O propósito do Amor

Capítulo 34

Carolina narrando:

—Carolina! —Vanessa se aproxima de onde estamos ofegante. —Será que podemos conversar?

Desde a nossa pequena discussão no orfanato ela não falava comigo, já estava preocupada que ela nunca mais sequer olhasse pra mim. Mas não me desesperei, apenas orei entregando essa situação nas mãos do Senhor e agora estava vendo a resposta Dele.

—Claro! —Digo nervosa e olho para Erick que está do meu lado. —Eu já te alcanço.

—Vou te esperar no estacionamento. —Responde compreensivo e se afasta.

—Bom... —Começo voltando meu olhar para a loira à minha frente. —O que gostaria de me falar?

—Quero pedir perdão. Não foi certo a forma que eu te tratei e me sinto muito mal por isso. —Seu olhar parece inseguro da resposta, mas posso sentir a sinceridade em suas palavras. —Vou entender se você nunca mais quiser falar comigo...

—É claro que eu te perdoo. —Ela levanta a cabeça e um sorriso desponta em seu rosto. —E eu também te devo um pedido de perdão. Nunca foi a minha intenção brincar com os sentimentos de ninguém, mas se foi isso que pareceu, então me perdoe.

—Não Carol, você não fez nada de errado. Foi eu quem deixou o ciúmes e a inveja me consumir e por conta disso quase perco umas das melhores amigas que eu já tive.

—Você também é muito importante pra mim, Vanessa. —Sinto meus olhos marejarem, mas consigo segurar as lágrimas que ameaçam cair.

—Posso te dar um abraço? —Pergunta com receio.

—É claro que pode! —Nos abraçamos fortemente e sorrimos.

—Eu conversei com o Pedro... —Comenta assim que nos afastamos. —Perguntei se estava bem e ele acabou contando tudo que aconteceu entre vocês dois.

—E como ele está? —Me sinto nervosa de repente.

—Ele vai superar logo. —Afirma com um sorriso confiante. —Pedro percebeu que estava agindo errado e que estava colocando seus sentimentos acima da vontade de Deus. Ainda gosta de você, mas sabe que nunca ia dá certo se não fosse algo de Deus.

—E isso não te incomoda? Digo, ele ainda gostar de mim já que você tem sentimentos por ele?

—Tá tão na cara assim?

—Um pouco... —Ela assente soltando um suspiro, mas sorri.

—Eu também percebi que estava errando pedindo que o Pedro também gostasse de mim e tomei a decisão de entregar meus sentimentos ao Senhor. Sei que se for pra ser nós dois, simplesmente vai acontecer, sem que eu precise interferir.

—É assim que se fala. —Damos risada e um alívio toma conta de mim.

—Eu já disse tudo o que tinha pra falar, agora é melhor você ir porque tem um certo alguém te esperando... —Ela dá um sorriso sugestivo e eu apenas sorrio.

—Então até logo!

—Até logo!

Acenamos uma para a outra enquanto nos afastamos e um sorriso de satisfação se forma em meu rosto.

Entro no estacionamento procurando por Erick e não o vejo ali perto. Enquanto adentro o lugar que parece vazio, um pressentimento ruim faz um frio despertar em minha barriga.

—Erick! —Chamo passando entre dois carros.

Ouço vozes familiares e me viro nessa direção, me arrependo no mesmo instante de ter feito isso. A cena que vejo faz minha respiração falhar e meus olhos marejarem no mesmo instante.