Flashback VII

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Pov Natasha Romanoff

Acordei ainda dolorida e infelizmente não era porque a noite havia acabado de forma divertida. Ser caçada e ter um velho obcecado atrás de você não era algo realmente agradável. Cada vez que lembrava do rosto de Ross naquele prédio e daquela ligação, uma pontada de arrependimento por ter o deixado vivo me acometia. 

Apesar de estar acordada, preferi permanecer de olhos fechados e aproveitar a sensação do corpo de Steve no meu. Era indescritível a forma como me sentia segura em simplesmente estar perto dele, poder sentir seu coração bater provando que ele estava vivo era um alívio. Se alguma coisa tivesse acontecido... Não sei muito bem o que faria, mas com certeza o motivo de quererem minha prisão iria além do fato de eu ter quebrado o tratado. 

Escuto a voz de Wanda e sinto Steve se mexendo, havíamos chegado na África e alguém precisava verificar se os tiros desferidos contra o quinjet não eram rastreadores. 

- Vocês não podem ficar sozinhos que aprontam, credo - nem precisava ver o rosto da ruivinha para saber que ela estava fazendo uma careta. 

Esse povo acha que eu sou que nem o Logan e me curo em um piscar de olhos? Não me dei ao trabalho de olhar para ela antes de responder que estava machucada e infelizmente não poderia fazer o que realmente queria ter feito para comemorar o aniversário do meu namorado. 

Wanda se retira após debochar da minha resposta, depois dela fazer isso a mão de Steve se direciona até minha cintura em um carinho delicado. 

- Está melhor? - perguntou e beijou meus cabelos em seguida. 

- Só um pouco e nem é por causa dos remédios - tento brincar, apesar de ter um pingo de verdade na brincadeira - E você? 

Espero ele conferir o próprio braço que estava bem melhor, bendito seja o soro do super soldado, odiava vê-lo machucado. Steve me coloca sentada antes de sair, me deixando o mais confortável possível e apesar de querer ir junto com ele e Sam para inspecionar o quinjet, nem tive forças para rebater quando Rogers disse que deveria ficar descansando. 

Observei ele sair do local e fiquei sozinha com meus próprios pensamentos, o que em geral é um grande perigo depois do que havia acontecido. Fecho os olhos tentando analisar como estava o nível de dor naquela manhã, ainda sentia minhas costas doloridas e ardendo, acho que havia apanhado mais do que realmente achei, pelo menos os outros idiotas que me atacaram ficaram em estado pior. 

O ronco em minha barriga me faz lembrar que estava a um bom tempo sem ingerir nada de comida, ou água, para desespero dos meus rins. Faço força para levantar do banco, tentando ficar de pé, mas a dor na parte de trás do meu corpo é alucinante, era como se estivessem abrindo os machucados todos de novo. No processo de tentar sair dali, acabo derrubando a maleta de primeiros socorros que ainda estava ali e não demora para Wanda aparecer novamente, com o olhar preocupado. 

- O que aconteceu? - ela pergunta enquanto arruma a bagunça que fiz. 

- Nada, só não vi as coisas aí - engulo meus gemidos de dor, por algum motivo sem querer demonstrar fraqueza. Tento levantar de novo e novamente falho na missão - Droga! 

- Sabe que não tem problema pedir ajuda de vez em quando, né? - delicadamente, Wanda me ajuda a ficar de pé - Nós sabemos que você não é invencível, imortal, sei lá mais o quê. 

- Obrigada, Wanda - vou andando sozinha até a parte da frente. 

Andar não doía tanto, desde que eu fosse com calma podia fazer isso tranquilamente. Sento na cadeira de pilotagem e fecho os olhos por mais uns segundos enquanto espero o incomodo em minhas costas se dissipar aos poucos. Quando volto a encarar o ambiente ao meu redor, Maximoff coloca um sanduíche de pasta de amendoim na minha frente com um sorriso. Bendita fosse, porque de jeito nenhum que ia levantar daqui nesse momento. Assim que terminei de comer, ela me deu mais um ibuprofeno e o pote com o pouco que havia sobrado da manteiga de amendoim. 

Cartas para Steve RogersOnde histórias criam vida. Descubra agora