Em seguida soltou Ivanov, dando as costas para o mesmo enquanto ajeitava sua gravata, uma coisa que não se podia negar era que a maioria dos vampiros possuía uma elegância própria, fosse qual roupa estivessem trajando.
— Sobre sua estadia aqui, poderá ficar mais tenha em mente que será observado, já suas "amigas", antes de oferecer a mesma estadia precisarei conhecê-las.
Já no hall do grande salão Sebastian havia retornado a presença das duas vampira, dispensando o homem que havia ficado em seu lugar, Lucinda o encarou com certo desdém em sua voz quando falou:
— Presumo que neste teatro você deva ser o vassalo. — Os olhos de Sebastian a fitaram afiados. — Ou seria o "mordomo"? Não sei qual o termo tem sido usado atualmente. — suas palavras morreram como se estivesse realmente com dúvida, mas era apenas uma provocação proposital.
Usando a velocidade humana, se levantou vagarosamente, caminhando pelo salão, apesar da indiferença o castelo era belo, com seu ambiente claro, piso lustroso e com um grande lustre de cristal, além da escadaria que levava ao segundo andar.
— A qual deles você serve com tanta devoção? — Apesar da pergunta direta, não estava realmente querendo saber à resposta, e completou a perguntou. — Ou melhor dizendo qual deles está aqui? Lucinda estava começando a juntar os pontos, apesar de sua curiosidade a fazer vasculhar pistas que a preparasse para o que estava por vim.
O vampiro não gostava do tom da acompanhante de Uriel, a mesma parecia possuir a mesmo mau hábito e personalidade que Ivanov, mas o que precisavam entender era que para serem assim precisavam possuir o poder para sustentar tal postura, porém não se deixou levar pelas palavras dela, mas não a deixou sem resposta.
— Meça suas palavras, você vem à casa do meu soberano, e se acha no direito de falar o que bem entende? Sou Sebastian um dos guardas reais, e quem sirvo não lhe diz respeito, se for necessário que saiba descobrirá no momento certo, não no meu tempo e muito menos no seu! —as palavras do homem eram afiadas.
Passando os dedos sobre o contorno do sofá aonde a ruiva ainda se mantinha sentada caminhou atrás dele, se apoiando nas costas do estofado, seu semblante estava atento ao vampiro que parecia comê-la com os olhos. Mais Lucinda não se importava com aquilo, se nem mesmo Nicolau conseguira intimidá-la, não seria um cão de guarda que iria conseguir, não importava quantos séculos a mais tivesse vivido, ou quão mais forte fosse.
Por alguma razão seus pensamentos foram arrastados para Uriel, esperava que tivesse uma chance de conversar com ele a sós, para entender o que faziam exatamente ali, embora formasse suposições não significava que era o que de fato estava acontecendo, em seu mais íntimo temia que a obsessão de Ivanov pudesse acabar resultando em consequências irreversíveis, se arriscar por ele não era o que Lucinda estava querendo fazer.
Anabelle por sua vez, apenas observava o desenrolar daquela troca de farpas entre Lucinda e o homem de terno, mas sua mente se perdia em pensamentos, se focando em um futuro que poderia não chegar, pegando uma mecha de seus cabelos e mexendo-o de forma automática.
— Vocês não possuem nada que possa servir aos convidados? — Anabelle se levantou atraindo a atenção para sí, caminhou na direção de Sebastian, não muito longe havia um pequeno pilar com uma bandeja com algumas garrafas, mordendo o lábio inferior com se quisesse provocar parecendo inocente, pegou uma garrafa de whisky nas mãos.
Preencheu o copo com o líquido, devolvendo a garrafa para seu lugar, se virando para Lucinda olhou pelo canto de olho para Sebastian que a observava com atenção.
— Está servida? — ergueu o copo na direção da outra vampira.
Um sorriso se desenhou nos lábios de Lucinda, que caminhou em velocidade sobre humana, pegando o copo das mãos da ruiva deixando o líquido escorrer por sua garganta.
— Não é dos piores... — Provocou devolvendo o copo para Anabelle.
Voltando para o sofá decidiu ignorar o Sebastian, aquela conversa a fez se recordar do tempo que ficou confinada em posse de Nicolau, se lembrou dos sonhos que tivera e um nome surgiu daquelas lembranças.
"— Luchska..."— repetiu o nome em seus pensamentos, enquanto a imagem do homem que chamava por ele se desenhava em sua memória.
Nem todos os detalhes estavam nítidos, eram fragmentos partidos sem conexão aparente, apenas borrões turvos de memória, o estranho parecia desesperado enquanto procurava a dona daquele nome.
Este capitulo tem: 739 palavras
Pessoal aqui termina este capitulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.
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THE ORIGINS - A sede de Sangue
FantasyO mal esta presente, em suas mais diversas formas. Muitos não a enxergam, ou apenas não querem ver. Acreditando que desta forma, ele deixará de existir. Uriel Ivanov, tem um desejo, uma meta perigosa que poderá levar ao seu fim, porém ele não se imp...