Sorrindo enquanto mantinha a serva em um transe, sendo uma presa fácil para se alimentar, não tinha nada melhor do que sangue fresco, o liquido preenchia sua boca, como se fosse chocolate quente revitalizando as entranhas do home, houve apenas um lampejo de repulsa do que havia se tornado e do que fazia, mas como tudo na vida era u ma questão de costume, aprendeu rápido a ignorar este sentimento.
Apesar do que se tornara não era um completo monstro, sua jornada não havia sido fácil, mas aprendera a controlar sua sede, aquele que era capaz de assumir o controle de seu ser, os primeiros anos foram os piores, a sede parecia nunca ter fim! A queimação, a secura em sua garganta como se tivesse areia nela, tudo que pensava era em morrer, mas não conseguia... Não sabia o que era e alguma coisa dentro de si o impedia.
Lutou para não atacar ninguém, se isolou mais quando a fome chegava ao seu limite, tudo que restava era o instinto de sobrevivência, onde apagava por completo não se lembrando de nada, até acordar com vários corpos a sua volta, e com as mãos e boca, cobertas de sangue, o ódio e raiva preenchiam sua mente, alimentando aquele sentimento, que ia se transformando em uma determinação poderosa e inabalável, pois a culpa do que era, pertencia a uma única pessoa.
Decidiu depois de varias repetições daquele ocorrido, não mais se privar do alimento, pois caso o fizesse o estrago era melhor, precisava manter o monstro dentro dele controlado, o alimentando fazendo daquela força sua força, aceitando o que era e suas implicações, se adaptando e alimentando de forma a não matar, pelo menos não inocentes, com isso era capaz de manter sua sede sobre controle, além de fortalecer seus poderes, tornando as coisas mais fáceis em sua busca.
Não seria diferente na Inglaterra, após sugar o sangue da serva, apagou as lembranças daquele encontro a mandando se recolher mais cedo aos seus aposentos, o deixando sozinho no castelo enquanto esperava, não apenas a anfitriã mais como um convidado especial. Caminhou até o escritório sem cerimônia, se sentou em um dos sofás de couro, ao lado havia uma mesinha de centro com tampa de vidro sobre ela havia uma bandeja com varias garrafas de bebidas das mais diversas formas e tamanhos, pegou um dos copos e se serviu de uma garrafa preta, ao abri-la deixou a fragrância invadir seus pulmões, sorriu ao servir o liquido acobreado no copo, dando um gole enquanto aguardava.
Não demorou mais que quinze minutos para que o homem ouvisse passos silenciosos a metros de distância do castelo, os mesmos pertenciam a uma mulher que sentiu que havia algo estranho naquele lugar, mesmo sabendo disso não se importou, afinal o que poderia de fato ameaçá-la? Abriu a porta cautelosamente, evitando o rangido da porta.
― Cassandra... Dónde estás? ― chamou pela empregada, a mulher não apareceu em lugar nenhum.
A voz pertencia, a mesma mulher que estava no bar perdida em pensamentos, agora estava com seus sentidos aguçados, fechando a porta se colocou a caminhar lentamente pelo corredor, deixando seus olhos esquadrinhar cada canto daquele lugar, seus passos eram leves como a de um gatuno, ao notar a luz do escritório ligada se direcionou até o cômodo. Se fosse um ladrão o mesmo teria uma grande surpresa, ao entrar encontrou um homem de cabelos escuros sentado no sofá tranquilamente, o mesmo trajava roupas casuais e escuras, seu rosto mostrava uma face sedutora e perigosa, e seus olhos eram afiados como navalha.
― Boa noite. O que faz aqui? ― encarou o homem a sua frente, tinha a sensação de conhecê-lo, mas não conseguia se lembrar de onde. ― poderia me explicar o que faz aqui? O que fez com minha empregada. ― apenas depois que falou estas palavras que percebeu que aquele diante seus olhos não era alguém comum, muito menos um ladrão, ele era algo a mais... Ele era um vampiro!
O homem apenas se divertida com a petulância da mulher, ainda sentado saboreava sua bebida, ele sabia que a empregada não iria responder, pelo menos por um tempo. ― O que faço aqui é em busca de ajuda. ― se colocou de pé revelando sua real altura, em poucos passos encurtou a distancia entre os dois ficando a poucos centímetros dela.
Quase como um sussurro disse:
― Não precisa se preocupar com sua emprega, ela serviu ao seu propósito, e esta repousando nos seus aposentos, estará nova em folha pela manhã. E quem sou, saberá no momento certo, mas o que sou tenho certeza que sabe, afinal a sua natureza é a mesma que a minha.
Caminhou em volta da mulher como se avaliasse cada centímetro dela, a mesma não se moveu, alguma coisa em seu interior avisava que era melhor não provocar naquele momento, a pouca luz do lugar fazia com que as luzes bruxuleantes parecessem fantasmagóricas, mas a pouca luz nada impedia a visão daqueles dois.
― Sabe, você se parece muito com uma pessoa que conheci há muito tempo... ― poderia se tratar de uma ancestral, pois a semelhança entre ela e a dona legitima do castelo era impressionante. ― Você me parecer ser um recém-criado, quanto tem desde seu despertar?— era alguns dos termos utilizados pelos vampiros que passavam pela transição.
Era possível sentir a vibração que o homem parecia causar na dona do castelo, assim que ele fez sua pergunta, foi à vez dela responder.
― Então caro senhor, primeiramente deveríamos nos apresentar, é uma falta de cortesia de sua parte não cumprir com a etiqueta básica, não concorda? ― Apesar de sentir todo seu corpo retraindo na presença do homem não queria se deixar intimidar.
Neste momento as janelas bateram com o vento que soprou do lado de fora, a noite estava escura e sombria, e os ventos violentos, quase que instintivamente a mulher se aproximou da janela saindo do alcance do convidado inesperado, olhou para o lado de fora, passando a trinca e fechando a cortina, se virou para o desconhecido, caminhou até uma das poltronas e se sentou.
― Este castelo pertence a minha família a várias gerações, então provavelmente a pessoa que confundiu comigo seja da mesma linhagem, ainda estou intrigada para saber o que faz aqui, o que realmente quer de mim?
Do lado de fora na floresta o velho homem que havia deixado o Pub's, tentava se convencer que as bebidas que tinha tomado haviam revigorado seu corpo, mas tudo que fizeram foi relembrar que o álcool não era o melhor remédio. Adentrou o terreno desconhecido com passos pesados, porém cautelosos, não importava o numero de vezes que realizava tais encontros, nunca iria se acostumar com aquele tipo de coisa.
Um cheiro diferente percorria por entre os galhos da grotesca floresta, como se tentasse sussurrar em seus ouvidos algum aviso. Aquilo poderia parecer clichê como um filme de terror, porém a verdade estava presente demais para ser negada. Por mais zeloso que o velho homem fosse, a natureza não parecia querer contribuir com ele, pois a cada passo um galho seco se partia sobre suas bota de couro, causando um estalo que ressoava em cada centímetro daquela mata, sem muito o que fazer resolveu não se preocupar com o barulho, já que era um convidado, é até mesmo os espíritos que caminhavam pela névoa aguardavam sua chegada.
Este capitulo tem: 1.232 palavras
Pessoal aqui termina este capitulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.
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THE ORIGINS - A sede de Sangue
FantasyO mal esta presente, em suas mais diversas formas. Muitos não a enxergam, ou apenas não querem ver. Acreditando que desta forma, ele deixará de existir. Uriel Ivanov, tem um desejo, uma meta perigosa que poderá levar ao seu fim, porém ele não se imp...