Capítulo 6

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Carolina narrando:

Vou em direção ao refeitório e enquanto caminho, percebo os olhares e cochichos pelos corredores em que passo, como se eu fosse o assunto.

Isso me deixa constrangida e eu aperto os livros que carrego em meus braços contra meu corpo, evitando olhar para as pessoas ali presentes.

Uma garota loira vem em minha direção e eu desvio de seu caminho, mas mesmo assim ela esbarra em mim derrubando os materiais que eu estava carregando.

—Ops! — ela para e me olha com um sorrisinho no rosto.

—Tudo bem. —faço menção de me abaixar, mas ela chuta minhas coisas para mais longe.

—Da próxima vez não vou pegar tão leve. —olho para ela com a testa franzida sem entender o porquê de toda aquela raiva, e a resposta veio logo em seguida. —Fica longe do meu Erick e eu não aviso duas vezes.

E assim ela sai esbarrando novamente em mim, com um sorriso cínico.

Respiro fundo e me agacho recolhendo os livros jogados pelo chão, os estudantes me olham de soslaio e eu me recuso a chorar, mesmo me sentindo tão humilhada nesse momento.

Vanessa pega um livro mais ao longe e estende para mim.

—Você está bem? —pergunta com uma expressão triste.

—Vou ficar. —forço um sorriso pegando o livro de sua mão.

—Eu estou indo comer aqui perto, não quer ir comigo? —penso em recusar, mas não acho uma boa ideia continuar ali por enquanto.

—Eu adoraria.

Nós saímos da universidade e vamos até uma lanchonete ali perto. Sentamos em um canto mais afastado e fazemos nossos pedidos, o silêncio paira entre nós de forma desconfortável.

—Eu vi o que aconteceu com você e a Raquel. —diz quebrando o silêncio. —Sinto muito, cheguei um pouco tarde para te ajudar.

—Tudo bem, não foi nada demais. —digo mais para mim do que pra ela. —Só não entendi o porquê de ela estar com tanta raiva de mim.

—Eu ouvi boatos sobre... —ela hesita, mas continua. —Você e o Erick.

—Que tipo de boatos? —pergunto sentindo o nervosismo tomando conta de mim.

—Ouvi dizer que tá rolando alguma coisa entre vocês.

—Isso não é verdade! —a preocupação vem a tona. —Então é por isso que todo mundo estava olhando pra mim daquela forma. Meu Deus, isso não pode estar acontecendo!

—Fica calma, as pessoas vão esquecer isso logo, tenho certeza. —ela põe uma mão sobre meu ombro tentando me confortar. —E eu acredito em você.

—Obrigada, você tem sido uma grande amiga pra mim. —sorrio e ela retribui.

—Você também. —o garçom traz nossos pedidos. —Mas... sobre a Raquel e o Erick, eu sei que há alguma coisa entre eles, só não sei exatamente o quê.

—Ela fez questão de deixar isso claro. —digo lembrando de como ela falou com propriedade nele.

—Olha, Carol, eu vou te dá meu conselho. Acho melhor você se afastar do Erick, ele não é... como nós, entende?

—Você quer dizer que ele não é cristão?

—É, ele é alguém do mundo. Eu estudo com ele e em todos esses anos, não ouvi muitas coisas boas a seu respeito e a Raquel não é flor que se cheire. Se afaste enquanto há tempo. —diz séria e eu posso ver a preocupação em seu rosto.

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