Capítulo 38

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Carolina narrando:

Minha mente viaja mais uma vez só neste dia pelos eventos dos últimos dias. Eu não sei explicar o que estava acontecendo, mas um turbilhão de pensamentos e sentimentos me rodeiam, deixando-me aflita e sem saber que atitude tomar.

-Carol! -balanço a cabeça enfim voltando a realidade.

-Sim?

-Já é a terceira vez que te chamo e você está aí parecendo estar no mundo da lua. -Bruna diz segurando um vestido em cada mão e me olhando séria.

-Desculpa por isso.

Hoje pela manhã, Bruna me convidou para ajudá-la a comprar algumas roupas em uma loja nova que abriu a pouco tempo na cidade. Eu aceitei na hora com o objetivo de justamente tentar me distrair, mas pelo visto não estava dando certo.

-Vamos deixar isso para outra hora. -ela coloca as peças de volta ao lugar em que estavam.

-Não, Bruna. Garanto que vou prestar atenção agora. -me levanto indo até ela.

-Precisamos conversar. -ela suspira e cruza os braços em frente ao corpo me olhando com preocupação. -Vamos.

Sou puxada para fora da loja e seguimos até uma sorveteria ali perto. Adentramos o local e Bruna me leva até uma mesa de canto mais afastada.

-Vamos ter a privacidade necessária aqui. -explica quando nos acomodamos.

Fazemos nossos pedidos e aguardamos em silêncio pelos mesmos, só depois disso ela resolve falar.

-Tudo bem, pode falar agora. -seus olhos se prendem em mim.

-Falar o quê?

-O que está acontecendo com você! -fala como se fosse óbvio.

-Não é nada que você precise se preocupar. -respondo evitando olhar para ela.

-Carolina, eu te conheço desde que éramos crianças e acho que é tempo o suficiente para saber que algo está te incomodando. -ela segura minha mão sobre a mesa e eu finalmente a encaro. -Você é minha melhor amiga e nós prometemos estar do lado uma da outra mesmo nos momentos mais difíceis, então me deixa te ajudar...

Seus olhos suplicam por isso e um suspiro escapa de meus lábios sentindo o peito apertado.

-Tudo bem, vou falar o que tem me afligido.

-Sinta-se à vontade. -sorri me confortando.

-Desde o dia em que o Erick chegou aqui venho me sentindo ansiosa e meio perdida...

-Imaginei que ele seria o motivo. -diz com um sorriso. -Mas qual é exatamente o problema? É normal sentir isso quando se está apaixonada.

-É que... aconteceu uma coisa, no dia que ele jantou em minha casa.

Conto meu relato sobre a forma como ele me tratou naquele dia e a situação embaraçosa que passei quando nos despedimos.

-Meu. Deus. -Bruna não esconde seu estado de choque diante da minha revelação. -Amiga, isso é muito lindo! Como pode ainda afirmar que ele não gosta de você?

-A verdade é que eu não sei de nada. -deixo minha cabeça cair sobre minhas mãos mostrando minha total frustração. -Estou muito confusa e não faço ideia do que fazer.

-Você não precisa fazer nada, Carol. -diz com um sorriso tentando me consolar. -Deixe o Senhor agir no tempo Dele e as coisas vão acontecer como tem que acontecer.

Fico em silêncio por um instante pensando nas palavras que acabei de ouvir. Por um momento deixei que a ansiedade e o desespero tomassem conta de mim, e acabei esquecendo que há Alguém que tem o controle de tudo em suas mãos.

O propósito do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora