Flashback II

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Pov Natasha Romanoff

Acordo sentindo algo, ou melhor o braço de alguém, embaixo de mim. Vou abrindo os olhos aos poucos e encontro Steve dormindo tranquilamente junto a mim, é impossível não sorrir quando as imagens da noite passada vem a minha mente. Primeiro foi a reação dele ao me ver loira pela primeira vez, foi impagável, a segunda foi quando eu perguntei sobre a Sharon, na verdade aquilo foi praticamente um teste, queria saber se ele iria me contar a verdade ou não, mas aparentemente o negócio de ser sempre honesto era verdade, a terceira e última reação que eu sempre guardaria na minha mente dele durante a noite passada, foi quando eu o pedi em namoro. 

Continuo olhando para ele por mais um tempinho, até descer a vista para os anéis em nossas mãos. Eu e Yelena havíamos ganhado os anéis de Alexei e Melina poucos dias antes de eu ser levada para a Sala Vermelha, era uma época onde tudo era mais fácil e a frase "assim vocês irão saber que pelo menos um de nós estará sempre junto para ajudar" era verdade. Eu não estava usando o anel na noite que me levaram, nenhuma de nós duas usava, mas algumas semanas atrás Yelena me informou que os havia escondido naquela noite e me deu os dois da última vez que eu a vi. 

Não entendi o porquê de início, não era como se eu realmente fosse usá-los ou caso fosse usá-los, não queria que a jóia passado para alguém que eu amasse com tanta veemência a ponto de realmente usar um anel de compromisso, fosse o símbolo de um casamento de mentira, um amor de mentira. Entretanto, teve uma coisa que eu percebi que me fez mudar de ideia, o amor entre Melina e Alexei não era mentira, por mais que eles repetissem que aquilo era só uma relação forjada. Dava para perceber nas trocas de olhares, nos sorrisos escondidos, na forma como eles se olhavam quando achava que ninguém iria perceber. Esses dois só não estavam juntos agora, porque ele tinha muito medo dela para fazer alguma coisa e ela era orgulhosa e teimosa demais para admitir. E isso fez com que eu me lembrasse de outras duas pessoas que ficaram nas mesmas condições por um tempo. 

Eu mandei ajustar os anéis para o meu tamanho e o de Steve, foi praticamente involuntário, quando vi já estava passando as medidas para o joalheiro. Quando fugimos, eles vieram comigo e os manti escondido desde então, não sabia quando iria entregar, não sabia se realmente iria fazer essa entrega um dia. Mas o chamei de namorado em voz alta e depois da conversa com Tony e com Yelena, eu percebi que cansei de perder tempo por conta dos fantasmas do meu passado. Sempre teria um problema para resolvermos, sempre teria uma crise, não existiria esse mundo calmo onde as coisas pudessem ir devagar, e para falar a verdade, eu também não queria ir devagar. 

Eu queria que fôssemos um time, uma dupla na vida como éramos no trabalho. Sei que ele queria isso também, o sim da noite passada foi só o ponto final em todas as investidas, eu o amava e sabia que ele me amava também, apesar de ainda não termos dito isso em voz alta. Faço um carinho no cabelo dele e um sorriso preguiçoso vai surgindo aos poucos nos lábios dele, me fazendo sorrir também.

- Bom dia - digo assim que ele me encara, azul no verde, apesar de eu achar o azul dos olhos dele muito mais bonitos, eram meu próprio paraíso pessoal. 

- Bom dia - percebo o olhar dele desviar um pouco para os meus cabelos e mordo o lábio inferior com o intuito de conter o sorriso ao constatar que ele ainda levaria um bom tempo para se acostumar - Estava me assistindo dormir?

- Eu estava pensando Rogers, o fato de você estar dormindo ao meu lado enquanto faço isso é só uma grande coincidência - ele solta uma risada com minha resposta e me puxa para mais perto, como se isso fosse possível, mas se torna em uma tentativa falha, já que levanto da cama rapidamente. 

- Ei! O que foi isso? - ele reclama indignado e eu reviro os olhos para provocá-lo mais um pouco. 

- Nós precisamos levantar e eu preciso de um banho antes de encarar todas as piadas que os três patetas vão fazer, sem contar com minha irmã - simplesmente retiro a blusa que estava vestindo, observando como somente aquele gesto era o suficiente para fazer meu namorado perder a fala. 

Cartas para Steve RogersOnde histórias criam vida. Descubra agora