Capítulo 22

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Carolina narrando:

Desvio dos estudantes pelo corredor com a mente cheia de pensamentos, isso era bastante comum para minha pessoa, mas há alguns dias eu vinha fazendo isso com uma frequência duas vezes maior.

Sinto uma mão em meu ombro e giro meu corpo me deparando com a Vanessa.

—Oi, Vanessa. —cumprimento com um pequeno sorriso.

—Eu estava te chamando já faz alguns minutos, mas você parecia perdida em um lugar distante. No que estava pensando?

—Em nada demais. —respondo rapidamente. —Você precisa de alguma coisa?

—Só gostaria de saber se você tem alguma notícia do Erick.

—Do Erick? Por quê? Aconteceu alguma coisa? —disparo com preocupação.

—Calma! Eu não sei de nada, só perguntei porque já faz uma semana que ele não aparece na faculdade e eu achei que você soubesse já que são tão próximos. —ela dá de ombros e eu engulo em seco. —Mas pelo visto você sabe tanto quanto eu.

Me mantenho calada, minha cabeça trabalhando demais pra formular qualquer frase, mas o sinal toca sem me permitir fazer qualquer coisa.

Passo as próximas horas distraída e logo estou indo para casa.

Quando chego, vejo minha tia preparando o almoço na cozinha que fica logo depois da sala, ela me vê e dá um sorriso.

—Oi, querida! Como foi seu dia? —pergunta  dividindo sua atenção entre mim e a panela que está mexendo com uma grande colher.

—Ah, foi normal. —dou de ombros. 

—E isso é bom?

—Acho que sim. —antes que ela possa falar mais alguma coisa, começo a andar tomando o caminho do quarto. —Eu vou me trocar.

—Tudo bem, mas não demore. —assinto e caminho mais rápido.

Entro no quarto e sou recebida por Amanda que está confortavelmente sentada em uma cadeira perto da minha cama com os braços cruzados e um olhar ameaçador no rosto.

—Aconteceu alguma coisa? —questiono tentando decifrar sua expressão e entender seu comportamento.

—Eu é quem pergunto: aconteceu alguma coisa, Carolina Monteiro? —ela arqueia uma sobrancelha.

—Eu não sei do que você está falando. —digo querendo evitar falar desse assunto.

—Você sabe exatamente do que se trata, mas já que insiste em fingir que está tudo bem, quando na verdade não está, vou fazer o favor de te lembrar. Já faz alguns dias que você está estranha, fica pensativa o tempo todo e mal conversa comigo, até meus pais já perceberam isso.

—Eles disseram alguma coisa? —pergunto temendo deixá-los preocupados por minha causa.

—Só comentaram que você não parecia bem.  —Amanda suspira e vem até onde estou colocando suas sobre as minhas. —Olha, prima, eu sei que há algo acontecendo com você e eu vou entender se não quiser me dizer nada, mas só quero que saiba que você pode contar comigo. Pode até não parecer, mas eu entendo de muitas coisas.

Ela sorri com carinho e sinto minha consciência pesar por deixar meus familiares tão preocupados. Me sento na cama e respiro fundo.

—Tudo bem, eu vou contar. —minha prima volta a sentar na cadeira próxima de onde estou.

—Sou toda ouvidos.

—Na festa de aniversário da universidade, aconteceu algo inesperado e eu não sabia muito bem como reagir, Erick se declarou para mim.

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