A vampira se afastou da porta dando espaço para que o velho entrasse no escritório, Cyllian já havia percebido que aquela visita não era uma simples intimidação, ou superioridade havia algo mais por trás daquelas ações de Uriel.
― Já que todos estão presentes acredito eu, podemos parar de enrolação, estou cansada. ― a impaciência da vampira era clara.
― Para alguém que tem todo o tempo do mundo, esta muito apressada, mas chegou o momento de saberem a verdade, e escolherem, um doce sonho, ou um terrível pesadelo, ponderem e escolham com sabedoria... ― as palavras pareciam mais uma ameaça do que de fato uma escolha.
Ignorando as palavras dos dois o velho se direcionou até Uriel. ― Não sei se sou eu, ou você que esta amaldiçoado, Ivanov.— rasgou o bilhete colocando as partes em seu bolso. ― Sempre que não quero te ver você aparece, como um morto vivo saindo da terra. ― pigarreou provocando o vampiro.
Era inegável perceber que Uriel Ivanov era um vampiro antigo, com muitos anos nas costas com uma força e experiência que fazia ser difícil calcular o quanto o mesmo poderia ser perigoso, em suas feições os traços suaves e rústicos em certos momentos quase o transformavam em uma escultura perfeita, podendo ser comparado ao Narciso da mitologia grega, mas com alguns bônus a mais, como um sorriso cafajeste, que tinha o poder de derrubar qualquer alto controle de uma mortal.
Mais toda aquela beleza e fascínio, poderia se transformar com muita facilidade em uma sentença de morte, para o velho homem a ironia era tão presente e ambígua que se perdia no êxtase, que toda aquela beleza é charme não passava de artifício que nenhum vampiro precisava, pelo menos era assim que via as coisas mais de dois séculos em que se esbarravam.
Voltando suas atenções para a vampira de fato pela primeira vez, o velho que tinha muito tempo de estrada nas costas, sua experiência fazia notar coisas que a maioria não conseguia ver. Quando recebeu através da morte o mérito de caminhar novamente, apenas dedicou-se ao amor próprio, ao agigantamento do seu ego e auto-convencimento de que era especial e intangível.
Lembrar disso arrancou um sorriso discreto ao se lembrar o quão arrogante era diante das atividades que realizava no passado, uma verdadeira montanha russa com altos e baixos. Deu as costas ao vampiro e caminhou até a mesa de centro, pegando um copo e se servindo sem cerimônia de um licor rico em aroma e escuridão, apreciou a fragrância antes de ingerir o liquido, em seguida deixou o ardido e adocicado percorrer sua garganta, olhou para a anfitriã involuntária, piscou para ela revelando as rugas de seu rosto.
― Não me apresentei ainda. Me chamo Darwin Keizar. ― olhou para Cyllian fazendo um gesto curto com a cabeça, se virou para Uriel sem qualquer sorriso nos lábios. ― O que fazemos aqui tarde da noite Ivanov? Será hoje que iremos quitar a divida? ― secou o resto licor.
― Sabe que nossa divida é grande, já salvei sua pele uma, ou duas vezes, por isso não se preocupe que a divida será paga quando o momento chegar. Que tal aproveitar este tempo para melhoramos nossa "amizade", sei que nossas espécies seguem uma longa tradição de ódio, mas particularmente não tenho nada contra você, ou os da sua espécie, exceto é claro o cheiro de cachorro molhado. ― provocou Darwin com suas palavras provocativas.
Caminhou ate a mesa é pegou seu copo, se serviu de outra dose, e se sentou em uma das poltronas, cruzou as pernas e saboreou um gole da nova dose da bebida.
― Vou parar de rodeios dizer o que quero de vocês dois, e não precisam se preocupar com à hora, ou o tempo, somos seres da noite e por qual motivo não faríamos as coisas tarde? O que busco aqui hoje e cooperação, ou morte de vocês a escolha é claro é de vocês. ― sorriu para os dois.
Apesar do sorriso do vampiro o clima pessoal naquele pequeno espaço, o que estava prestes a ser tratado ali era o inicio de um jogo arriscado, mas que não poderia ser jogado sozinho precisaria ter peças o suficiente para consegui se mover, precisaria de aliados e alguns sacrifícios. Os riscos eram altos mais os ganhos eram infinitamente maiores.
Uriel não gostava de usar a força, pelo menos quando podia usar de outra forma, mas sabia que no mundo sobrenatural, apenas o poder ditava as regras, percebeu isso muito cedo, por isso aprendeu as regras, sorriu com ansiedade como se tivesse acabado de revelar um segredo e queria ver o que cada um deles achava do que tinha revelado, como nenhum deles falou nada continuou:
― Para começar, preciso que entendam que os tempos estão mudando, ele sempre muda e tenho certeza que devem saber ou terem ouvido boatos sobre um certo alguém, chamado Maquiavel, que está sendo conhecido por muitos como "o ceifador", pois mortes tem ocorrido pelo mundo a fora, isso despertou o interesse não apenas dos mortais como dos sobrenaturais, isso significa que começou a se mover, saindo das sombras, por esta razão estou começando a agitar as coisas também.
Este capitulo tem: 869 palavrasPessoal aqui termina este capitulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.
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THE ORIGINS - A sede de Sangue
FantasyO mal esta presente, em suas mais diversas formas. Muitos não a enxergam, ou apenas não querem ver. Acreditando que desta forma, ele deixará de existir. Uriel Ivanov, tem um desejo, uma meta perigosa que poderá levar ao seu fim, porém ele não se imp...