Algum tempo já havia passado desde que Uriel tinha sido levado para falar com o dono do castelo e ainda não retornara. Fora a conversa daqueles que ocorria no grande salão todo o resto era apenas silêncio, as paredes e portas pareciam vedar qualquer som que viesse de fora, tornando o que acontecia dentro um completo segredo, Lucinda havia tentado sem sucesso escutar alguma coisa da conversa de Uriel, mas não obteve sucesso em encontrar a voz dele o que a irritou profundamente.
A vampira odiava não saber o que realmente estava acontecendo, seus olhos se alternavam entre a escada que Ivanov desapareceu e o mordomo, mas algo em seu interior se agitava era uma inquietação crescente que ficava cada vez maior, não queria admitir, mas estava preocupada que Uriel não saísse dessa vivo.
O silêncio foi quebrado pelo som de passos da ruiva que se dirigiu novamente próximo a Sebastian, era difícil saber se ela entendia, ou não o perigo que estava se metendo, agindo de forma tão desleixada.
— Sabe, você tem um cheiro um pouco familiar... — inclinou a cabeça levemente para o lado, fitando com atenção os olhos do vampiro. — Já nos vimos antes?
Ao mesmo tempo em que a pergunta havia sido feita os pensamentos da ruiva trabalhavam em alta velocidade, verificando todos os rostos que havia visto em toda sua vida, mas aquela tentativa fora em vã, voltando para o momento presente, se colocou a caminhar avaliando a beleza exótica daquele lugar, com vários quadros nas paredes, o copo em sua mão havia sido preenchido com a bebida. Anabelle dava pequenos goles à medida que caminhava de volta até o sofá se sentado no braço do mesmo do lado oposto de onde estava Lucinda, a posição que se colocou permitia uma visão mais atrativa de seus seios, parecia querer provocar.
— Sebastian, está muito sério... não gostaria de uma dose para relaxar um pouco? — sorriu erguendo o copo para o vampiro.
No salão Azrael encarou Ivanov que se erguia lentamente como se nada daquilo tivesse acontecido, a cadeira havia caído com o movimento rápido do vampiro ao erguer Uriel pelo pescoço e pressioná-lo contra a parede. Ivanov não tentou se soltar, pois sabia que não conseguiria se libertar se o mesmo não quisesse, o que Azrael queria demonstrar com isso era que apesar de tudo o vampiro não tinha a força necessária para conseguir sua vingança.
Dos três originais os primeiros criados por Caim, Azrael era o mais suscetível deles, mas nem de longe poderia ser considerado o mais fraco, caso os três entrassem em um confronto seria difícil definir quem deles sairia vitorioso, com um sorriso sem qualquer graça ou humor diante das palavras do Volker disse:
— Ando sempre na corda bamba, o que significa que estar por um fio é apenas o meu normal Azrael, pensei que já soubesse disso, posso morrer por suas mãos a qualquer momento, mas nunca serei a caça de ninguém, minha escolha é apenas uma a mesma que sempre foi, e você a conhece bem!
Ivanov não tinha medo da morte, talvez até almejasse por ela, mas não queria ir antes de obter sua vingança, este era o único motivo que o guiava durante todo este tempo, de pé encarou as costas do Volker.
— Vim aqui por um motivo, você decide o que quer fazer, pode acabar de uma vez comigo aqui e agora, esperando que Maquiavel realize suas ambições enquanto você o procura sozinho, deixando seus irmãos fazerem o que sempre fizeram, ficaram neutros, até serem os próximos a serem caçados por ele, pois isso vai acontecer, cedo ou tarde...— Azrael olhou diretamente nos olhos de Uriel, que sabia que tinha capturado a atenção dele, dando um sorriso de satisfação.— Acho que não compreende a gravidade do que está por vim... Sabe por que não conseguiu muitas pistas sobre Maquiavel? A resposta é que ele mudou de nome! Para poder agir com mais facilidade. — deixou a frustração aparecer em sua voz.
Azrael jamais diria isso em voz alta, mas via em Uriel uma versão dele próprio no começo de tudo aquilo, mas compreendia que Ivanov não estava pronto, não ainda lhe faltava experiência e poder, a vingança era um bom combustível, mas uma chama sem alimento e apenas uma faísca que logo se apagaria. Mas uma coisa era verdade nas palavras de Uriel, precisavam um do outro para por fim em Maquiavel.
— Mesmo que não reconheça você têm ótimas habilidades e virtudes, mas estas faz questão de esconder por baixo desta camada de defeitos juntamente com uma personalidade individualista é egocêntrica... — Azrael disse com sinceridade aquelas palavras. — O que sei é que somente o tempo associado com a experiência poderão lhe ensinar estas lições.
Este capitulo tem: 785 palavras
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THE ORIGINS - A sede de Sangue
FantasyO mal esta presente, em suas mais diversas formas. Muitos não a enxergam, ou apenas não querem ver. Acreditando que desta forma, ele deixará de existir. Uriel Ivanov, tem um desejo, uma meta perigosa que poderá levar ao seu fim, porém ele não se imp...