amigos, quanto mais que pudéssemos chegar até um relacionamento de verdade. Não queria me afastar por conta do que eu estava sentindo, não queria estragar nossa amizade, então eu decidi que precisava tirar você da minha cabeça. Bruce me pareceu uma ótima opção.

Nós também tínhamos mantido certo contato, não chegava perto do que nós dois tínhamos, lógico, mas era alguma coisa. Como eu disse em outras cartas, eu sei que sou uma mulher bonita e interessante, sei do efeito que tenho sobre as pessoas e bem... Não me parecia exatamente difícil jogar um pouco do meu charme sobre o Banner.

Então eu investi.

Não é difícil gostar dele, e eu percebi isso rapidamente. Bruce era gentil, inteligente, tímido, sabia como era ser um monstro e o que era desejar ser outra pessoa às vezes. O engraçado é que, naquela festa antes de Ultron e a coisa toda, enquanto eu flertava com ele, a única coisa que me passava na cabeça era você. Eu me peguei sorrindo várias vezes naquela noite lembrando-me dos nossos momentos juntos, momentos que ficavam cada vez mais íntimos.

Eu vi um dos seus olhares tortos para mim enquanto eu falava com Banner naquela festa e meu sorriso simplesmente cresceu, porque por um instante achei que você estivesse com ciúmes, mas então você praticamente empurrou-o para cima de mim e eu me odiei por ter me iludido, mesmo que por um momento, que você realmente podia sentir algo por mim além da amizade. Por Deus, você até me chamou de Romanoff, sabe quanto tempo fazia que você não me chamava mais assim? E aí como se tudo isso não bastasse você passou a me ignorar a festa inteira.

Okay, talvez ignorar seja uma palavra muito forte, mas você decididamente estava me evitando. É claro que agora eu já sei o motivo, mas naquela época eu só conseguia sentir raiva e uma vontade enorme de te estrangular. Quem você pensava que era para em um momento me tratar como se eu fosse a sua melhor amiga e no momento seguinte fingir que não nos conhecíamos direito?

Eu fiquei com tanta raiva e nem tive muito tempo de cultivá-la já que a festa terminou de um jeito catastrófico: Ultron. O mundo em perigo mais uma vez serviu de distração para que eu tirasse você da cabeça, pelo menos por um momento.

Eu decidi que estava cansada de fingir, cansada de não admitir meus sentimentos e cansada de estar usando outra pessoa para te esquecer. Então tentei falar com você, a sós, mas isso parecia impossível e quando eu finalmente consegui, quando praticamente te implorei para que conversássemos, para que visse em meus olhos o quanto precisava falar com você, o quanto precisava que você enxergasse em mim toda a paixão arrebatadora que vinha crescendo... Você fugiu.

Simplesmente disse que estava cansado e saiu. Lógico que eu fiz alguma piada, jamais deixaria você saber que naquele momento meu coração havia se fechado de novo e eu tinha desistido de qualquer coisa que minha cabeça boba e quase apaixonada tinha imaginado para nós dois. Eu não sou uma pessoa dramática, na verdade odeio drama, não sou uma pessoa que chora por estar magoada, na verdade quando eu estou magoada eu treino e pode apostar que um saco de pancadas com o seu rosto colado foi arrancado do gancho de tanto eu ter batido.

Ainda aconteceram mais coisas que merecem ser comentadas nesse ano, mas essa carta já está grande o suficiente e cumpriu o papel dela de mostrar o porquê de eu ter começado a me relacionar com Bruce. Você terá mais informações na próxima, capitão. 

 

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