Ivanov odiava ter que se encontrar com Azrael, pois o mesmo tinha sempre o mal habito de achar que conseguia desvendar as pessoas, entender seus verdadeiros sentimentos, mas a verdade era que ele apenas era um imortal bastante estranho.
— Sempre consigo me surpreender com você, mas não se iluda comigo, estas características que mencionou se um dia as tive eu as perdi a muito tempo, não nego ser individualista, afinal se quer alguma coisa bem feita precisa fazer você mesmo, é exatamente por isso que estou aqui. — deixou um meio sorriso provocar o original.
Apesar das palavras de Uriel, o mesmo já havia aprendido bastante com o tempo, e sua experiência lhe tinha mostrado que de fato a vingança não era algo que se podia esquecer com o tempo. Era um sentimento poderoso que apenas aumentava como se o oxigênio que mantinha os mortais vivos, porém também abastecia e aumentava as chamas, consumindo tudo à medida que avança.
— Não precisa tentar me entender, muito menos aceitar minhas escolhas, apenas as tolere até o momento certo, pois assim iremos nos dar sempre bem, meu ódio se trata de acerto de contas e isso é o bastante para mim. — enquanto falava se sentou na enorme mesa de jantar que havia ali colocando os pés sobre a mesma cruzando as pernas logo em seguida de forma despreocupada.
Ivanov dava tempo para o Volker entender a magnitude de toda aquela situação, o mesmo precisava absorver tudo com muita cautela, tinha mais coisas para dizer, porém se questionava o quanto poderia falar sem comprometer parte do seu plano. Quando Azrael não disse nada permanecendo imóvel por um longo tempo Uriel perguntou:
— Você consegue saber as reais intenções de Maquiavel... O que acha que ele pretende fazer? — perguntou enquanto avaliava o imortal.
— Antes de qualquer outra resposta, entenda que não é você quem decide as coisas aqui, o que preciso ou não saber não é algo que você escolhe se saberei ou não, você não tem muitas opções, por causa disso pare de achar que pode usar os seus truques comigo, se não terei que mostrar um lado meu não muito agradável meu. — o tom de voz do original era afiado, quase como se uma pressão circulasse o corpo de Uriel.
Azrael não gostava de revelar seu poder, mas o fazia quando necessário, o mundo vampiresco só resistiu a tanto tempo, por causa do punho firme que ele e seus irmãos regiam as coisas, quando precisava mostrar quem tinha o poder cabia a eles mostrar aos outros a quem o poder pertencia. As luzes daquele salão piscaram como se respondesse as palavras do Volker, voltando logo em seguida ao normal.
Caminhou para a ponta da mesa se colocando a sentar, sua mente refletia sobre a pergunta feita por Ivanov sobre os planos de Maquiavel, e a verdade era que não sabia nada que não soubesse há alguns século atrás, todo o resto era apenas boatos, rumores e especulações.
— Sobre os planos do bastardo sempre foram de conhecimento de poucos, contudo imagino que o mesmo planeje algo que de alguma forma vá afetar não apenas a mim, ou meus irmãos, mas todo o sistema que conhecemos é criamos. Caso saiba de algo novo revele os detalhes. — colocou os cotovelos sobre a mesa entrelaçando seus dedos para encarar Uriel, como se estivesse aberto a negociar.
O perigo estava diante os olhos de Ivanov, era como se sentisse a foice da morte em seu pescoço, sempre que não abaixava a cabeça e não demonstrava o respeito que os originais exigiam, mas não tinha planos de se curvar a ninguém, mesmo que a camada fina que o mantinha vivo fosse perigosamente fina. Enquanto ouvia as palavras de Azrael um sorriso se desenhava em seus lábios, apesar de seus olhos nunca sequer piscarem.
As opções que Uriel dispunha eram muito poucas, mas como um bom jogador sabia blefar quando o momento pedia tal jogada, Ivanov sabia que para acabar com um original apenas outro original poderia fazer isso, ou o próprio criador o primeiro da linhagem, Uriel ficou em silêncio diante das palavras de Azrael. As cartas que tinham parecia atrair o Volker diante seus olhos, eles poucos sabiam de fato sobre Maquiavel, muito menos quais eram suas ambições, todas as peças estavam sendo postas no tabuleiro, não demoraria para aquela partida mortal começar e o vencedor ser decidido com um "xeque-mate".
Este capitulo tem: 731 palavras
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THE ORIGINS - A sede de Sangue
FantasyO mal esta presente, em suas mais diversas formas. Muitos não a enxergam, ou apenas não querem ver. Acreditando que desta forma, ele deixará de existir. Uriel Ivanov, tem um desejo, uma meta perigosa que poderá levar ao seu fim, porém ele não se imp...