Flashback IV

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Pov Natasha Romanoff

Abro a porta do quarto rapidamente, Sam aponta uma arma para mim e suspira aliviado ao ver que era eu, abaixando a mesma.

- O que aconteceu? - ele questiona ao ver a urgência de meus atos, conforme eu pegava nossas coisas - Natasha você está tremendo.

Só depois que ele afirma isso é que meu cérebro parece ter consciência das minhas ações, observo minhas mãos e percebo que era verdade, eu estava tremendo, mas não sabia se era de medo ou raiva.

- Então, em uma escala de zero a dez, quão ferrado ele está? -Sam tenta me distrair conforme arrumamos as coisas nas motos que tínhamos usado antes para chegar ali.

- Agora não Sam - provavelmente estava sendo grossa com ele, mas realmente não podia lidar com nada naquele momento.

- Ao infinito e além então - olhei para ele incrédula, até abri a boca para retrucar, porém simplesmente revirei os olhos e joguei uma das chaves para ele.

Felizmente, como estávamos em transportes separados, Sam não poderia continuar fazendo perguntas ou piadas sobre o assunto, e eu descontei toda minha raiva no acelerador daquela moto.

Chegamos em tempo recorde ao quinjet, assim que dei sinal para Wanda baixar a rampa ela o fez, guardamos as motos e logo em seguida começamos a desarrumar as coisas, ainda em silêncio.

- Ok, já foi tempo o suficiente para você se acalmar, cadê o Steve? O que vocês fizeram? - Wilson desviava o olhar entre mim e Wanda, que me olhava insegura, sem a determinação de mais cedo.

- Eu pedi que Steve saísse e viesse comigo, mas ele não quis me ouvir, então pedi a Wanda que o apagasse - o olhar de Sam era de incredulidade.

Era como se esperasse que a qualquer momento nós disséssemos que tudo não passava de uma brincadeira e quando isso não aconteceu, percebi seus olhos saírem do estado de "não acredito" para o mais puro julgamento.

- Na verdade, fui eu quem deu a ideia - Wanda fala de forma incerta, a voz tremendo um pouco - Ele vai me odiar por isso não vai?

- Não, ele não vai, porque ele não vai saber que foi ideia sua - os dois me encaram de supetão, completamente confusos - É o seguinte, quando ele acordar e souber do que aconteceu, vai ficar furioso, da mesma forma que ficou com a história do tratado e da mesma forma como eu estou nesse momento pela forma imprudente que ele nos expôs. Então, ele vai precisar de amigos, vai precisar de vocês para consolá-lo e acalma-lo.

- Normalmente quem faz isso é você - Maximoff disse fazendo uma careta -Ainda lembro do que já ouvi sem querer com essa história de vocês se consolarem.

- Wanda, ele vai querer minha cabeça em uma estaca quando acordar e perceber que o impedi de salvar aquelas pessoas - respondi depois de todo um esforço para não corar com as palavras dela - Eu também não estou de bom humor para consolá-lo, é mais provável que o mate enquanto isso, então, você e Sam precisam fazer isso por mim e por ele. Por favor, só... Só tomem conta dele, porque realmente não sei do que seremos capaz quando nos confrontarmos.

Os dois acenam com a cabeça, mesmo que relutantes acatariam minhas ordens afinal. Sorri levemente em agradecimento, e já estava saindo quando voltei-me para eles de novo.

- Não esqueçam disso entenderam? O plano foi meu e de mais ninguém aqui, a culpa é minha e só minha. Não me importo de fazer o papel de vilã mais uma vez.

Vou para o painel de controle e em questão de poucos minutos já estávamos voando sem rumo novamente, mais uma fuga não planejada e dessa vez a situação parecia tão pior do que as outras. Respiro fundo várias vezes, tentando fazer toda aquela raiva partir, porque parecia que eu iria entrar em combustão e explodir a qualquer momento.

Cartas para Steve RogersOnde histórias criam vida. Descubra agora