Capítulo 18

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Contra sua vontade retrocedeu aproximando o seu rosto do ursinho, sem pagar o que havia consumido caminhou para a noite, assim que sumiu da visão do barman, o homem respirou fundo olhou para todos no bar e disse:

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Contra sua vontade retrocedeu aproximando o seu rosto do ursinho, sem pagar o que havia consumido caminhou para a noite, assim que sumiu da visão do barman, o homem respirou fundo olhou para todos no bar e disse:

― O bar vai fechar em vinte minutos.

Já passava das três da manhã, logo o sol iria nascer, Lucinda virou seu último copo com uma elegância destoante para o ambiente em que se encontrava, pegou seu grosso casaco e o colocou sobre os ombros, olhando para Will.

― Não me diga que já está indo? ― perguntou ao vê-la se levantar.

― Infelizmente meu caro, a noite não é mais uma criança, ela se tornou uma adolescente cansada. ― sorriu para ele, se dependesse dela passaria mais tempo na companhia de Will, mais ainda tinha assuntos a resolver.

― Ah Lucinda. ― Will balançou a cabeça em sinal de negação pousando uma das mãos na cintura. ― Se cuide, as notícias não andam sendo as melhores por estas bandas.

Olharam-se por meio minuto em silêncio como se os dois soubessem exatamente o que estava sendo dito, com os olhos fixos um no outro sentiram um odor forte invadir o salão acompanhando por um uivo estridente que ecoava quase como uma suplica a majestosa lua. Lucinda deixou o odor invadir suas narinas, era um cheiro distante mais inconfundível, seus sentidos não demoraram a entender do que se trava, tirando algumas moedas do bolso do casaco depositou no balcão para o amigo pagando suas bebidas, em seguida sem dizer mais nada saiu do bar.

Caminhou para a saída encontrando o velho no portão que em silêncio abriu a pesada porta de metal, pelas ruas da cidade seguia para seus aposentos, o céu começava a clarear, não tardou a chegar aos seus aposentos, fazia muito tempo que não alugava algo no mínimo confortável, gostava mais de pensões discretas que não chamasse muita atenção. Alugara um velho quarto em uma das partes mais desertas daquela cidade, em uma pousada pouco movimentada.

Desta forma pelo menos tinha a confiança que conseguiria descansar mais despreocupada quando o sol nascesse, entrou silenciosamente seguindo para seu quarto parecia quase flutuar, ao girar a maçaneta a porta rangeu baixo, a fechou atrás de sí, uma vez na escuridão do sentiu seu salto pisar em alguma coisa, olhou para baixo, pegando o que parecia ser um envelope.

― Uma carta? ― murmurou enquanto olhava para os dois lados a procura de alguma identificação, ou endereço, mais tudo que havia escrito era:

"Para Lucinda Piersic.

Onde quer que esteja."

Seus olhos se estreitaram desconfiada enquanto vasculhava cada centímetro do envelope, desde seu conteúdo até os odores que ele possuía afim de encontrar qualquer coisa que a levasse até o seu remetente, mas nada constava de anormal. Por tanto, só lhe restava ler a tal carta. Caminhou até a janela abrindo uma pequena fresta na cortina, deixando a pouca luz invadir o quarto. Em pé próximo a janela, sentiu alguma coisa espreitar na noite que ia se desfazendo.

Com o envelope em mãos usou um punhal que estava na escrivaninha ao lado da janela, com um movimento rápido e limpo abriu a borda da correspondência o retirando rapidamente o conteúdo apenas uma folha, deixando o envelope e o punhal sobre a escrivaninha, desdobrava o papel para em seguida lê-la.

Enquanto o fazia seu rosto se contorcia em algumas caretas, ao fim da carta mordeu o canto dos lábios, amassou o papel entre os dedos, o deixando cair em seguida no chão. Atravessou o quarto ainda na escuridão após fechar a cortina e se deixou cair sobre a cama, a fazendo se recordar das palavras desagradáveis e o convite inoportuno que acabara de receber.

A carta era de seu criador, ninguém menos que Ivanov, Lucinda não o odiava, porém não morria de amores por ele, mas apesar disso às vezes sentia uma mistura de diversão e ironia na personalidade mesquinha que o mesmo tinha com os demais a sua volta. A verdade é que Lucinda não queria partir, mas entendia que não tinha muita escolha por diversos fatores, se ela não fosse Uriel viria atrás dela, sempre fora assim, ela o conhecia bastante para saber o quão irritante podia se tornar quando ele realmente queria.

Na escuridão ainda deitada de braços abertos, Lucinda encarava o teto com a mente distraída, se perguntava se era momento de esquecer o que nem mesmo sabia ao certo o que precisava lembrar, e assim ficou até o nascer do sol imersa em pensamentos vagos e distorcidos sem saber o que realmente fazer com eles, quase em piloto automático se colocou de pé, retirou as vestes pesadas ficando apenas com uma lingerie preta com pequenos detalhes vermelhos, e se deitou novamente na cama, sentia que o sol já estava nascendo.

Na escuridão ainda deitada de braços abertos, Lucinda encarava o teto com a mente distraída, se perguntava se era momento de esquecer o que nem mesmo sabia ao certo o que precisava lembrar, e assim ficou até o nascer do sol imersa em pensamentos v...

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