Capítulo 10

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Carolina narrando:

Quando chego na praça bem perto da pizzaria Bonneville, vou até uma árvore frondosa e enorme que se encontra mais a frente e sento debaixo dela. Ainda falta meia hora para o horário combinado de me encontrar com o Erick, então aproveito para descansar um pouco.

Respiro o ar puro com os olhos fechados e deixo minha mente vagar pelo dia que deu origem a essa conversa marcada.

Flashback on.

Depois de ter uma conversa que não terminou como eu esperava, vou até o carro de Pedro e entro em seu carro sem dizer uma palavra. Ele não dá partida no carro e me encara com uma expressão que não consigo decifrar.

—Você conhece aquele homem? —pergunta enfim.

—Sim, ele estuda na mesma universidade que eu, mas não faz a mesma faculdade. —ele assente.

—Ele fez algo que não te agradou?

—Não, ele só queria me dá uma carona. —desvio meu olhar para a janela, sentindo culpa ao perceber que o Erick só estava preocupado comigo.

—Ei, Carol. —chama a minha atenção e eu olho pra ele. —Desculpa pela minha atitude, só quero te proteger e cuidar, não vou deixar que ninguém faça mal a você.

—Obrigado por isso. —digo sorrindo e ele me acompanha. —Você é um ótimo amigo.

—E você é mais do que uma amiga pra mim. —ele pega minha mão e eu sinto meu coração acelerar com suas palavras, retiro minha mão com cuidado.

—Claro, sou sua irmã em Cristo, não é mesmo? —tento dispersar o clima estranho entre nós.

—É, claro. —diz desviando os olhos com um sorriso menor. —Vou te levar pra casa.

Flashback off.

Abro meus olhos e olho para o céu, ainda perdida em pensamentos. Passei os últimos dias sentindo a mesma culpa por não ter me entendido com o Erick naquele mesmo dia, por isso aceitei de primeira me encontrar com ele pra conversar.

Ouço passos se aproximando e pelo canto dos olhos vejo Erick se aproximar.

—Oi. —cumprimenta sentando na grama e deixando uma distância segura entre nós.

—Oi. —continuo com o olhar fixo no céu.

—Está aí há muito tempo?

—Não muito, eu quis chegar mais cedo. —um silêncio se espalha em nosso meio e eu espero ele dá início à conversa, o que só acontece depois de alguns minutos.

—Desculpa por ter sido grosso com você naquele dia, não deveria ter falado com você daquele jeito. —diz com sinceridade.

—Só não entendo por que você agiu daquela forma. —rebato com a informação que eu gostaria realmente de saber.

—É que aquele cara chegou e falava como se eu fosse fazer algum mal a você, e eu nunca te machucaria. Isso me deixou furioso e eu acabei me descontrolando.

—Eu te entendo, mas você deveria ter me procurado e conversado comigo. Você não faz ideia de como eu me senti mal achando que eu tinha magoado você. —desabafo deixando a tensão dos últimos dias sair com minhas palavras.

—Me desculpa por isso. —ele passa a mão no cabelo. —Eu sou um covarde mesmo, preferi fugir em vez de resolver as coisas de frente. Mas é que eu achei que houvesse alguma coisa entre você e aquele cara e como ele não foi com a minha cara, achei melhor me afastar.

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