Para o vampiro ele nunca se achou morto, mas sim ao contrário, apenas quando se transformou que se sentiu verdadeiramente vivo! Nunca havia sentido nem metade das sensações de agora, quando era mortal, poder era o que buscava, mas conseguiu apenas após sua mudança, não entendia o que era, nem o que tinha mudado, mas sabia que era incrível, e tinha todo o tempo do mundo para aprender, e o mesmo lhe ensinou bem cada lição oferecida.
Do lado de fora não se demorou, seguiu para a saída daquela construção, a noite estava fria, mas para Nicolau aquele ar gélido não lhe afetava de forma alguma, já o humano a seu lado tremeu com a lufada que entrou quando abriu a porta pesada de ferro. O vampiro saiu e mais uma vez alertou o homem.
― Não fale com ela... Não se aproxime mais do que o necessário, ou morrerá! Se não por ela, será por mim, alimente-a com uma pequena dose de sangue entendeu? ― os olhos de Nicolau brilharam, enquanto o homem balançava a cabeça positivamente.
Sem mais nenhuma palavra o vampiro deu as costas ao homem, partindo pelas ruas e vielas se misturando a noite tranquilamente, como se fosse apenas mais uma noite corriqueira, seu destino era o Hotel Royal Crescent não demorou para chegar, a festa estava quase chegando ao fim, sem desvios subiu para seu quarto para esperar por mais acontecimentos, as peças estavam posicionadas no grande tabuleiro.
Não demoraria muito para o nascer do sol, em seu quarto Nicolau relaxava em uma poltrona, se servindo de um conhaque, em sua mente veio a ultima pergunta de Lucinda antes de sair.
"— Diga-me Nicolau... Se achas que sou apenas uma moeda de troca, porque me quer ao seu lado?"
― Porque a quero do meu lado? Talvez mais uma ironia do destino, talvez provocar Uriel tomando todos seus brinquedos... Vai saber. ― sorriu bebendo um pouco mais de sua bebida.
Qualquer que fosse o motivo, talvez logo mudaria de ideia, afinal para um imortal mudanças precisavam acontecer frequentemente para não cair na monotonia, Nicolau não era alguém que se apegava as coisas por muito tempo, sentimentos era algo que nunca e importou quando era humano, e como vampiro isso era ainda mais desnecessário.
― Ivanov... Porque não aparece para brincar, acredito que um novo desafio precisar ser lançado para que saia do buraco onde esta se escondendo. ― divagou sozinho em seu quarto.
No cativeiro assim que Nicolau saiu com o humano, Lucinda ficou sozinha, sentia seu corpo pesado, seus sentidos estavam ficando menos preciso a cada momento, ao mesmo tempo uma sonolência parecia invadir seu corpo, era difícil manter a consciência ativa, e assim seus pensamentos se apagaram como uma vela em uma tempestade.
No vazio, Lucinda começou a ouvir uma voz. ― Luschka... LUSCHKA!— uma mão quente e terna pousa sobre sua testa. ― Abra os olhos Luschka.
A voz era jovem, mas encheu seus ouvidos ao mesmo tempo em que sentia uma leve respiração em seu rosto, a resgatando de um sono tranquilo.
― O que queres agora, Ekatherina? ― Luschka abre os olhos e encontra o rosto corado da menina que estava ao seu lado sobre a grama. A jovem tinha olhos tão azuis quanto o céu que se destacavam com sua pele clara, parecia uma pintura, a menina sorriu de forma calorosa enquanto entrelaçava seus dedos pequenos nos fios de cabelo de Luschka sua irmã mais velha.
― Luschka, quando eu crescer, você acha que posso ter um cabelo bonito como o seu? ― perguntava a garotinha que não deveria ter mais que oito anos.
― Não será necessário, seus cabelos dourados já são lindos Ekatherina. ― virou o rosto para a menina a olhando nos olhos. ― Agora me conte o que queres?
― Ora Luschka, não seja grosseira. Até parece que sempre estou com segundas intenções...— apoiou-se no chão com o cotovelo erguendo seu corpo parcialmente. ― Mas se me lembro bem, prometeu me acompanhar aos campos floridos, para colher algumas flores para o aniversario da mamãe.
O sol apareceu por detrás das nuvens, com seu brilho forte e vibrante fazendo com que Luschka fechasse os olhos. A primavera daquele ano estava muito agradável e por onde quer que fosse o aroma das flores preenchiam o ar com o desabrochar dos botões.
― Está bem, me de apenas um tempo e então irei com você até as flores. ― aspirou o ar puro preenchido com o perfume das flores, que encheu seus pulmões e o expeliu pausadamente quase como se saboreasse aquele momento tranquilo.
Neste momento uma brisa gélida inesperada passou pelo campo, agitando todas as plantas, Luschka sentiu uma estranha agitação em seu interior, ao mesmo tempo em que uma náusea invadiu a garganta como se um buraco negro tivesse se abrindo em seu interior de repente.
Gritou por sua irmã. ― Ekatherina! ― Sua irmã havia desaparecido.
Se colocando de pé vasculhou todas as direções em busca da garota que parecia ter sumido, em seguida tudo a sua volta começou a desaparecer quando se deu conta estava envolvida por escuridão, não havia nada, nem céu nem terra apenas a vazio, um calafrio percorre seu corpo, ate seus pulmões como se sugasse o pouco ar que tinha, era a sensação de se afogar, mas o que estava preenchendo seus pulmões não era água, mas sim escuridão. Tentava gritar se debater, mas sua voz parecia ter sido roubada, o pânico crescia em seu interior até envolver seu corpo em uma paralisia mortal, com os olhos abertos uma lágrima escorreu de seu olho direito, sentiu aquela pequena gota escorrer lentamente, a medida que o medo e escuridão a engolia.
Acordou assustada, sentindo uma dor profunda invadindo seu peito, a queimação ardia, em seu rosto algo parecia escorrer, desceu até seus lábios, era salgado... aquilo era uma lágrima. Ainda confusa tentou se recompor, instantes depois se perguntou:
― O que foi isso... E que é Luschka e Ekatherina? ― pensou após se acalmar.
Não sabia dizer quanto tempo havia apagado, nem quanto tempo havia se passado desde que fora trazida para aquele lugar, a única coisa em que pensava era como faria para escapar dali, as correntes de prata queimavam seus pulsos e tornozelos, o que quer que Nicolau pedira para o homem aplicar estava a deixando mais fraca do que só a falta de sangue, queria tirar aquela venda que cobria seus olhos.
Este capitulo tem: 1.074 palavras
Pessoal aqui termina este capitulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.
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THE ORIGINS - A sede de Sangue
FantasyO mal esta presente, em suas mais diversas formas. Muitos não a enxergam, ou apenas não querem ver. Acreditando que desta forma, ele deixará de existir. Uriel Ivanov, tem um desejo, uma meta perigosa que poderá levar ao seu fim, porém ele não se imp...