Erick narrando:
Eu estava esperando o momento certo para declarar meus sentimentos à Carolina, mas não estava sendo nem um pouco fácil me segurar, ainda mais quando eu via o Pedro sempre a rondando. Felizmente meu autocontrole era mais forte do que meu desejo de contar tudo e acabar cometendo um grande erro.
Em contrapartida a isso, Marcos estava cada vez mais empolgado com sua nova fase da vida, assim como aconteceu comigo, o pastor passou a dar pequenos estudos para ele uma vez por semana e seu progresso era cada vez mais notório.
No orfanato, vou em direção à cozinha com a intenção de tomar um copo de água, assim que me aproximo ouço vozes abafadas e ao ver que se trata de uma conversa privada na cozinha, decido dar meia volta e sair dali. Mas uma das vozes se exalta e sem pensar muito no que estou fazendo, entro no local onde dou de cara com Vanessa com uma cara nada boa falando com a Carolina em alta voz.
A mesma se cala quando ambas percebem minha presença.
—Está tudo bem por aqui? —pergunto desconfiado.
Carolina permanece com a cabeça baixa e os olhos fixos no chão, enquanto Vanessa olha para ela ainda com um semblante indignado.
—Eu já disse tudo o que tinha pra dizer. —Ela sai sem nem me olhar.
Olho para Carol e me aproximo sem hesitar.
—Você está bem? —Ela enfim levanta a cabeça, mas sem olhar em meus olhos.
—Não se preocupe, eu vou ficar bem. —responde com um fraco sorriso me deixando confuso e também sai sem dizer mais nada.
Nas próximas horas que passamos no orfanato, observo que em nenhum momento Vanessa sequer olhou para Carolina, enquanto que esta a todo momento fitava Vanessa com um olhar triste e um rosto abatido.
No fim do dia, quando estamos nos preparando para irmos embora, percebo que há um clima estranho entre as duas e resolvo fazer algo, vou até onde os membros do nosso grupo estão perto do carro da Vanessa.
—Carolina, você poderia ir comigo hoje? —Ela me olha confusa.
—Não percebeu que ela vai com a Vanessa? —Pedro se intromete.
—Eu sei, mas... eu queria sua ajuda para comprarmos alguns materias para o projeto. —digo olhando diretamente para ela que assente concordando.
—Você pode avisar a tia Cláudia por mim, Amanda? —pergunta se direcionando à prima.
—Claro, pode ir tranquila.
Pedro revira os olhos, mas eu ignoro andando em direção ao meu carro com Carolina logo atrás de mim.
Abro a porta para ela e faço o mesmo já ligando o carro. Passamos alguns minutos em silêncio durante a saída, mas não quero forçar a barra então espero que ela tome a iniciativa de falar.
—Então... onde nós vamos? —Pergunta distraída. —Acho que vamos encontrar todos os materiais no shopping...
—Eu já comprei tudo. —Dessa vez ela me olha com atenção.
—Como assim já comprou tudo? Por que me chamou então?
—Você e a Vanessa não pareciam estar em um clima muito bom, então resolvi fazer alguma coisa.
—E qual era o seu plano?
—Achei que seria muito estranho e incômodo as duas voltarem no mesmo carro sem nem trocarem uma palavra. —respondo como se fosse óbvio. —Apenas quis deixar que as duas pensassem no que aconteceu com mais calma.
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O propósito do Amor
SpiritualSinopse Carolina Monteiro, uma jovem que está ingressando na faculdade, tem a fé como a sua principal arma contra os obstáculos e desafios da vida. Doce, gentil e bondosa, mais ainda assim determinada, tem um lema que diz: "Ser cada dia mais parecid...