Flashback V

123 20 44
                                    

Pov Natasha Romanoff

Foco em dirigir e passar por ruas mais discretas da capital alemã, procurando o endereço que Tony havia me dado. Torcendo para não ser uma armadilha e principalmente, para que a raiva que eu estava sentindo de Steve naquele momento não me fizesse fazer nenhuma besteira.

Quando paro diante do prédio abandonado, olho de um lado para o outro, conferindo se alguém me observava, ou qualquer sinal do meu antigo companheiro de equipe. Entrei temerosa no lugar, com uma das mãos pronta para puxar a arma a qualquer momento.

- Você está loira? - puxei a arma rapidamente na direção da voz que veio do homem de terno escorado em uma das paredes.

- Precisava aparecer de fininho? Qual seu problema? Eu poderia ter atirado - reclamei irritada e voltei a guardar a arma na cintura.

- Sinto muito, escutei alguém entrando achei que fosse você, mas fiquei surpreso com o novo visual - ele se aproxima mais um pouco, como se fôssemos dois estranhos se avaliando.

- É, eu estou loira e você está uma merda, parece que envelheceu uns cinco anos em poucos meses - observo o mesmo revirar os olhos e sinto vontade de sorrir ao vê-lo fazer isso.

- É o que acontece quando você briga com metade dos seus amigos e eles viram foragidos - nós dois desviamos o olhar nesse momento - Sabe eu realmente não senti falta desse seu jeito simpático.

- Sério? Pois eu acho que você sente sim minha falta, mas pode ficar tranquilo que não vou contar para ninguém - falei conforme meu sorriso crescia, observando o ambiente ao meu redor, ainda atenta.

- Pode relaxar Romanoff, não é uma armadilha, falei sério quando disse que ia ajudar - ele voltou a se apoiar na parede e dessa vez meus olhos estavam inteiramente nele.

Meu amigo havia emagrecido desde a última vez que nós tínhamos nos visto, apesar das roupas continuarem impecáveis, claramente seu semblante estava muito mais cansado, parecia o Tony que eu vi em momentos de crise, doente e prestes a morrer, quando nos conhecemos, porém bem pior.

- Certo, o dna de agente dupla é meu - um silêncio recai sobre nós e o quebro - Eu sinto muito, por ter te traído.

- Sinto muito pelas coisas que falei para você.

- Viu só, não é tão difícil assim deixar orgulho de lado, não se sente mais leve agora?

- Vai se foder Natasha - deixei escapar uma risada e o mesmo sorriu comigo.

- Eu senti a sua falta - falei baixinho, mesmo sabendo que ele iria escutar

- Como você está? - Tony perguntou e pela primeira vez desde toda aquela confusão eu senti vontade de chorar, desviei o olhar e mordi o lábio.

- Eu estou bem - torci para minha voz não ter saído trêmula.

- Essas palavras já significaram alguma coisa para você? Parece que está no automático, programado aí dentro para repetir isso - ele bate o dedo contra a própria testa e eu balanço a cabeça em negativa - Sério, Natasha. Como você está?

- Nesse momento? Estou com muita raiva, a última vez que eu senti raiva assim descobri que a sala vermelha ainda estava aberta - ele levanta a sobrancelha em interrogativa, mas não me interrompe - Eu quero matar alguém só para sentir outra coisa além desse ódio, quero matar o maldito do Ross por continuar nos caçando. Não posso estar com todos os meus amigos, não posso sair sem me preocupar se vou ser reconhecida, não que essa parte importe muito já que Steve fez esse favor para o mundo. Minha família está em perigo nesse exato momento por simplesmente terem me ajudado, nem ao menos sei se estão vivos ou não.

Cartas para Steve RogersOnde histórias criam vida. Descubra agora