Férias inesperadas e bem-vindas

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Querido Steve,

A Colômbia foi realmente um lugar que chegou para marcar nossas vidas, não estava em nossos planos ir para lá, mas Wanda e Sam acharam que precisávamos de um tempo de descanso, agir como pessoas normais, por mais que "normal" nunca fosse definir nossa realidade, e os dois fizeram essa pequena surpresa para nós. Eles estavam certos, havíamos passado por coisa demais, e por mais que eu soubesse como era arriscado e como poderíamos ser reconhecidos a qualquer momento, aquela paisagem de tirar o folego, a própria animação, e esforço deles, tornou impossível dizer que aquilo era loucura.

Como eu disse, você sabe que a Colômbia nos marcou bastante, foi a mini lua de mel que nós tivemos e que nem sabíamos que estávamos precisando. Depois de toda aquela briga, do momento de reconciliação, e do fato de que ainda não havíamos tido um momento para aproveitarmos um pouco de paz nesse relacionamento desde que ele fora oficializado, Coveñas foi realmente um pé no paraíso.

E essa cidade não só fez parte da nossa história como um casal, mas sim da a história da nossa família, virou nosso destino de férias anuais, e amo como construímos uma tradição de verdade. Trouxemos April para Coveñas pela primeira vez quando ela tinha um ano, e fizemos isso em todos os outros anos que se seguiram. Nós temos memórias maravilhosas desses momentos e por isso eu trouxe novamente mais fotos da nossa garotinha se divertindo em uma dessas viagens que fizemos.

Voltando para o momento em que chegamos a Coveñas e descobrimos que estávamos na Colômbia, e não no Brasil

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Voltando para o momento em que chegamos a Coveñas e descobrimos que estávamos na Colômbia, e não no Brasil. Eu podia ouvir vocês três conversando, mas era como se não conseguisse processar, toda aquela imensidão azul, aquele mar belíssimo a minha frente, a imagem era de tirar o folego e me deixou paralisada.

Eu nunca havia ido a uma praia, pelo menos não para relaxar e me divertir, já havia estado em alto mar, cumprindo missões e tentando não morrer, mas ir a uma praia como pessoas normais faziam? de jeito nenhum. Não tinha intimidade com o mar, me sentia boba, como uma criança que ganha o brinquedo que sempre quis, e talvez fosse realmente isso, talvez a pequena Natasha, aquela antes de descobrir sobre a sala vermelha, a criança que ainda era feliz e não sabia o que era dor e sofrimento, estivesse tentando sair de dentro de mim pelo menos um pouco, para aproveitar esse pequeno sonho a ser realizado.

Algo tao simples, que talvez pudesse ser considerado tao fútil, mas tao lindo e puro.

Assim que chegamos na areia eu lembro de correr em direção aquele infinito que me convidava a conhece-lo de braços abertos, mas no meio do caminho percebi que não queria fazer aquilo sozinha. Não era medo, por mais que não soubesse perfeitamente o que me esperava, eu só queria poder compartilhar aquele momento com você, queria que ficasse guardado em minha memória que estava comigo durante aquele momento... e felizmente, você ficou comigo durante todos os outros também, e continuará pelo resto das nossas vidas (pelo menos, esse é o plano).

Você retirou meus sapatos, delicadamente, e de mãos dadas seguimos para o mar, não me apressou quando eu paralisava, e quando fomos atingidos de surpresa pelas águas, que basicamente possuíam vida própria, só consegui pensar no quanto estava gelado, só para em seguida pensar no quanto aquilo era maravilhoso, nem você rindo de mim era capaz de me irritar naquele momento.

Cartas para Steve RogersOnde histórias criam vida. Descubra agora