Capítulo 9

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Erick narrando:

Já fazia alguns dias que eu não via a Carolina, sempre que eu chegava na faculdade ela já estava na sala e quando as aulas da manhã terminavam, ela já tinha saído para algum lugar.

Algumas coisas acabaram mudando em minha rotina, nesses últimos dias não saí com os amigos para festas ou outras coisas, passei a me ocupar à noite com livros, redes sociais e música. Parece que a minha vontade de me divertir com as coisas que já eram costume havia sumido de uma hora para outra. Também parei de ter pesadelos, na verdade, não os tinha desde o dia que vi a Carolina no meu sonho, o que era um alívio.

E mais uma vez estou aqui em meu quarto vendo as redes sociais com o tédio sendo minha única companhia. Suspiro deixando o celular de lado, cansado de ver o que os outros postaram e não estar me divertindo em nada. A lembrança da última vez em que falei com a Carolina vem em minha mente e uma ideia me ocorre.

Por que não faço uma visita no lugar em que ela trabalha?

Essa ideia me deixa animado e eu logo pego o celular para encontrar o endereço da pizzaria, como sou esperto anotei o nome do local no dia em que ouvi ela falar sobre ele.

Ligo o GPS que indica o trajeto que devo fazer e vou para lá o mais rápido possível. Não demora muito e estaciono próximo ao estabelecimento que parece lotado. Não perco tempo e entro procurando por ela em todos os lados, até meu olhar se encontrar com o dela fazendo um sorriso espontâneo brotar em meu rosto. Mas ela demonstra surpresa e quando resolve reagir, desvia o olhar de mim.

Me sento em uma mesa decidido a não desistir tão fácil e analiso o cardápio que está sobre a mesa. Depois de alguns minutos, vejo pelo canto do olho ela se aproximar.

—Seja bem-vindo. Já escolheu o que vai pedir? —olho para ela que está com um sorriso forçado no rosto, mas não me intimido e entro em seu joguinho.

—Você. —digo tão baixo que ela não escuta.

—O quê?

—Um hambúrguer e um suco de laranja. —dessa vez ela ouve e anota em um caderninho.

—Já trago seu pedido. —assinto e ela sai.

Fico ali observando o local que parece bem visitado pela quantidade de pessoas. Logo Carolina vem em minha direção com uma bandeja em mãos, ela põe meu pedido sobre a mesa e sai sem me olhar.

Observo seus movimentos pelo local e só a admiro ainda mais pela forma como ela trata as pessoas que ali se encontram, seu sorriso inocente, sua gentileza, sua educação impecável... tudo isso só mostra o quão única ela é.
Quando termino de comer, ela vem me entregar a conta.

—Aqui está. —digo e ela pega o dinheiro de minha mão.

—Espere um pouco e eu já vou trazer seu troco.

—Ah, não. O troco fica de gorjeta pelo ótimo atendimento. —ela me olha apreensiva.

—Mas você me deu muito mais do que gastou e isso não é justo, eu insisto que espere. —sorrio diante de suas palavras.

—Não é necessário, estou dando esse dinheiro de bom grado a você. —argumento, mas ela não desiste fácil.

—Por favor, se você tem alguma consideração por mim, aceite o que é seu por direito. —diz firme e pela primeira vez na noite me olha nos olhos. Eu a encaro por alguns segundos e me dou por vencido.

—Tudo bem, estou esperando.

—Obrigado. —dá um sorriso sincero que aquece meu coração.

Depois de receber meu troco, saio dali a contragosto e entro em meu carro, mas não o ligo, tudo que eu queria era uma desculpa para entrar lá de novo. Fico ali pensando em alguma coisa e nem percebo quanto tempo fiquei ali, até ver que o movimento lá dentro parou e a Carolina sair com sua bolsa no ombro. Abro a porta do carro e vou até onde ela está.

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