Capítulo 25

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Erick narrando:

Chego apressado na igreja, mas felizmente ainda não começou a reunião para o novo projeto. O local já está cheio de jovens e um pequeno grupo de adultos, e passando os olhos rapidamente por todos, vejo Carol em um canto com sua prima, o que já era esperado, e Vanessa.

Fico por ali mesmo cumprimentando algumas pessoas que passam por mim, até que o espaço fica em total silêncio e o pastor Paulo entra no recinto.

—A paz de Cristo, meus filhos e filhas! —todos respondem em uníssono. —Como é bom saber que temos tantos irmãos dispostos a levar o evangelho pelo mundo.

Alguns dão glórias a Deus em alto som, outros preferem apenas bater palmas e assobiar.

—Mas vamos para o que interessa. O projeto tem como objetivo ajudar as pessoas que mais necessitam através de apoio e trabalho voluntário, contudo, é também uma forma de evangelizar para essas pessoas.

Murmúrios são ouvidos pela sala, mas o pastor levanta uma mão pedindo silêncio e volta a falar:

—Aqueles que se voluntariarem e estiverem interessados em participar serão divididos em quatro equipes, podendo cada um escolher o que mais lhe agradar. Vocês terão as seguintes opções: evangelizar em um orfanato, um lar de idosos, nas ruas para as pessoas desabrigadas e necessitadas ou em missões nas cidades mais pobres. O que acham dessa ideia?

Sorrisos de satisfação preenchem os rostos de todos os aqui presentes, mas o momento de conversas é novamente interrompido por um jovem que levanta a mão.

—Pastor, quem foi que teve essa ideia maravilhosa? —ele pergunta e todos se voltam curiosos para o pastor.

—Ainda bem que você perguntou, eu já estava prestes a dizer. —o pastor sorri. —Quero que todos deem uma salva de palmas ao jovem que compartilhou essa benção conosco, Erick.

O som de palmas ecoa pelo lugar chegando até os meus ouvidos. O pastor faz um sinal para que eu me aproxime de onde ele está e assim eu faço sentindo um nervosismo pela atenção recebida.

—Diga, Erick, de onde veio essa sua ideia? —pastor Paulo me estimula e eu pigarreio antes de começar a falar.

—Bom, depois que me converti, eu comecei a pensar em alguma forma de ajudar outras pessoas a terem um encontro com Deus, assim como eu tive. Então eu fiz pesquisas e estudando a bíblia tive essa ideia. Pensei comigo mesmo: "Jesus veio para salvar os que estavam perdidos, aqueles que aos olhos de muitos eram considerados indignos e que não tinham mais jeito. Não que os outros não precisassem d'Ele, de maneira alguma, mas como Ele mesmo disse: os sãos não precisam de médico, então Ele só poderia ajudar aqueles que reconheciam que necessitavam d'Ele." E pensando nisso, percebi como tem pessoas que precisam de Cristo, mas que não tem alguém que os ajude na caminhada até Ele, os pobres, doentes, idosos, crianças... enfim, grupos de pessoas que nós podemos ajudar, assim como Cristo nos ensinou. Eu comentei com o pastor e ele desenvolveu o projeto junto comigo, mas essa ideia não foi minha, porque agora eu vejo que foi Deus quem plantou essa ideia em mim e eu apenas transmiti. Então... é isso, pessoal.

Todos voltam a bater palmas, eu olho ao redor e meus olhos se encontram com os da Carolina, mas ao invés de desviar o olhar ela continua me encarando e sorri com carinho. Essa visão faz meu coração acelerar como antes, e um sorriso brota em meu rosto imediatamente. Mas ao ver que quem está do lado dela é o Pedro me sinto desconfortável e incomodado, com o sorriso em meu rosto se desmanchando aos poucos.

Volto para o meu lugar e o pastor volta a falar sobre os detalhes do projeto. Depois de alguns minutos, ele pede para que todos escolham em que equipe querem ficar apontando os cantos da sala e nomeando cada um deles com uma parte do projeto.

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