Erick narrando:
Fico estático no mesmo lugar, sem saber como interpretar a reação da Carolina, mas com certeza não era essa que eu esperava. Dispenso esses pensamentos e sigo para o mesmo lugar que ela saiu há alguns minutos e a encontro debruçada sobre um muro que ela segura como apoio. Me aproximo cuidadosamente dela não querendo deixá-la mais assustada do que já parece.
—Você está bem? Está se sentindo mal? —pergunto preocupado agora perto o suficiente pra perceber o quanto ela parece tensa.
—O que você falou lá dentro, é brincadeira não é? —ela se vira com o rosto sério e inexpressivo.
—Eu nunca falei tão sério na minha vida. Olha, eu sei que pode parecer repentino ou impulsivo, mas a verdade é que já faz um tempo que eu queria te contar isso, só estava esperando o momento certo, e acabou acontecendo hoje. —explico sentindo uma má impressão.
—Eu não sei o que dizer, não esperava por isso. —ela abaixa a cabeça por um momento e depois levanta de novo. —Você tem certeza?
—É claro que tenho, eu realmente gosto de você, como nunca gostei de ninguém. —me pergunto por que ela não pode simplesmente acreditar em mim.
—Eu não vou ser mais uma diversão pra você, Erick. —fico surpreso com tal afirmação.
—Essa nunca foi a minha intenção. —respiro fundo enquanto escolho as palavras certas. —Você é diferente de todas as garotas que já conheci e quero que saiba que estou levando isso a sério. Quero que você seja minha namorada.
Ela abre a boca algumas vezes, mas não diz nada. Quando começo a achar que isso significa algo bom, ela diz:
—Isso é um erro.
—O quê? —confusão e decepção tomam conta de mim.
—Eu não posso namorar com você. —diz tirando qualquer dúvida de que eu tenha escutado errado.
—E por que não? —questiono consternado.
—Porque isso seria jugo desigual. Eu sinto muito, mas não posso fazer isso. —Suas palavras só trazem mais desordem à minha mente. —Eu acho melhor eu ir embora.
Ela se vira me dando as costas e dando passos lentos para longe de mim.
—Espera. —seguro seu braço fazendo com que ela fique de frente para mim.
—Me deixa ir, Erick.
—Isso significa que você não sente o mesmo por mim? —prendo minha respiração esperando uma resposta, mas ela fixa seu olhar no chão sem me encarar. —Só olha nos meus olhos e me diz se você sente alguma coisa por mim ou não.
Carol levanta a cabeça e nossos olhos se encontram, não sei dizer o que seu olhar transmite, mas um misto de emoções se apodera de mim, um misto de esperança, insegurança e aflição. Sem que eu me dê conta ela puxa seu braço se libertando do meu aperto.
—Isso não importa, mesmo que eu sentisse, eu não poderia me envolver com você, é contra os meus princípios.
—Não estou entendendo nada, pode me explicar, por favor? —tento me controlar, mas se torna cada vez mais difícil.
—Eu sigo princípios e valores que são essenciais em minha vida com Deus e eu disse para mim mesma que nunca entraria em um relacionamento com alguém que não segue os mesmos.
—Então me ensina, eu faço tudo o que você quiser, só me dá uma chance de mostrar que eu posso te fazer feliz. —estou realmente desesperado.
—Não é tão simples assim. —ela suspira com frustração. —Isso não deveria ter acontecido.
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O propósito do Amor
SpiritualeSinopse Carolina Monteiro, uma jovem que está ingressando na faculdade, tem a fé como a sua principal arma contra os obstáculos e desafios da vida. Doce, gentil e bondosa, mais ainda assim determinada, tem um lema que diz: "Ser cada dia mais parecid...