Capítulo 7

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Erick narrando:

Passei o dia inteiro de ontem tentando ocupar minha mente com alguma coisa, mas sempre que parava mesmo que só por alguns segundos, minha mente me traia e voltava a pensar na Carolina.

Diferente de como era com as outras garotas, eu só queria ouvir a sua voz calma e cheia de gentileza, desvendar cada detalhe do seu ser e descobrir o porquê de ela ser tão... Incrível.

Hoje, quando saio da sala de aulas que parecem se arrastar junto com as horas, a primeira coisa que faço é ir até o corredor onde fica a sala dela e espero ficando em uma distância segura para disfarçar minha presença aqui.

Os estudantes saem e não demora muito para eu vê-la saindo da sala conversando com a professora, que só para deixar claro, não tem fama de boazinha entre os universitários.

Tem alguém que não se encante por ela?

Elas se despedem e Carolina vai para algum lugar, eu a sigo de longe sem que ela perceba, até a biblioteca onde ela entra.

Espero um pouco para não levantar suspeitas e entro agindo naturalmente, ou pelo menos tentando.

As pessoas que ali se encontram me lançam olhares de surpresa e curiosidade, mas eu não ligo para eles.

Ando pelas estantes procurando por ela e a encontro em uma parte tentando alcançar um livro, mas tudo que consegue é tocar nele. Me aproximo devagar sem querer assustá-la, ela nem percebe quando chego por trás e pego o livro que ela tanto tenta pegar.

Em um movimento rápido, ela se vira e nossos corpos ficam muito próximos um do outro, sem que ela possa dá um passo pra trás já que está com as costas encostadas na estante de livros. Encaro seus olhos e me sinto hipnotizado por ela. Involuntariamente inclino minha cabeça para frente a ponto de poder ouvir a sua respiração, mas ela desvia o rosto e com as mãos me empurra com cuidado para trás. Seu rosto ganha um tom avermelhado e eu me sinto mal por seu constrangimento.

-Desculpa, eu... -tento me justificar, mas não encontro as palavras certas. -Eu não devia ter feito isso, me desculpa.

-É, não devia mesmo. Mas tudo bem, eu te desculpo. -ainda assim sinto a culpa me remoer. -Só não faça mais isso.

-Pode deixar. Era esse o livro que você queria? -estendo o livro e ela pega evitando tocar em mim.

-É sim, obrigada. -um silêncio incômodo se instala entre nós.

-Então... Você vem sempre aqui? -sei que é algo clichê para se dizer, mas foi a única coisa que me veio à mente agora para desfazer esse clima estranho no ar.

-Não, essa é a minha segunda vez aqui. Vim procurar alguns livros que a professora pediu para lermos e acabei encontrando este que me chamou a atenção. E você?

-Ah, eu? Eu... -penso em algo rápido. -Vim pegar alguns livros para estudar também.

-E onde eles estão? -pergunta olhando para meus braços vazios.

-Na verdade, eu ia pegar eles agora, mas vi que precisava de ajuda e resolvi ajudar. -Dizem que eu sempre tenho uma resposta pronta pra tudo, acho que estavam certos, afinal de contas.

-Entendi. -diz para meu alívio. -Bom, eu já peguei os que precisava, então já vou indo.

-Espera. -peço a impedindo de prosseguir. -Você gostaria de... sair comigo hoje à noite? Você pode escolher o lugar.

-Não posso, eu estou trabalhando à noite e justamente hoje é o dia que começo.

-Entendo. -é inevitável sentir decepção. -Posso saber onde você trabalha?

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